tag:blogger.com,1999:blog-83925392024-03-07T10:11:10.417-08:00IR AO FUNDO E VOLTAREduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.comBlogger207125tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-79762404355745340162015-01-05T14:05:00.000-08:002015-01-05T14:05:02.553-08:00A lança na City<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2peLU93ixTzIRHg6v_tp43azLLvkDlHLzNXcLsI47ZUedmSSBuVOAEfNpop4_p0MmLjhA47OFlSqDp_L_9vWk4jAqNo-hAbOTq3sZN-TQYb_1twcW5TUoGTesazSg1XPNCBxE/s1600/camus%20aa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2peLU93ixTzIRHg6v_tp43azLLvkDlHLzNXcLsI47ZUedmSSBuVOAEfNpop4_p0MmLjhA47OFlSqDp_L_9vWk4jAqNo-hAbOTq3sZN-TQYb_1twcW5TUoGTesazSg1XPNCBxE/s1600/camus%20aa.jpg" height="640" width="480" /></a></div>
<div class="SubCaixaContainer">
<strong><br /></strong></div>
<div class="SubCaixaContainer">
<strong>1. Sócrates. </strong>Duas citações de Camus que recolhi num livro surpreendente de Eduardo Graça (2013), <em>Centenário de Albert Camus</em>:</div>
<div class="SubCaixaContainer">
<br /></div>
<em>(…) Dilaceração por ter aumentado a injustiça julgando-se servir a justiça. Reconhecê-lo pelo menos e descobrir então essa dilaceração maior: reconhecer que a justiça total não existe. Ao cabo da mais terrível revolta, reconhecer que não se é nada, isso é que é trágico.</em><br />
<em>(…) Título da peça. A Inquisição em Cádis. Epígrafe: “A Inquisição e a Sociedade são os dois grandes flagelos da verdade” Pascal. </em>Camus, Caderno n.º 6, Abril 1948 a Março 1951<br />
<br />
Visitei José Sócrates, detido em Évora, em prisão preventiva, num dia de sol radioso e frio intenso. Na primeira citação creio que ele se reverá, mas não na expressão “reconhecer que não se é nada”. Na verdade, a forma como pensa, reage e age, em circunstâncias claustrofóbicas, representa tudo menos a perda ou redução da sua identidade. Quanto à segunda frase, sobre a peça que Camus escreveu naquele período, a memória dos “flagelos da verdade” terá que ser eterna, inapagável. Nunca estaremos suficientemente longe dos tempos rudes e perigosos da guerra fria, quando Camus, dissidente precoce do PC, afirmava <em>“o fascismo é a glorificação do carrasco por ele próprio; o comunismo, mais dramático, a glorificação do carrasco pelas vítimas”.</em><br />
<em><br /></em>
Libertados do fascismo e do comunismo, ao ponto de já quase não os mencionarmos, permanece o contexto que gera inquisições. Acresce a impossibilidade de afastar a política da judicialização, ou vice-versa. Não apenas a política partidária – basta ouvir Marques Mendes e os que se lhe seguirão, ou lerem-me aqui e agora – mas sobretudo a política centrada no poder, sua conquista, afirmação e prática.<br />
<br />
<strong>2. Ano Velho de má memória.</strong> Foi-se. Sem direito a epitáfios. Basta ler as mensagens de Passos Coelho, Portas e Cavaco para se ver que nem a agência trouxe pompas fúnebres. Ficou tudo em casa. A nota positiva na mensagem de quem mais deve foi o alerta para o populismo. Fixado o calendário de 2015, todos vão esperar. Passos espera que Portas reconheça as misérias próprias e exija menos da coligação. Portas espera que Passos enfraqueça internamente e as sondagens lhe mostrem que, sem o parceiro, a direita fenece. O Presidente, escolhido o redondel, espera que a lide decorra consoante o programa, certo de que, por qualquer motivo imprevisto, suspenso ou alterado o espectáculo, não se restitui a importância dos bilhetes. Mantém o trompetista atento, apenas para anunciar a mudança de lide. E mandou recolher a música, por desnecessária. Deixem-me citar Eduardo Graça;<br />
<br />
<em>Esperar é deixar o tempo passar, compreender que o tempo não nos espera. Não é o tempo que nos envelhece. O combate da nossa vida não é contra o tempo. É contra nós mesmos. O que somos para os outros e como nos vemos a nós próprios. É como nos sentimos quando nos olhamos ao espelho e nos vemos. Sós. Sem mais ninguém. Ver correr à desfilada as imagens dos que mais amamos. É isso viver. Na fronteira do vazio da vida que não deixa nada para contar. (…) As vidas comuns. (…).Vidas com prazo. Finitas. Escreveu Camus: “a imortalidade é uma ideia sem futuro”. Observação certeira.</em><br />
<em><br /></em>
Quem pense que basta deixar correr os nove meses que faltam, envelhece mais depressa. Perdeu o combate contra si mesmo, antecipou a perda da imortalidade.<br />
<br />
<strong>3. Grécia. </strong>Pode a Grécia ajudar Portugal? Poderá uma experiência, ao menos diferente da terapêutica habitual, trazer alguma esperança a outros doentes? Poderão os médicos admitir a parte errada do diagnóstico e todo o erro da terapia?<br />
<br />
Tantas dúvidas, tantas incertezas! Vamos por partes. Antes de mais, será necessário que o Syriza ganhe as eleições de 25 de Janeiro, o que pode bem ser apenas uma miragem de inverno. Depois, que consiga formar uma maioria, o que já seria uma montanha a vencer. A seguir, que convença os credores a tentar outra terapêutica, o que já será atravessar o Mar Vermelho caminhando sobre as ondas. Depois, que seja possível instalar o Rei Salomão na presidência do ECOFIN. Trabalhos de Cíclope, que podem degenerar em Sísifo. Muita coisa, mesmo para o país da mitologia, da filosofia e da democracia.<br />
<br />
Seria pelo menos interessante que os pressupostos do erro europeu fossem questionados. Que o BCE, finalmente disposto a injectar liquidez nos mercados para tamponar o esgoto da deflação, o conseguisse. Que os credores levassem a sério os economistas gregos autodenominados de marxistas, e aceitassem negociar inovações em troca da conclusão de reformas apenas esboçadas. Que o Syriza convencesse os seus militantes a tais reformas, o que parece hoje mais difícil que convencer a Europa. Coragem e arreganho não lhe faltaram e até duas reuniões com grandes credores já abriram espaço negocial. Incidentalmente, teríamos nós “unhas” para cravar uma lança na City?<br />
<br />
(Artigo publicado hoje no PÚBLICO, de autoria de António Correia de Campos, que cita o livrinho que publiquei para os amigos em 2013, pelo Centenário do nascimento de Albert Camus.)Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-44243977008835094732014-06-09T17:54:00.000-07:002014-06-09T17:55:47.785-07:0010 de junho de 1977 - discurso de Jorge de Sena<!-- ngg_resource_manager_marker -->
<br />
<div id="_atssh" style="height: 1px; position: absolute; visibility: hidden; width: 1px; z-index: 100000;">
<iframe id="_atssh677" src="http://ct1.addthis.com/static/r07/sh162.html#iit=1402360653179&tmr=load%3D1402360652975%26core%3D1402360653085%26main%3D1402360653155%26ifr%3D1402360653190&cb=0&cdn=1&chr=utf-8&kw=&ab=-&dh=www.lerjorgedesena.letras.ufrj.br&dr=http%3A%2F%2Fl.facebook.com%2Fl.php%3Fu%3Dhttp%253A%252F%252Fwww.lerjorgedesena.letras.ufrj.br%252Fantologias%252Fdeclaracoes-publicas%252Fdiscurso-da-guarda%252F%26h%3DaAQFyqi34AQFGgyOdQIJQTyk0bRrJivaxFesHYB48_KZeug%26enc%3DAZPD5HFeo1yt5bi97ILF9vR5SqG1oSyUpx2bDnLRZk_f10i2j_QclKBXRVXE7Wiun57YHnBV6oTiZG8gSomN0ipf%26s%3D1&du=http%3A%2F%2Fwww.lerjorgedesena.letras.ufrj.br%2Fantologias%2Fdeclaracoes-publicas%2Fdiscurso-da-guarda%2F&dt=Discurso%20da%20Guarda%20%7C%20Ler%20Jorge%20de%20Sena&dbg=0&md=0&cap=tc%3D0%26ab%3D0&inst=1&vcl=1&jsl=33&prod=undefined&lng=pt&ogt=&pc=wpp&pub=ra-5160f50b03bac8a0&ssl=0&sid=5396534d121d8159&srpl=1&srcs=1&srd=1&srf=1&srx=1&ver=300&xck=0&xtr=0&og=&aa=0&csi=undefined&rev=1401990517&ct=0&xld=1&xd=1" style="border-image: none; border: 0px currentColor; height: 1px; left: 0px; position: absolute; top: 0px; width: 1px; z-index: 100000;" title="AddThis utility frame"></iframe></div>
<!--wp_footer--><br />
<div id="page">
<div id="header">
<div class="wp">
<!--div id="acesso">
<fieldset>
<label>Language:</label>
<select onchange="jumpMenu('parent',this,0)">
<option value="/eng" selected="selected">English</option>
<option value="/port">Português</option>
</select>
</fieldset>
</div--> </div>
</div>
<div id="main" style="background-position: 235px 142px;">
<div class="lista" id="content">
<div id="txt">
<div>
<br /></div>
<cite class="autor"><cite class="autor"></cite></cite><br />
<div class="entry-content">
<div class="entry-image" style="width: 260px;">
<img alt="entrevistas.jpg" class="alignleft wp-post-image" src="http://www.lerjorgedesena.letras.ufrj.br/wp-content/uploads/2013/03/entrevistas.jpg" height="167" width="260" /><br />
</div>
<strong></strong><br />
<div class="audioplayer_container">
<strong><span id="audioplayer_1" style="background: rgb(248, 248, 248); border-image: none; border: 1px solid rgb(221, 221, 221); display: block; padding: 5px; visibility: visible;"><br /></span></strong></div>
<strong></strong><strong>
</strong><br />
<strong>Discurso proferido na cidade da Guarda, durante as comemorações do “Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas”, no dia 10 de junho de 1977 — o primeiro depois da “Revolução dos Cravos”.</strong><br />
<b><br /></b>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b>É para mim uma honra insigne o ter sido oficialmente convidado pela comissão organizadora das comemorações de Camões em 1975, e do dedicar-se do Dia de Camões à recordação das comunidades portuguesas ou de origem portuguesa dispersas pelo mundo, para aqui falar na minha dupla qualidade de estudioso de Camões, e de residente no estrangeiro, que eu sou. Com efeito, em 1978, cumprem-se trinta anos sobre a primeira vez que, de público me ocupei de Camões, iniciando o que, sem vaidade me permito dizê-lo, tem sido uma contínua campanha para dar a Portugal um Camões autêntico e inteiramente diferente do que tinham feito dele: um Camões profundo, um Camões dramático e dividido, um Camões subversivo e revolucionário, em tudo um homem do nosso tempo, que poderia juntar-se ao espírito da Revolução de Abril de 1974, e ao mesmo tempo sofrer em si mesmo as angústias e as dúvidas do homem moderno que não obedece a nada nem a ninguém senão à sua própria consciência. </b></div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Esse meu Camões foi longamente o riso dos eruditos e dos doutos, de qualquer cor ou feitio; foi a indignação do nacionalismo fascista, dentro e fora das universidades, dentro e fora de Portugal; foi a aflição inquieta do catolicismo estreito e tradicional, dentro e fora de Portugal; e foi a desconfiança suspeitosa de muita gente de esquerda, a quem eu oferecia um Camões que deveria ser o deles, quando eles preferiam atacar ou desculpar o Camões dos outros. Foi e ainda é, e será. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Porque, sendo Camões o maior escritor da nossa língua que é uma das seis grandes línguas do mundo e um dos maiores poetas que esse mundo alguma vez produziu (ainda que esse mundo, na sua maioria, mesmo no Ocidente, o não saiba), ele é uma pedra de toque para portugueses, e porque tentar vê-lo como ele foi e não como as pessoas quiserem ou querem que ele seja, é um escândalo. São essa pedra de toque e esse escândalo o que, neste momento solene, a três anos de distância do 4o. centenário da morte do maior português de todos os tempos, vos trago aqui, certo e seguro de que ele mesmo assim o desejaria. E, antes de mais, peço que, nas minhas palavras anteriores ou nas minhas palavras seguintes, ninguém veja ataques ou referências pessoais que não há; tenhamos todos, tenham todos a humildade de reconhecer que, quando se fala de Camões e de Portugal, não podemos pensar em mais ninguém.</div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Quanto a ser um residente no estrangeiro, vai para dezoito anos que o sou, o que, curiosamente, é mais ou menos o tempo que o próprio Camões viveu fora de Portugal, desde que dele partiu para as Índias [em 1553, até que regressou,]<strong>*</strong> em 1570, tão pobre como partira, mas com <em>Os Lusíadas</em> no bolso ou na bagagem, para publicá-los. Eu nem estou a regressar, nem tenho <em>Lusíadas</em> nenhuns. Mas não sou exactamente um emigrante no estrangeiro, ainda que neste viva, e com os emigrantes me possa identificar – aqueles emigrantes que vi e tenho visto de perto, primeiro no Brasil e depois nos Estados Unidos, e também pelo mais largo mundo que tenho percorrido, e que, com a sua laboriosidade, a sua dignidade, a sua humanidade convivente, são em toda a parte, míseros e mesquinhos, ou ascendidos e triunfantes, muitas vezes, os embaixadores que Portugal não envia, ou os representantes da cultura que Portugal não exporta.</div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Por dezassete anos, recordemos, Camões foi apenas um deles, quando ninguém sabia ou podia ainda saber o génio que ele era. Reatando: eu não sou exactamente um emigrante no estrangeiro, porque, quando saí de Portugal, tinha vinte anos de escritor publicado, e desde então a maior parte da minha obra, ou grande parte dela, foi escrita para Portugal ou em Portugal publicada. Seja o que seja, continuo a ser o que era, quando me exilei muito a tempo naqueles idos negros e tristes de 1959: um escritor português que vive no estrangeiro e que mantém um permanente contacto com Portugal, até por obrigação profissional: catedrático de Literatura Portuguesa, que é um dos meus títulos e deveres, não tenho outro remédio senão estar a par do que se publica. Por outro lado, a minha fidelidade a Portugal – e <em>fidelidade</em> é uma das palavras-chave da minha pessoa e da minha obra, como <em>liberdade</em> é outra – nunca me permitiu livrar-me de partilhar (acrescentadas da dor da distância) as dores e as alegrias, os desalentos e as esperanças de Portugal. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Permitam-me ainda um esclarecimento. Na melhor das intenções, vária imprensa anunciou ou referiu que eu falaria aqui como representante dos luso-americanos. Se alguém pensou que eu tal faria, mais que num plano meramente simbólico de partilhar com eles o viver nos Estados Unidos, enganou-se redondamente. Primeiro que tudo, <em>eu não sou</em> um luso-americano: esta palavra significa <em>não</em> o português que vive na América, mas ou o que adquiriu a cidadania americana, ou o que descende de portugueses e já nasceu americano: luso-americanas são duas filhas minhas, por naturalização, e um neto meu que o é nato, como brasileiro por naturalização eu sou, e dois filhos meus o são natos, enquanto minha mulher e outros cinco filhos mantiveram a nacionalidade portuguesa. E, em segundo lugar, que é o primeiro de todos, eu não recebi dos luso-americanos nenhum mandato eleitoral para falar em nome deles, embora esteja certo de que mo teriam dado, se a eles o tivesse pedido, por saberem que os respeito e estimo, sem distinção de credo ou cor (porque há luso-americanos de cor, idos de Cabo Verde para lá, por exemplo). Democrata como sou, eu não falo em nome de ninguém, sem ter recebido um expresso mandato para tal. Eu fui convidado por Lisboa e de Lisboa, o que é uma honra, mas Lisboa não tem o direito de <em>nomear</em> representantes de nada ou de ninguém. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Esse vício centralista da nossa tradição administrativa – um dos vícios que Camões denunciou e castigou nos seus <em>Lusíadas</em> – deve ser eliminado e banido dos costumes portugueses, sem perda da autoridade central que deve manter unido um dos povos mais anárquicos do mundo e menos realistas quando de política se trata. Porque os portugueses são de um individualismo mórbido e infantil de meninos que nunca se libertaram do peso da mãezinha; e por isso disfarçam a sua insegurança adulta com a máscara da paixão cega, da obediência partidária não menos cega, ou do cinismo mais oportunista, quando se vêem confrontados, como é o caso desde Abril de 1974, com a experiência da liberdade. Isto não sucedeu só agora, e não é senão repetição de outros momentos da nossa história sempre repartida entre o anseio de uma liberdade que ultrapassa os limites da liberdade possível (ou sejam as liberdades dos outros, tão respeitáveis como a de cada um) e o desejo de ter-se um pai transcendente que nos livre de tomar decisões ou de assumir responsabilidades, seja ele um homem, um partido, ou D. Sebastião. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Também dos limites da ordem social e dos deveres do homem para consigo mesmo e a sociedade de que faz parte foi Camões um mestre. Assim, aqui, no âmbito de celebrações que são camoneanas e do Portugal disperso pelo mundo desde que o país existe e desde que, no estrangeiro, comunidades portuguesas ou de lusa origem se formaram ou mantiveram, eu não represento luso-americanos, e não falo em nome deles ou de ninguém no largo mundo. Aceito falar, como eu mesmo, da importância e do significado de Camões hoje, e da necessidade de ter presente ao espírito esta ideia tão simples: um país não é só a terra com que se identifica e a gente que vive nela e nasce nela, porque um país é isso mais a irradiação secular da humanidade que exportou. E poucos países do mundo, ao longo dos tempos, terão exportado, proporcionalmente, tanta gente como este.</div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Sejamos francos e brutais. Há neste momento, milhões de portugueses dispersos pelo mundo em mais de um continente, e não só na Europa de que são mão-de-obra. O país pensa neles, e deseja recordar-se deles. Mas o país, pura e simplesmente, na situação económica que herdou e em que se encontra e toda a gente sabe desastrosa, não pode prescindir do dinheiro deles, ou do dinheiro que eles costumam enviar para a santa terrinha, ao contrário do que faziam e fazem portugueses do território nacional, que mandavam o seu dinheiro para o anonimato dos bancos da Suíça. </div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Deste modo, celebrar as Comunidades Portuguesas no dia do santo nacional que celebrou a expansão imperial do país é, ao mesmo tempo, um belo ideal e um cálculo muito prático. Há quem diga e quem pense que celebrações como esta – de Camões ou das comunidades – são uma compensação para a perda ou derrocada do Império oferecida ao sentimento popular, e que isso das comunidades é mesmo ainda pior: uma ideia do fascismo. Antes de mais, neste país há que pôr <em>um basta</em> não só ao fascismo ele mesmo, mas à mania de atribuir tudo ao fascismo, até as ideias. Porque, por esse caminho, ficamos todos sem ideias de que precisamos muito, e os fascistas ou os saudosistas deles acabam convencidos de que tinham ideias, quando ter ideias e ser fascista é uma absoluta impossibilidade intelectual e moral. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
O celebrar-se no presente e no passado em sua gente, o homenagear essa gente e recordá-la aonde quer que viva ou tenha vivido é um imperativo imarcescível da dignidade humana, num dos aspectos que a representa: o pertencer-se directa ou indirectamente a um povo, uma história, uma cultura, que como no caso de Portugal, foi, é e será capaz de diversificar-se em outras. Nenhum internacionalismo que se preze de ter os pés na realidade e na matéria de que somos feitos, pode negar ou ignorar essas realidades tremendas que são uma língua ou muitas, uma raça ou várias, uma cultura por mais adaptável ou capaz de absorção que ela seja, que se identificam com um nome secular – Portugal no nosso caso, aqui e agora.</div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Pensarão alguns, acreditando no que se fez do pobre Camões durante séculos, que celebrá-lo, ou meditá-lo e lê-lo, é prestar homenagem a um reaccionário horrível, um cantor de imperialismos nefandos, a um espírito preso à estreiteza mais tradicionalista da religião católica. Camões não tem culpa de ter vivido quando a Inquisição e a censura se instituíam todas poderosas: se o condenamos por isso, condenamo-nos nós todos a que, escrevendo ou não-escrevendo, e ainda vivos ou já mortos, resistimos durante décadas a uma censura opressiva, e a uma repressão implacável e insidiosa, escrevendo nas entrelinhas como ele escreveu. </div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Isto é, condenamos a vera ideia de “<em>Resistência</em>” que, modernamente, fomos dos primeiros povos da Europa a tristemente conhecer e corajosamente praticar. E sejam quais forem as nossas ideias e as nossas situações políticas, nenhum de vós que me escutais ou não, pode viver sem uma ideia que, genericamente, é inerente à própria condição humana: o <em>resistir</em> a tudo o que pretende diminuir-nos ou confinar-nos. Camões não tem também culpa de ter sido transformado em símbolo dos orgulhos nacionais, em diversos momentos da nossa história em que esse orgulho se viu deprimido e abatido. Claro que esse aproveitamento não teria sido possível se ele não tivesse escrito <em>Os Lusíadas</em>. Mas o restituir a quem o podia ler e o podia sentir mais fundamente um pouco de confiança em horas difíceis, é um acto de caridade, essa virtude que não é só cristã porque é, desde antes do cristianismo, a própria essência da civilização: a solidariedade humana quando a dor nos fere. E o ter sido usado, manipulado e treslido como Camões o foi, ou denegrido como também foi desde a publicação do seu poema, é um dos preços que a grandeza paga neste mundo. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Camões e a sua obra têm pago esse preço como todos os outros. Deixem-me todavia recordar-vos que o grande aproveitacionismo de Camões para oportunismos de politicagem moderna não foi iniciado pela reacção. Esta, na verdade, e desde sempre, mesmo quando brandindo Camões, sentia que as mãos lhe ardiam. Aqueles oportunismos foram iniciados com o liberalismo romântico e com o positivismo republicano. E se o Estado Novo tentou apoderar-se de Camões, devemos reconhecer que ele era o herdeiro do nacionalismo político e burguês, inventado e desenvolvido por aquele liberalismo e aquele positivismo naquelas confusões ideológicas que os caracterizavam e de que Camões não tem culpa: tê-la-iam por exemplo dois homens que merecem o nosso respeito: Almeida Garrett e Teófilo Braga. E quanto à reacção mais recente em face de Camões, eu lembro apenas dois pequenos exemplos em que a censura o proibiu, se não estou em erro: o caso do jornal de Vila do Conde, em que um tio de José Régio usava publicar os clássicos, citando-os convenientemente, e o da revista <em>Vértice</em>, de Coimbra, que fazia o mesmo.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
E isto para não falarmos de crimes literários e socio-morais de mais largo alcance, de que Camões era vítima nas escolas, parecendo até que nós éramos as vítimas dele. Porque, para além de encher-se a boca com a Fé e o Império, que nem uma nem outro eram para Camões o que eram para o Dr. Salazar, o poeta não servia para mais nada senão para exercícios de gramática estúpida: o que, tudo junto, chega para gerações lhe terem ganho alguma raiva e perdido o gosto de o ler. E há mais e pior: quando, no liceu, líamos <em>Os Lusíadas</em>, éramos proibidos de ler (e não estudávamos) as passagens consideradas mais chocantes pela pudicícia hipócrita desta nossa sociedade de sujeitos felizmente desavergonhados que fingem lamentavelmente possuir a virtude que não têm, e vivem a perseguir ou reprimir os pecados alheios. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Claro que nós todos íamos logo ler as passagens “proibidas” e lendo-as assim, com olhos libidinosos, perdíamos a grandeza delas: a majestade do sexo e do amor, a magnitude da liberdade e da tolerância, a inocência magnífica do prazer físico e da paixão erótica, que, acima de tudo, Camões cantava e celebrava nessas passagens com uma abertura de espírito e uma audácia espantosas. Será possível que os frades o tenham feito alterar algumas coisas antes de publicar <em>Os Lusíadas</em>. Mas, em face de algumas daquelas que lá ficaram, temos de reconhecer que, mais do que aquilo, só um poema francamente pornográfico, incompatível com a dignidade e o decoro da grande epopeia que Camões desejou escrever e escreveu.</div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Tem-se dito que o grande protagonista da epopeia é o povo português, e na verdade o povo aparece, segundo as tradições clássicas, representado <em>apenas</em> pelos seus heróis, aqueles que Camões seleccionou para o efeito, à excepção dos marinheiros anónimos que acompanhavam Vasco da Gama ou os seus guerreiros anónimos sem os quais não haveria a magnificente descrição da batalha de Aljubarrota ou análogos momentos. Aqueles marinheiros, como o próprio Vasco, são deificados, ou transfigurados epicamente na Ilha dos Amores, em condições sem dúvida moralmente impróprias de quem deixara família em Portugal, mas altamente consentâneas, se me permitem a rudeza, com a promiscuidade sexual notória do povo português, ao mesmo tempo que de acordo com as convenções épicas e mitológicas pelas quais os heróis se dignificavam no conhecimento (que aqui uso no sentido intelectualmente neo-platónico e no sentido obscenamente público) das entidades divinas. Já se disse que as personagens mais vivas e activas de <em>Os Lusíadas</em> são os deuses pagãos, e não as criaturas históricas, mais pálidas e incaracterísticas do que elas. </div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Até certo ponto, isto é verdade. E é-o por algumas razões camonianamente importantes. Antes de mais, na filosofia que Camões assume e torna extremamente pessoal, os deuses pagãos possuem, como atributos do Deus supremo, invisível e silencioso, e como seus intermediários agentes, uma realidade autêntica que a criação artística faria necessariamente mais palpável e concreta. E é assim que nós vemos tão nitidamente Vénus, a Afrodite originária e primeva, um dos deuses anteriores a tudo, e também a deusa do amor que este sim, é todo poderoso – como a não veríamos? Ela é a amante, a esposa, a mãe, tudo o que o princípio feminino significa dentro e fora da nossa humanidade, naquelas complexidades psico-sexuais a que Camões se compraz em aludir, servindo-se de alusões mitológicas que parecem meros ornamentos ao longo da epopeia inteira. E como não veríamos Baco ou Diónisos, receoso de ser castrado da sua lendária glória de conquistador da Índia? Se, como descendentes de Luso, descendemos dele, e ele é o nosso pai receoso do triunfo e da liberdade dos filhos? Como não veríamos Júpiter, se ele é de certa maneira a providência divina, sempre disposta a sucumbir, mesmo incestuosamente, às atracções do amor? Estes deuses, na dialéctica camoniana, sem a qual Camões se não entende, são ao mesmo tempo as emanações do princípio divino que desce à terra, e são a nossa humanidade ascendida e divinizada. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
E é neste mesmo sentido que as referências a Cristo devem ser entendidas nos contextos camoneanos: ele é, supremamente, para Camões, o princípio divino que, como um fogo de vida, desce a encarnar-se humanamente, mas é também o homem, o herói humano que, pelo seu sacrifício, ascende ou regressa ao divino. E é este heroísmo do apostolado e do sacrifício o que, em toda a sua epopeia, Camões propõe continuamente pela referência ou pela narrativa. Até Inês de Castro, a grande matriarca do poema, ascende à glória épica pelo seu sacrifício de amor. Porque para o amor, para todas as formas de amor, Camões arranja sempre uma desculpa, um louvor, ou a suprema divindade, porque esse amor é, para ele, a todos os níveis, a realidade última, e a realidade sempre presente. Sem amor, não há heróis, nem há homens dignos desse nome. E amor, mesmo numa epopeia que transborda de feitos bélicos e de acções guerreiras, não existe sem uma infinita e total tolerância, um respeito pelos outros povos, as outras raças, as outras culturas, as outras religiões, ao ponto de, como já tenho chamado a atenção, o conceito de santidade ou a palavra <em>santo</em> se aplicar a todos, sem distinção alguma, cristãos, muçulmanos, brâmanes, etc., e até – não o esqueçamos – a uma ninfa que se deixa possuir, por bem requestada, na Ilha dos Amores. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Este Camões de amor e tolerância permeia <em>Os Lusíadas</em>. Mas já se disse que, além e acima de tudo e todos, a principal personagem da epopeia é Camões ele-mesmo, não só como o autor, não só como o narrador, não só como o crítico severo e implacável de toda a corrupção e de toda a maldade, como o denunciador angustiado de uma decadência moral e cívica que ele via e sentia à sua volta, e o qual constantemente interrompe a narrativa para invectivar com o maior desassombro (lembremo-nos de que as ordens daquele D. Sebastião a quem o poema é dedicado, dirigidas aos seus imperiais governadores, chamando-os à virtude e à dignidade, não tinham de tom diverso senão a diferença que vai de uma carta oficial a uma poesia de génio). E há nisso de Camões ser central uma enorme e profunda verdade que é o Camões-homem e o Camões-poeta. Não só ele se colocou, nos seus cálculos arquitectónicos do poema, nessa posição, e assim se colocando, se apresenta como a culminação da aventura portuguesa que ele conta, como o herói que o é por ser quem transforma Portugal numa obra de arte, acima das contingências históricas e da mesquinhês humanas. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
O Camões que na epopeia espreita ou se mostra a cada momento, roubando mesmo alguma realidade estética a tudo e todos, nós conhecêmo-lo e entendêmo-lo de outro volante do políptico que é a sua obra: o grande poeta lírico que é também um grande pensador, e que, na obra lírica como na épica, se apresenta como resumo e epítome da humanidade mesma, e não só do povo português. Ele é o <em>homem em si</em>, aquele ser que se busca continuamente e ao amor que o projecta para dentro e para fora de si mesmo, e é, como Luís de Camões, o predestinado para ser, ao mesmo tempo, o poeta-herói supremo que <em>realiza</em>, isto é, <em>torna real</em> para a eternidade da poesia, a história de Portugal, e a embarca nos navios de Vasco da Gama para unir o Ocidente ao Oriente. Ao mesmo tempo, este poeta-herói-épico, e o poeta-homem, exemplo de ser-se português, em exílios e trabalhos, em sofrer incompreensões e injustiças , e – ao contrário do que sucede ou sucedeu a alguns – regressar com as mãos vazias, apenas rico de desilusões, de amarguras e do génio que havia posto numa das mais prodigiosas construções jamais criadas, desde que o mundo é mundo. E essa construção ele trazia, reunindo o Portugal disperso, para o que ele deixara a vida, como disse, pelo mundo em pedaços repartida. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<strong><br /></strong></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<strong>Ninguém como Camões nos representa a todos, repito, e em particular os emigrantes, um dos quais ele foi por muitos anos, ou os exilados, outro dos quais ele foi a vida inteira, mesmo na própria pátria, sonhando sempre com um mundo melhor, menos para si mesmo que para todos os outros.</strong><strong> Ele, o homem universal por excelência, o português estrangeirado e esquecido na distância, o emigrante e o exilado, é em <em>Os Lusíadas</em> e na sua obra inteira, tão imensa e tão grande, a medida do mais universal dos portugueses e do mais português dos homens do universo. Ninguém, como ele desejou representar em si mesmo a humanidade, representar tão exactamente o próprio Portugal, no que Portugal possui de mais fulgurante, de mais nobre, de mais humano, de mais de tudo e todos, em todos os tempos e lugares. Ele é, como ninguém, o homem que viajou, viu e aprendeu. O homem que se sente moralmente no direito de verberar com tremenda intensidade, as desgraças de viver-se e os erros ou vícios da sociedade portuguesa. É o exilado físico de muitos anos mas é, como todos nós, e nisso tanto ou mais o somos que outros povos, o exilado moral, clamando por justiça, por tolerância, por dedicação à pátria, por espírito de sacrifício, por unidade nacional e universal</strong>, lá onde via que o homem é, como ele disse mais que uma vez, o “bicho da terra tão pequeno” contra o qual se encarniçam os poderes do mal.</div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Haverá ainda quem diga que esse homem cantou a expansão imperial, apesar de tudo, as conquistas imperiais do Oriente, e está portanto fora do nosso tempo e do nosso espaço históricos, e a sua epopeia ofende a consciência das Ásias e das Áfricas. Mas ele cantou a expansão portuguesa, na medida em que considerava que esta expansão era ou deveria ser a civilização ocidental levada a toda a parte, no que tinha de moralmente digno e de socialmente responsável. Ao escolher para assunto central da sua epopeia a viagem de Vasco da Gama, ele sabia perfeitamente que escolhia um momento decisivo da história universal; o encontro, para todo o sempre, para bem e para mal, da Europa com a Ásia, passando-se pela África.</div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Momento decisivo dessa história do mundo, como eminentes historiadores insuspeitos de simpatias portuguesas ou imperialistas o têm proclamado e reconhecido. E, na verdade, esse encontro (e esse Império que, no tempo de Camões, com todos os erros e crimes, não era os impérios coloniais inventados pela Europa do século XIX, nem socio-moralmente inferior à desordem política existente então, como hoje, em toda a parte) simboliza aquilo mesmo que, mais tarde, nos nossos dias, veio a verificar-se. Porque as ideias de independência política e de justiça social pelas quais lutaram e ainda lutam os povos da Ásia e da África, e às quais se renderam os povos das Américas ao separar-se da velha Europa, não são as tradições tribais originárias por respeitáveis que sejam: são aquelas mesmas ideias que, geradas na Europa, da Europa se difundiram, tal como as naus do Gama partiram de Lisboa para uma das mais gloriosas viagens de todos os tempos. Isso Camões cantou: e vendo-o no seu tempo, e na visão do mundo que ele teve, sabemos que devemos relê-lo atentamente para saber, que ele, tão orgulhosamente português, entenderia todas as independências, se fosse em vida nosso contemporâneo como ele o é na obra que nos legou, para glória máxima de uma língua falada e escrita ou recordada em todos os continentes. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
O orgulho de ser-se alguma coisa, o inabalável sentimento de independência e de liberdade, disso ele falou, e sentiu como ninguém. É disso um mestre. Tudo existe na sua obra: o orgulho e a indignação, a tristeza e a alegria prodigiosa, a amargura e o gosto de brincar, e desejo de ser-se um puro espírito de tudo isento e a sensualidade mais desbragada, uma fé inteiramente pessoal, pensada e meditada como ele a queria e não como uma instituição, e a dúvida do predestinado que se sente todavia só e abandonado a si mesmo. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Leiam-no e amem-no: na sua epopeia, nas suas líricas, no seu teatro tão importante, nas suas cartas tão descaradamente divertidas. E lendo-o e amando-o (poucos homens neste mundo tanto reclamaram amor em todos os níveis, e compreensão em todas as profundidades) – todos vós aprendereis a conhecer quem sois aqui e no largo mundo, agora e sempre, e com os olhos postos na claridade deslumbrante da liberdade e da justiça. Ignorar ou renegar Camões não é só renegar o Portugal a que pertencemos, tal como ele foi, gostemos ou não da história dele. É renegarmos a nossa mesma humanidade na mais alta e pura expressão que ela alguma vez assumiu. E esquecermos que Portugal como Camões, é a vida pelo mundo em pedaços repartida.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<strong>Paris, 3 de Junho de 1977.</strong></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<strong><br /></strong></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<strong>*</strong> Corrigimos aqui um evidente lapso que aparece em todas as edições do texto impresso.</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-7316244327296934142013-11-18T15:24:00.002-08:002015-01-05T14:09:16.006-08:0060 CITAÇÕES DE ALBERT CAMUS - pelo Centenário do seu nascimento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilGaH8c5mQwhSgjcR3bImforoERqpbM1FvCJfNvrvyBh3uttEI7h2v3PfrAuE25cBBQ4ePM0TVnI-VGXYx61IaxgEqU4bFKam-VgOTvQ1nogem1ZTxgcf4s88K17eZpoSq3vqP/s1600/rY3qUbHA2SUWuMKze1mi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilGaH8c5mQwhSgjcR3bImforoERqpbM1FvCJfNvrvyBh3uttEI7h2v3PfrAuE25cBBQ4ePM0TVnI-VGXYx61IaxgEqU4bFKam-VgOTvQ1nogem1ZTxgcf4s88K17eZpoSq3vqP/s1600/rY3qUbHA2SUWuMKze1mi.jpg" height="640" width="614" /></a></div>
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br /></span>
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ABSURDO/ ANTI-ABSURDO: “E assim nos tornamos profetas do absurdo! […] De
que me servia depois afirmar que, na experiência que me interessava e sobre a
qual aconteceu escrever, o absurdo não era senão um ponto de partida, ainda que
a sua lembrança e emoção acompanhem os caminhos seguintes?” (<i>O Verão</i>)
</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">AMIZADE: “Os deveres da amizade ajudam a suportar os prazeres da
sociedade.” (<i>Cadernos</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ARTE/ FILOSOFIA: “Porque sou eu um artista e não um filósofo? É porque
penso segundo as palavras e não segundo as ideias.” (<i>Cadernos</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ARTE/ FINALIDADE: “A finalidade da arte não é de legislar ou reinar, mas em
primeiro lugar, a de compreender. […] Por isso o artista, ao chegar ao fim do
caminho, absolve em vez de condenar. Não é juiz, mas defensor. É o advogado
perpétuo da criatura viva. Porque está viva. Exorta verdadeiramente ao amor ao
próximo, que não é esse amor longínquo que degrada o humanismo contemporâneo do
catecismo de tribunal.” (<i>Discursos da Suécia</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ARTE: “A arte não é para mim um prazer solitário É uma maneira de comover o
maior número possível de homens, oferecendo-lhes uma imagem privilegiada dos
sofrimentos e alegrias comuns.” (<i>Discursos da Suécia</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">BOMBA ATÓMICA:</span><span style="color: #4472c4; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> </span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">“O mundo é o que é, isto é, pouca coisa é. Eis o que cada um pode concluir
depois de ontem, depois de ouvir o formidável concerto que a rádio, os jornais
e as agências de informação harmoniosamente acabam de difundir sobre a bomba
atómica. Podemos concluir com efeito, entre os numerosos comentários entusiastas,
que qualquer cidade de importância mediana pode ser totalmente destruída por
uma bomba com o tamanho de uma bola de futebol. Vai ser preciso escolher, num
futuro mais ou menos próximo, entre o suicídio coletivo e a utilização
inteligente das conquistas científicas.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">CONHECIMENTO: “Não creio suficientemente na razão para subscrever o
progresso. Nem em nenhuma filosofia da História. Creio, porém, que os homens
não deixaram de aumentar a consciência que tinham do seu destino. Não
ultrapassámos a nossa condição, e, no entanto, conhecemo-la melhor.” (<i>O
Verão</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">CRISTIANISMO: “Se o Cristianismo é pessimista quanto ao homem e otimista
quanto ao destino da humanidade, pois bem, eu direi que, embora pessimista
quanto ao destino da humanidade, sou otimista quanto ao homem.” (<i>Atuais</i>)
</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">DESESPERO: “A primeira coisa é não desesperar. Não prestemos ouvidos
demasiadamente àqueles que gritam, anunciando o fim do mundo. As civilizações
não morrem assim tão facilmente; e mesmo que o mundo estivesse a ponto de vir
abaixo, isso só ocorreria depois de ruírem outros. É bem verdade que vivemos
numa época trágica. Contudo, muita gente, confunde o trágico com o desespero.
‘O trágico’, dizia Lawrence, ‘deveria ser uma espécie de grande pontapé dado na
infelicidade’. Eis um pensamento saudável e de aplicação imediata. Hoje em dia,
há muitas coisas que merecem esse pontapé.” (<i>Núpcias</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">DETERMINISMO: “Vivemos no terror porque a persuasão já não é possível,
porque o homem se entregou inteiro à História.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">DEUS: “O segredo do meu universo: imaginar Deus sem a imortalidade humana.”
(<i>Cadernos</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">DIÁLOGO: “Não há vida sem diálogo. Mas o diálogo foi, hoje, na maior parte
do mundo, substituído pela polémica. O século XX é o século da polémica e do
insulto. Eles ocupam, entre as nações e os indivíduos, e mesmo ao nível das
disciplinas outrora desinteressadas, o lugar que tradicionalmente cabia ao
diálogo refletido. Dia e noite, milhares de vozes, empenhadas, cada uma por seu
lado, num tumultuoso monólogo, lançam sobre os povos uma torrente de palavras
mistificadoras, de ataques, de defesas, de exaltações. Mas qual é o mecanismo
da polémica? Consiste em considerar o adversário como inimigo, por conseguinte
a simplificá-lo e a recusar vê-lo. Aquele que insulto, já não sei de que cor
são os seus olhos, ou se acaso sorri, e como o faz. Tornados quase cegos por
obra e graça da polémica, já não vivemos entre os homens, mas num mundo de
sombras.” (<i>Atuais</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ENCANTAMENTO: “É nisso precisamente que reside um dos elementos de sedução
da música: ela representa a perfeição de uma maneira suficientemente fluida e
ligeira para podermos prescindir do esforço.” (<i>Escritos de Juventude</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ESCREVER/ VIVER: “Viver, claro, é um pouco o contrário de exprimir.” (<i>Núpcias</i>)
</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ESCRITA: “É para brilhar depressa que não tentamos reescrever.” (<i>Cadernos</i>)
</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ESTILO: “Quando o grito mais dilacerante encontra a sua linguagem mais
rigorosa, a revolta satisfaz a sua verdadeira exigência, e extrai dessa
fidelidade a si mesma uma força de criação. Se bem que isso vá contra os
preconceitos da época, o mais belo estilo em arte é a expressão da mais viva
revolta.” (<i>O Homem Revoltado</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">EXISTENCIALISMO/ EXISTÊNCIA: “Onde descobrir a essência senão ao nível da
existência? Mas nós não podemos dizer que o ser não é senão existência. […] O
ser não pode manifestar-se senão no devir, o devir nada é sem o ser.” (<i>O
Homem Revoltado</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">EXISTENCIALISMO/ SARTRE: “Não aceitamos a filosofia existencialista só
porque afirmamos que o mundo é absurdo. Se assim fosse, 80% dos passageiros do
metro, a acreditar nas conversas que ouço, seriam existencialistas. O
existencialismo é uma visão completa, uma visão do mundo que pressupõe uma
metafísica e uma moral. Se bem que me aperceba da importância histórica do
movimento, não tenho suficiente confiança na razão para aderir a um sistema.
Isto é tão verdade que o manifesto de Sartre, publicado no primeiro número dos <i>Temps
Modernes</i>, me parece inaceitável.” (Carta à revista <i>Le Nef</i>, 1/ 1946) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">EXISTENCIALISMO/ SARTRE: “Não, não sou existencialista. Sartre e eu
surpreendemo-nos sempre quando vemos os nossos dois nomes associados. Pensamos
mesmo um dia publicar um pequeno anúncio em que os abaixo assinados afirmarão
nada ter em comum, e recusarão responder pelas dívidas contraídas pelo outro.”
(Entrevista a <i>Nouvelles Littéraires</i>, 15/11/1945) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">EXISTENCIALISMOS: “Se as premissas do existencialismo se encontram, como
creio, em Pascal, Nietzsche, Kirkegaard ou Chestov, então estou de acordo com
elas. Se as suas conclusões são as dos nossos existencialistas, não concordo
com elas, pois são contrárias às premissas.” (Última entrevista de Albert
Camus, 20/12/1959) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">FORÇA: “Aprendemos à nossa custa que, contrariamente ao que por vezes
pensamos, o espírito nada pode contra a espada, mas também que o espírito unido
à espada sempre vence a espada que se ergue em prol de si mesma.” (<i>Carta a
um Amigo Alemão</i>, I) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">GÉNIO: “O génio é a inteligência que conhece as suas fronteiras” (<i>O Mito
de Sísifo</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">GLOBALIZAÇÃO: “Sabemos hoje que não há ilhas, e que são vãs as fronteiras.
Sabemos que, num mundo em constante aceleração, quando o Atlântico se atravessa
em menos de um dia ou Moscovo contacta com Washington em poucas horas, estamos
obrigados à solidariedade ou à cumplicidade, segundo os casos.</span><span style="color: red; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> </span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O pão fabricado na
Europa vende-se em Buenos Aires, e as máquinas que trabalham na Sibéria foram
fabricadas em Detroit. Hoje, a tragédia é coletiva. Sabemos pois todos, sem
sombra de dúvida, que a nova ordem que buscamos não pode ser somente nacional,
ou sequer continental, e muito menos ocidental ou oriental. Ela só pode ser
universal.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">HELENISMO: “O mundo em que mais á vontade me sinto: o mito grego.” (<i>Cadernos</i>)
</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">HETERONÍMIA/ ROMANCE : «Com efeito, o romance exige o estilo mais complexo
de todos : o que se submete por inteiro ao objeto descrito. Podemos pois
conceber um autor que escrevesse cada um dos seus romances num estilo
diferente.” (<i>Cadernos</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">HISTÓRIA/ POLÍTICA: “É por demais evidente que o pensamento político se
encontra cada vez mais ultrapassado pelos acontecimentos. […] Bem entendido, o
espírito segue arrastado pelo mundo. A História corre, enquanto o espírito
medita. Mas esse atraso inevitável aumenta hoje na proporção da aceleração
histórica. O mundo mudou mais nos últimos cinquenta anos do que tinha mudado
nos duzentos anteriores. E vemos hoje o mundo empenhado em regulamentar
problemas de fronteiras, quando todos sabemos que as fronteiras são hoje
abstratas.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">HONRA: “De resto, como fazer compreender que uma criança pobre pode por
vezes ter vergonha sem nunca invejar coisa alguma?” (<i>O Primeiro Homem</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">JORNALISMO: “É importante pensarmos no que é o jornalismo de opinião. A
concepção que a impressa francesa tem de informação podia ser melhor, já o
dissemos. Queremos informar depressa em vez de querer informar bem. A verdade
não fica a ganhar. […] Como vemos, tal equivaleria a perguntar se os artigos de
fundo têm algum fundamento, e que se evitasse publicar como verdadeiro o que é
falso ou duvidoso. É a esse procedimento que eu chamo ‘jornalismo crítico’. Uma
vez mais, nada disto se faz sem inflexão e sem o sacrifício de muitas outras
coisas. Mas talvez bastasse começar a pensar nisto.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">JUSTIÇA: “ (...) amo os que vivem hoje na mesma terra que eu, e são esses
que saúdo. É por eles que luto e é por eles que estou disposto a morrer. E por
uma cidade longínqua, de que não tenho sequer a certeza, não irei contra os
meus irmãos. Não aumentarei a injustiça viva em nome de uma justiça morta.” (<i>Os
Justos</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">LIBERALISMO/ MARXISMO: “Estas ideologias, nascidas há um século, no tempo
da máquina a vapor e do ingénuo otimismo científico, são hoje caducas, e
incapazes, nas suas formas atuais, de resolver os problemas que se põem ao
século do átomo e da relatividade.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">LIBERDADE E JUSTIÇA: “Não o devemos ignorar: é difícil conciliá-las. A crer
na História, pelo menos, nunca foi possível. Como se houvesse nestes dois
princípios uma intrínseca incompatibilidade. Como poderiam não a ter? A
liberdade para cada um é também a liberdade do banqueiro, ou do ambicioso:
depressa a injustiça se instala. A justiça para todos é a submissão da
personalidade ao bem coletivo: como falar então de liberdade absoluta? […]
Devemos pois renunciar a esse esforço inútil? Não, não devemos renunciar. É
preciso simplesmente tomarmos consciência dessa imensa dificuldade em as
conciliar e tornar essa dificuldade evidente para aqueles que, ainda que
animados de boa-fé, tudo querem simplificar. Para o demais, saibamos somente
que é esse o único esforço pelo qual, nos dias de hoje, vale a pena viver e
lutar.” (<i>Atuais</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">LIBERDADE: “Esquecei os vossos mestres, aqueles que tanto vos mentiram,
disso tendes vós a certeza agora, e também os outros, pois não souberam
persuadir-vos. Esquecei todos os mestres, esquecei todas as ideologias
moribundas, os conceitos gastos, os slogans vetustos de que vos querem ainda
alimentar. Não vos deixeis intimidar por nenhuma chantagem, de direita ou de
esquerda. E finalmente não aceitai lições senão daqueles jovens combatentes de
Budapeste dispostos a morrer pela liberdade. Esses de certeza vos não mentiram
ao gritar que o espírito livre e o trabalho livre, numa nação livre, no seio de
uma Europa livre, são os únicos bens deste mundo por que vale a pena lutar e
morrer.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">LITERATURA/ FILOSOFIA: “Não sou um romancista no sentido em que normalmente
se entende. Mas antes um artista que cria mitos à medida da sua paixão e da sua
angústia.” (<i>Cadernos</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">LITERATURA/ FILOSOFIA: “Os grandes romancistas são romancistas filósofos.”
(<i>O Mito de Sísifo</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">LITERATURA/ FILOSOFIA: “Um romance não é senão uma filosofia em imagens.”
(Recensão ao livro de Sartre, <i>A Náusea</i>, 10/ 1938) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">LITERATURA/ VIDA: “[…] o erro de uma certa literatura é acreditar que a
vida é trágica porque é miserável. Ela pode ser surpreendente e magnífica, eis
toda a sua tragédia.” (Recensão ao livro de Sartre, <i>A Náusea</i>, 10/ 1938) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MAL: “Estancamos diante do mal. E para mim é bem verdade que me sinto um
pouco como esse Santo Agostinho que, antes da sua conversão ao Cristianismo,
dizia: ‘Procurava donde vinha o mal e não saía nunca dele’. Mas é também
verdade que eu sei, como outros, o que é preciso fazer, se não para diminuir o
mal, pelo menos a forma de o não aumentar.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MARXISMO: “Contar-se-iam pelos dedos das mãos os comunistas que chegaram à
revolução pelo estudo do marxismo. Convertem-se primeiro e só depois leem as
Escrituras.” (<i>O Homem Revoltado</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MEDO E POLÍTICA: “O século XVII foi o século das Matemáticas, o XVIII das
Ciências Físicas, o XIX da Biologia. O nosso século XX é o século do Medo.
Dir-me-ão que o medo não é uma ciência. Mas também a Ciência aqui se encontra
implicada, já que os últimos progressos teóricos a levaram a negar-se a si
própria, e os avanços práticos hoje ameaçam destruir toda a terra. Além do
mais, se o medo não pode considerar-se em si uma ciência, não há dúvida que ele
é, apesar de tudo, uma técnica. O que mais nos impressiona hoje, com efeito, é
que no mundo atual, em geral (e à exceção dos crentes de todas as espécies), a
maior parte dos homens se encontra privada da noção de futuro. Ora não há vida
vivida sem projeção no tempo, sem esperança de amadurecimento e progresso.” (<i>Atuais</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MEIOS/ FINS: “Quando um trabalhador, em qualquer ponto do mundo, ergue os
seus punhos nus diante de um tanque e grita que não é um escravo, que somos nós
se a isso ficarmos indiferentes?” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MITO/ ESTILO: A obra de um homem não é senão esse longo caminho para
encontrar, pelos desvios da arte, as duas ou três imagens simples e grandes
sobre as quais o coração pela primeira vez se abriu.” (Prefácio a <i>O Avesso e
o Direito</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MULHERES: “As rosas retardatárias de Santa Maria Novella e as mulheres,
neste domingo de manhã em Florença. Os seios libertos, os olhos e os lábios que
vos fazem bater o coração, a boca seca e um calor nos rins.” (<i>Núpcias</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MUNDO: “Todas as gerações, sem dúvida, se julgam fadadas para refazer o
mundo. A minha sabe, no entanto, que não poderá refazê-lo. A sua tarefa é
talvez maior. Consiste em impedir que se desfaça, partindo unicamente das suas
negações.” (<i>Discursos da Suécia</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">MÚSICA: “A música é a expressão perfeita de um mundo ideal que nos é
comunicado através da harmonia. Esse mundo existe. Não a um nível superior ou
inferior a ujm mundo real, mas paralelamente a ele. Mundo das ideias? Talvez.
Ou então mundo dos números, pois nos é comunicado pela harmonia.” (<i>Ensaio
sobre a Música</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br style="mso-special-character: line-break;" /></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">NIILISMO: “Perante o mais cerrado niilismo, não procurei senão as razões
para ultrapassar esse niilismo. E isto não por virtude ou por uma rara elevação
de alma, mas por uma fidelidade instintiva à luz em que nasci, e onde, desde há
milhares de anos, os homens aprendem a saudar a vida, mesmo na dor.” (<i>Discursos
da Suécia</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">NUANCES: “Lutamos por essa indelével nuance que distingue o sacrifício do
misticismo, a energia da violência, a força da crueldade, por essa nuance ainda
mais subtil que separa o falso do verdadeiro, e o homem em que nos esperamos
tornar dos deuses cobardes com que vós sonhareis.” (<i>Carta a um Amigo Alemão</i>,
I) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span><br />
<div align="justify">
</div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ORDEM SOCIAL: “Fala-se agora muito de ordem. Porque a ordem é uma coisa boa
que bem falta nos fez. […] Evidentemente, a ordem de que se fala muito hoje é a
ordem social. Mas a ordem social é somente a da tranquilidade nas ruas? Não é
certo. […] Talvez ajude para saber o que é a ordem social a comparação com a
conduta individual. Quando dizemos nós que um indivíduo pôs a sua vida em
ordem? Quando ele vive de acordo com ela e conformou a sua conduta ao que julga
verdadeiro. Um insurreto que, sob a desordem das paixões, morre por uma ideia
que fez sua, é na verdade um homem de ordem, porque ordenou toda a sua conduta
segundo um princípio que lhe parece evidente. Mas não podemos nunca dizer que
tem a vida em ordem um privilegiado que faz regularmente, durante toda a sua
vida, três refeições por dia, e baseia a sua fortuna em valores seguros, mas
que se fecha em casa quando ouve barulho na rua. Trata-se somente de um homem
com medo e poupado. E se a ordem francesa fosse a da prudência e a da secura do
coração, estaríamos tentados a ver nela a pior das desordens, já que, por
indiferença, se passariam a permitir todas as injustiças. De tudo isto se
concluiria que não há ordem sem equilíbrio e sem acordo. Não basta exigir ordem
para bem governar, porque bem governar é a única forma de atingir uma ordem que
faça sentido. Não é a ordem que dá força à justiça, mas a justiça que dá a
certeza da ordem.“ (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">POBREZA: “A miséria impediu-me de acreditar que tudo está bem sob a luz do
sol da História; o sol ensinou-me que a História não é tudo.” (<i>O Avesso e o
Direito</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">POLITICA: “Não sou feito para a política pois sou incapaz de querer ou de
aceitar a morte do adversário.” (<i>Cadernos</i>)</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">REALISMO: “Todos somos realistas e ninguém o é. A arte não significa nem a
recusa total nem o total assentimento daquilo que é. […] Sendo simultaneamente
recusa e assentimento, […] o artista encontra-se sempre nesta ambiguidade, incapaz
de negar o real e, no entanto, eternamente votado a contestá-lo no que ele tem
de eternamente inacabado.” (<i>O Homem Revoltado</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">RESPONSABILIDADE: “Não podemos impedir que esta criação seja aquela em que
são torturadas crianças. Mas podemos diminuir o número de crianças torturadas.”
(<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">RETRATO DO ESCRITOR: “[…] não possuindo títulos que não partilhe com os
seus companheiros de luta, vulnerável mas persistente, injusto mas apaixonado
pela justiça, construindo a sua obra, sem vergonha mas sem orgulho perante
todos, sempre dividido entre a beleza e a dor, e votando por fim todo o seu
esforço a gerar do seu ser duplo as criações que obstinadamente edifica no
movimento destruidor da História.” (<i>Discursos da Suécia</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ROMANCE DE TESE: “O romance de tese, a obra que pretende provar, a mais
detestável de todas, é aquela que mais frequentemente é inspirada num espírito
satisfeito.” (<i>O Mito de Sísifo</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">SANTA BÁRBARA DE ORÃO: “Sabeis que eu não sou muitas vezes religioso. Mas
se acontecer eu sê-lo, sabei que não necessito de Deus e que não o posso ser
senão quando quiser fingir que o sou, porque um comboio vai partir e a minha
oração não tem amanhã.” (<i>Cadernos</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">SARTRE: “Não é por acaso que o filósofo que inspira hoje o pensamento
europeu é aquele que escreveu que só a vida moderna permite que o espírito tome
consciência de si mesmo, e que foi até ao ponto de afirmar que a natureza é
abstrata, e que só a razão é concreta.” (<i>Atuais</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">SOFRIMENTO: “Sim, são as faltas que originam os nossos piores sofrimentos.
Mas que importa, na verdade, o que nos falta, quando o que possuímos se não
esgotou ainda? Tantas coisas são suscetíveis de ser amadas que nenhum
desfalecimento pode ser definitivo. Saber sofrer é saber amar. E quando tudo
rui tudo recomeçar, com simplicidade, enriquecidos pela dor, quase felizes com
a sensação da nossa infelicidade.” (<i>Escritos de Juventude</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">SURREALISMO: “A verdadeira destruição da linguagem, que o surrealismo
procurou com tanta obstinação, não se encontra na incoerência ou no automatismo.
Antes se encontra na palavra de ordem.” (<i>O Homem Revoltado</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">TERRORISMO: “Se um terrorista lança uma granada no mercado de Belcourt
frequentado pela minha mãe e ele a mata, serei responsável se, para defender a
justiça, eu tiver igualmente de defender o terrorismo. Amo a justiça, mas amo
também a minha mãe.” (Camus a Roblés, testemunho) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">TRAGÉDIA/ MELODRAMA: “O que é afinal uma tragédia? […] Eis o que me parece
distingui-la: as forças que se confrontam na tragédia são igualmente legítimas.
No melodrama, ou no drama, pelo contrário, somente uma é legítima. […] Na
primeira, cada força é, ao mesmo tempo, boa e má. Nos segundos, uma força
representa o bem e outra o mal (por isso, na nossa época, o teatro de
propaganda não é senão uma ressurreição do melodrama). Antígona tem razão, mas
Creonte não tem menos. Também Prometeu é ao mesmo tempo justo e injusto. E
Zeus, que o castiga sem piedade, está no seu direito.” (<i>Sobre o Futuro da
Tragédia</i>) </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br /></span>
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">UTOPIA: “O mundo deve hoje escolher entre o pensamento político anacrónico e o
pensamento utópico. O pensamento anacrónico está em vias de nos matar. Por mais
desconfiados que sejamos (e que eu seja), o espírito da realidade logo nos
reconduz a esta utopia relativa. Quando essa utopia entrar na História, como
sucedeu com muitas outras utopias do mesmo género, os homens lhe chamarão
realidade. É assim que a História não é senão o esforço desesperado dos homens
para dar forma aos seus sonhos mais clarividentes.” (<i>Atuais</i>)</span></div>
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">
</span>
<div align="justify">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span><br /></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br />
<span style="color: black;">Seleção de Maria Luísa Malato e Eduardo Graça (para publicação no Expresso o que viria a acontecer na sua edição online e também em formato papel.)</span></span><o:p></o:p>Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-78742666423685167292013-11-06T08:57:00.004-08:002015-01-05T14:08:03.042-08:00ALBERT CAMUS - Pelo Centenário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjblfn9SFFGiAWtYMVG-OJLtEPqXDhKdqD4NCD8juSq3hyDvJOm3v8gpiF4WJXAeNzWtHAL_IsuSsWBjdA6uzL5CPthvS3kSE3l4kDENo3oNuqCM6kgx6JynGjhKQmUx6y34uo8/s1600/karsh2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjblfn9SFFGiAWtYMVG-OJLtEPqXDhKdqD4NCD8juSq3hyDvJOm3v8gpiF4WJXAeNzWtHAL_IsuSsWBjdA6uzL5CPthvS3kSE3l4kDENo3oNuqCM6kgx6JynGjhKQmUx6y34uo8/s1600/karsh2.jpg" height="640" width="510" /></a></div>
<strong><br /></strong>
<strong>7 de novembro de 2013 – O Renascimento de Albert Camus</strong> <br />
<strong><br /></strong>
<div class="post-header">
<div class="post-header-line-1">
</div>
</div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-3619824763289381576" itemprop="description articleBody">
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{33}" paraid="1410449068" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">Paul Valéry, desdenhando das biografias, escreveu um dia: “Ainda que pouco saibamos sobre Homero, permanece para nós intacta a beleza marítima da Odisseia”. Mas o exemplo de Homero, talvez rapsodo de textos alheios, não parece adequar-se à vida e obra de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Albert</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Camus. Sabida a vida de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Albert</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Camus nos damos conta de que alguns autores fazem também da vida uma obra. Quase nada na sua vida é provável, quase tudo é a demonstração de uma alargada coerência estilística que vai do pensamento ao gesto, do gesto à palavra, e da forma da palavra ao conteúdo da palavra. E por isso quanto mais sabemos sobre a vida de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Albert</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Camus mais </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">ela</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> nos persuade da verdade da obra. E da urgência de a lermos, se andamos sedentos de verdade. </span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{48}" paraid="1562815518" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{63}" paraid="799398760" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1913-1917- </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Albert</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Camus argelino, pelo nascimento, filho de emigrantes, nasceu pobre. A sua mãe, Catherine </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Sintès</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, era de ascendência espanhola (Baleares) e seu pai, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Lucien</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Camus, de ascendência francesa. O pai morreu em 11 de outubro de 1914, no hospital militar de Saint-</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Brieuc</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, depois de ter sido gravemente ferido na Batalha de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Marne</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. A família muda-se para o bairro </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Belcout</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, em Argel.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{65}" paraid="148831443" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{74}" paraid="1838542473" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1918-1923 - Camus frequenta a escola comunal de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Belcourt</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> tendo chamado a atenção de Louis </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Germain</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, seu professor, que admirando as qualidades do seu jovem aluno e apercebendo-se da vontade da família para que abandonasse os estudos por motivos económicos, intercedeu junto da avó de Camus (a verdadeira matriarca da família) para que lhe fosse permitido prosseguir. A diligência foi bem-sucedida e, em 1923, Camus ingressa, como bolseiro, no liceu </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Bugeaud</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, em Argel.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{76}" paraid="736947543" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{87}" paraid="995747818" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1924-1931 - Frequenta o curso liceal nunca tendo esquecido o seu mestre Louis </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Germain</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> a quem dedicará os Discursos da Suécia, pronunciados em dezembro de 1957, por ocasião da entrega do Prémio Nobel da Literatura. Segue Filosofia, tendo como professor Jean </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Grenier</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, um notável escritor, cuja influência se revelará decisiva na formação intelectual e humana de Camus. Pelos seus 17 anos, em 1930, atingido pela tuberculose, é acolhido em casa de seu tio Gustave </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Acault</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, dono de um talho, franco-mação, homem de uma cultura invejável, em cuja vasta e eclética biblioteca, Camus toma contacto com os clássicos e lê obras de Balzac, Victor Hugo, Émile Zola, Anatole France e de outros autores. Quando, em 1946, lhe anunciam a morte do tio Gustave confia a Jean </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Grenier</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">: “Foi o único homem que me fez imaginar o que poderia ser um pai.” Em 1931, é obrigado a abandonar a paixão pelo futebol, de que chegou a ser praticante numa equipa da Universidade de Argel, devido aos primeiros sinais da tuberculose, doença que o impedirá naquele ano de fazer as provas de acesso à Faculdade.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{89}" paraid="52614790" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{107}" paraid="1787598422" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1932-1935 - Prepara a sua licenciatura em filosofia na Universidade de Argel. Publica alguns artigos na revista </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Sud</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Jean </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Grenier</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> publica As Ilhas. Em 1933 Camus perfaz 20 anos e Hitler sobe ao poder. Em 16 de junho de 1934, Camus casa-se, pelo civil, com Simone </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Hié</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Nesse mês, obtém o certificado de Psicologia e, em novembro de 1934, o Certificado de Estudos Literários Clássicos. O ano de 1935 revela-se fecundo: obtém o </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">certificado de Filosofia Geral e História da Filosofia. Começa a escrever </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Envers</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">et</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">l´Endroit</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e, em maio, inicia a escrita dos Cadernos e funda o Teatro do Trabalho. Compõe, “em coletivo”, a peça Revolta nas Astúrias e, por influência de Jean </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Grenier</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, no outono de 1935, adere ao Partido Comunista Argelino.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{109}" paraid="779117126" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{114}" paraid="678877611" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1936 - Em abril, é proibida a representação de Revolta nas Astúrias, mas a peça é publicada pela editora Charlot; em maio, Camus obtém o Diploma de Estudos Superiores em Filosofia com uma tese intitulada Metafísica Cristã e Neoplatónica: Plotino e Santo Agostinho; nesse mesmo mês, a Frente Popular vence as eleições em França; a 17 de julho, tem início a Guerra Civil Espanhola que o marcou profundamente e na qual toma, declaradamente, o partido dos republicanos. Mais tarde será condecorado pelo governo espanhol republicano, no exílio, numa peculiar cerimónia, em que comparece sozinho; realizou uma viagem, marcante, à Europa Central e separou-se de Simone </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Hié</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{116}" paraid="1921597049" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{139}" paraid="372154750" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1937 - Edita, em Argel, com uma tiragem reduzida, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Envers</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">et</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">l´Endroit</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">; elabora o projeto para La </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Mort</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">heureuse</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e trabalha na redação de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Noces</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">; doente</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">,</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> parte para Paris, Marselha e visita o norte de Itália, deixando nos Cadernos notáveis apontamentos desta visita; de regresso à Argélia, recusa o lugar de professor em </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Sibi</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">-bel-</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Abbès</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> (Orão); o Teatro do Trabalho passa a chamar-se Teatro da Equipa. Em agosto de 1937, é excluído do Partido Comunista, acusado de “trotskista”. Encontra, pela primeira vez, Francine </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Faure</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, sua futura mulher.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{141}" paraid="368454203" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{154}" paraid="532597130" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1938 - Concluindo </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Noces</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, toma notas para Calígula e trabalha, intensamente, na atividade teatral, destacando-se uma adaptação de Os Irmãos Karamazov, de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Dostoievski</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, na qual interpretará o papel de Ivan Karamazov. Conhece Pascal Pia, redator-chefe do novo jornal </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Alger</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Républicain</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, do qual se torna redator. Faz a apresentação do primeiro número da revista </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Rivages</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{156}" paraid="1967554082" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{169}" paraid="744609725" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1939 - Publicou, em Argel, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Noces</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, nas edições Charlot; a França e a Inglaterra declaram, a 3 de setembro, guerra à Alemanha; o seu alistamento voluntário no exército é recusado por razões de doença. Proibição do </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Soir</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Républicain</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> que havia sucedido ao </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Alger</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Républicain</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{171}" paraid="1084107527" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{184}" paraid="249920594" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1940 - Camus parte, em 14 de março, para Paris, onde se junta a Pascal Pia, assumindo funções no secretariado da redação do Paris-</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Soir</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. No dia 1º de Maio, escreve numa carta a Francine: “Acabei o meu romance […] Sem dúvida, não terminei o meu trabalho”. Tratava-se de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Étranger</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Nos inícios de junho, face à iminência da ocupação de Paris pelos alemães, Camus acompanha a redação do Paris-</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Soir</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> para </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Clermont-Ferrand</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, instalando-se, em setembro, na cidade de Lyon; em novembro, junta-se-lhe Francine </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Faure</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e, a 3 de Dezembro, casam em Lyon, tendo como testemunhas Pascal Pia e três tipógrafos do jornal; logo de seguida, no final do ano, é despedido, regressando à Argélia, Orão.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{186}" paraid="350159341" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
<div class="OutlineElement Ltr SCX26597327" style="margin-left: 0px; text-indent: 0px;">
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{189}" paraid="1247384588" style="-ms-text-justify: auto; background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1941 - Este regresso forçado à Argélia, para junto dos familiares da mulher, em Orão, cidade que detestava, coincidiu com uma época de dificuldades materiais; a 21 de fevereiro, escreve nos Cadernos: “Acabei Sísifo. Os três Absurdos estão terminados”. Faz circular o manuscrito de O Estrangeiro; em abril, regressa a Argel e, em novembro, O Estrangeiro é aceite pela equipa de leitura da editora Gallimard.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{191}" paraid="1771142650" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1942 - Sofre uma recaída da tuberculose e, a meio de agosto, muda-se para as terras altas de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Auvergne</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">; em maio, é publicado pela Gallimard, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Étranger</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, acabado de imprimir em 21 de abril, que continua a ser o livro mais vendido das edições Gallimard, a que se segue, em outubro, a publicação, pela mesma editora, de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Le</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Mythe</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Sisyphe</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Escreve La Peste; a 8 de novembro, as tropas aliadas desembarcam em Marrocos e na Argélia, separando-o da mulher, que havia regressado à Argélia no mês anterior; reencontrar-se-ão somente após a Libertação.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{206}" paraid="135448846" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1943-1944 - Estabelece contacto com o movimento clandestino da Resistência </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Combat</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">; em junho de 1943 conhece Sartre, em Paris, aquando da estreia da peça As Moscas; encontra-se com Claude </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Bourdet</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, do Comité Nacional da Resistência, assumindo funções, cada vez mais importantes, no jornal </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Combat</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> que o levaram a assumir, no início de 1944, a direção do jornal; a 6 de junho, as tropas aliadas desembarcam na Normandia; em junho, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Le</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Malentendu</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> sobe à cena, sob a direção de Marcel </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Herrand</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. O seu empenhamento no teatro, de que tanto gostava, propicia a paixão pela atriz Maria </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Casarès</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, com a qual manterá um longo relacionamento amoroso; em 21 de agosto, é editado o primeiro número legal do jornal </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Combat</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> com um editorial assinado, pela primeira vez, com o nome de Camus, intitulado: </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Le</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Combat</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> continue …; 25 de Agosto é o dia da libertação de Paris e Camus intitula o seu editorial La </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Nuit</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> de la </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Vérité</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">; a partir de 31 de agosto escreve no </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Combat</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> uma série de notáveis artigos acerca da liberdade de imprensa.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{a6b767c9-783c-4ee1-9aca-2c3d17ff6c31}{237}" paraid="1334091968" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1945 - No pós-guerra, Camus desenvolveu uma intensa atividade jornalística e política; uma das suas mais relevantes tomadas de posição refere-se ao lançamento da primeira bomba atómica sobre </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Hiroshima</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, a 6 de agosto, tendo, dois dias depois, publicado um editorial referindo “as terríveis perspetivas que se abrem à humanidade”; a 5 de setembro, nascem os seus filhos gémeos, Catherine e Jean. Representação de Calígula no teatro </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Hébertot</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e publicação, pela Gallimard, de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Lettres</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> à </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">un</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Ami</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Allemand</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, em memória de René </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Leynaud</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{1}" paraid="1597308928" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1946 - Em março/junho, viaja para os Estados Unidos e Canadá; pelo outono nasce uma mútua, e profunda, amizade com René </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Char</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> (“</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Char</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> que eu amo como a um irmão”- dirá a Pierre </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Berger</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">), que, para Camus, era mais do que um poeta, um resistente, o Capitão Alexandre da Resistência, chefe do “maquis”; em novembro, escreveu uma série de oito artigos para o </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Combat</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, reunidos sob o título Nem vítimas nem carrascos. Reescreve La Peste.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{14}" paraid="1017221408" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1947 - A 3 de junho, Camus abandona o jornal </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Combat</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, cuja redação se havia dividido a propósito da criação por De Gaulle do RPF (</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Rassemblement</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">du</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Peuple</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Français</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">); no </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">dia 10 do mesmo mês, é publicado La Peste, edição da Gallimard: é o seu primeiro grande sucesso editorial tendo sido vendidos, entre julho e setembro, 96.000 exemplares, e com ele obterá o “Prémio dos Críticos”.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{30}" paraid="559025249" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1948 – Em janeiro, termina a redação de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´État</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Siège</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, no qual trabalhará ainda em julho; em outubro, esta peça sobe à cena, com encenação de Jean-Louis </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Barrault</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, tendo constituído um tremendo fracasso, tanto para a crítica como para o público.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{41}" paraid="814532358" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1949-1951 - Em julho/agosto de 1949, Camus realiza uma longa viagem à América do Sul, para proferir uma série de Conferências; regressa gravemente doente; durante a viagem, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">concluira</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> a peça </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Les</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Justes que, em dezembro, sobe à cena, com encenação de Paul </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Oettly</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, tendo </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Serge</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Reggiani</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e Maria </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Casarés</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> nos principais papéis. Segundo as suas próprias palavras, tratou-se de um </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">semi-sucesso</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. No ano de 1950, além da publicação de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Actuelles</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Chroniques</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> 1944-1948, Camus recupera da doença. Em 1951, termina a redação de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Homme</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Révolté</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, publicado em outubro, pela Gallimard, desencadeando então uma forte polémica que ganhará sobretudo expressão no ano seguinte. Camus aborda, de forma desassombrada, para o seu tempo, a questão dos totalitarismos: “o fascismo é a glorificação do carrasco por ele próprio; o comunismo, mais dramático, a glorificação do carrasco pelas vítimas”.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{68}" paraid="2091505381" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1952 - Alguns dias antes da saída do livro, Camus dissera a Oliver </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Todd</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, seu biógrafo: “Apertemos as mãos. Porque daqui a alguns dias não haverá muita gente para me apertar a mão”. Camus sabia que a liberdade de pensamento nem sempre é bem aceite. Em </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Homme</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Révolté</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, Camus realiza um esforço sério para compreender o seu tempo, ousando condenar não só a barbárie nazi, mas também o Goulag, contra a opinião dos seus amigos da esquerda sob a hegemonia do Partido Comunista Francês. Em maio, na revista </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Temps</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Modernes</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, Francis </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Jeanson</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, a mando de Sartre, publica um artigo violento, e insultuoso, contra o ensaio de Camus, que responde dirigindo-se ao diretor da revista, ou seja, ao próprio Sartre, levando ao corte de relações entre ambos. Em dezembro, Camus publica </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Post-sciptum</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, texto no qual procura explicar as razões que o tinham levado a escrever </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Homme</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Révolté</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Recusa-se a colaborar com a UNESCO, em protesto contra a admissão da Espanha franquista na organização.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{91}" paraid="1863011961" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1953 - Camus desenvolve intensa atividade no campo teatral e toma posições públicas de protesto contra a prisão, na Argentina, de Victoria </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Ocampo</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, contra a intervenção da União Soviética em Berlim Leste e contra a repressão, pela polícia de Paris, de manifestantes da África do Norte; a Gallimard publica o volume </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Actuelles</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> II (1948-1953); surge nos Cadernos a primeira referência ao esboço do que viria a ser a sua última obra, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Le</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Premier</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Homme</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Sua mulher Francine dá sinais de uma grave depressão.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{106}" paraid="1313617298" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1954 - O estado depressivo de Francine agrava-se e Camus vive um período de grande cansaço e desilusão; a Gallimard publica </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Été</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, na coleção </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Les</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Essais</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">; profere intervenções públicas a favor de sete tunisinos condenados à morte; a 7 de maio, escreve nos Cadernos: “Queda de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Dien</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Bien</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Phu</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Como em 40, sentimento partilhado </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">de vergonha e de fúria”; em setembro, Francine apresenta melhoras; viagens à Holanda e a Itália, para uma série de conferências, enquanto eclode, na Argélia, a luta armada de libertação.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{124}" paraid="1721816431" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{124}" paraid="1721816431" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="LineBreakBlob BlobObject SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"><span class="SCX26597327"></span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1955 - Em fevereiro, viaja para a Argélia, visitando as regiões atingidas por um violento tremor de terra no ano anterior enquanto a crise política argelina se agrava, tendo sido instaurado, por Edgar </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Faure</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, Presidente do Conselho, o “estado de emergência”; em abril/maio, realiza um sonho antigo: a viagem à Grécia, onde profere uma série de conferências. Em julho/agosto, visita, de novo, a Itália; em Julho escreveu, no </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Express</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, dois longos artigos - </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Terrorisme</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">et</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Répression</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Avenir</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Algérien</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> - acerca da situação argelina, apelando à realização de uma conferência com vista a alcançar uma solução política, uma “espécie de nação mista, na qual franceses e árabes viveriam livremente e em igualdade de direitos em solo argelino”; entretanto, a situação política agrava-se na Argélia e, no 1º de outubro, escreve </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Lettre</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> à </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">un</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Militant</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Algérien</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e outros artigos acerca da situação argelina, nos quais defende uma conciliação entre os interesses em presença, afirmando que “a Argélia não é a França” mas que nela vivem um milhão de franceses; a escalada da guerra na Argélia tornara-se insuportável para Camus que viveu a “infelicidade argelina como uma tragédia pessoal “. Apoia a Frente Republicana e o programa eleitoral de Mendes-France. </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="FR-FR"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Em</span><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">novembro</span><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, </span><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">publica</span><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, no Le Monde libertaire, L´Espagne et le Donquichottisme.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{124}" paraid="1721816431" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{152}" paraid="347284393" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1956 - Numa última tentativa de conciliação no conflito argelino, que se agravava dia a dia, Camus viaja para a Argélia, onde lança, perante uma assembleia tensa e conturbada, um dramático apelo em prol de uma trégua que poupasse os civis: “ (…) porque mesmo o mais decidido entre vós conserva no meio da confusão da luta um recanto do seu coração, no qual, eu sei bem, não se conforma com o assassínio e o ódio e sonha com uma Argélia feliz. É a esse recanto em cada um de vós, franceses e árabes, que nós apelamos”. Olivier </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Todd</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, no final da sua biografia, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Albert</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Camus, une </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Vie</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, (Gallimard, 1996), escreverá depois que “face ao problema argelino, Camus foi legalista e moralista (...) ele queria para a Argélia o que alguns, com Nadine </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Gordimer</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> à cabeça, sonharam para a África do Sul: a coexistência na igualdade de direitos; dois povos numa só nação e um estado de direito multirracial”. Mas tal sonho tornara-se irrealizável na Argélia. Em maio, a Gallimard publica La Chute; em 2 de julho, Camus assina um texto de protesto contra a repressão em Poznan (Polónia); em 4 de novembro, as tropas soviéticas entram em Budapeste, esmagando a insurreição húngara; responde ao apelo dos escritores húngaros e pede à ONU que mande retirar as tropas da URSS da Hungria: </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Pour</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> une démarche </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">commune</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> à </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">l´ONU</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">des</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">intellectuels</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">européens</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">” (</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Franc-Tireur</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">).</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{179}" paraid="1046438695" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1957 - Em março, discursa na Sala </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Wagram</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> contra a intervenção na Hungria (</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Kadar</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> a eu </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">son</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">jour</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">peur</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">) e </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">publica</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, pela Gallimard, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">L´Exil</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">et</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">le</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Royaume</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Mas este é o ano do Nobel da Literatura que lhe seria atribuído, em 16 de outubro, “pelo conjunto de uma obra que lança luz sobre os problemas que se colocam, nos nossos dias, à consciência do homem”. A reação de Camus à notícia ficou registada nos Cadernos, no dia 17 de outubro, com uma pungente referência à sua infância pobre, lembrando a mãe: “O Nobel. Estranho sentimento de abatimento e melancolia. Aos 20 anos, pobre e nu, conheci a verdadeira glória. A minha mãe.” Mas, logo no dia 19, nos mesmos Cadernos, o reverso da medalha: “Assustado com tudo o que me acontece e que eu não pedi. E </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">para cúmulo ataques tão baixos que me deixam apertado o coração”. René </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Char</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, por sua vez, de coração aberto, exulta, numa carta dirigida a Camus: “Espero bem, creio que consta o que será certo. Assim, a certeza do que circula na imprensa incita-me sem reservas a regozijar-me e a achar que esta quinta-feira, dia 17 de outubro de 1957, é para mim o melhor, o mais esplendoroso, sim o melhor dia de há muito, entre tantos dias de desespero. Peço-lhe que aceite, para memória deste dia, esta pequena caixa que me salvou a vida quando combatia na resistência, e que eu desde então conservei como uma relíquia verdadeiramente íntima”. No outono, publicou, pela </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Calmann-Lévy</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Réflexions</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">sur</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> la peine </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">capitale</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, na Suécia, a partir de 9 de dezembro, proferia, além do discurso de aceitação do Prémio Nobel, duas conferências, em Estocolmo e </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Upsala</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">; na primeira das quais, interpelado por um jovem argelino, profere uma célebre, e polémica, frase: ”Creio na justiça, mas defenderia a minha mãe antes da justiça”.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{217}" paraid="2063781655" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1958 - Com o dinheiro do Prémio Nobel compra uma casa em </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Lourmarin</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">. Sua mãe recusa sair da Argélia e Camus decide abster-se de qualquer intervenção direta no conflito argelino. Em janeiro, publica, na Gallimard novamente, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Discours</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Suède</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> e, em junho, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Actuelles</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> III, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Chroniques</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">algériennes</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> (1939-1958). Em março/abril, visita a Argélia e, em junho, doente, regressa à Grécia. Trabalha na adaptação teatral de Os Possessos, de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Dostoievski</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, que sobe à cena, em janeiro do ano de 1959, com encenação do próprio Camus.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{236}" paraid="2059872362" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1959 - No mês de março, nova visita à Argélia, para ver a mãe, recentemente operada; começa a escrever, finalmente, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Le</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Premier</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Homme</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, a que dedica todo o ano; apresentação de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Possédés</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> em Veneza, assim como em França e noutros países; a 14 de dezembro tem o seu derradeiro encontro público, com estudantes estrangeiros em </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Aix</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">-</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">en</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">-Provence, no qual em resposta à pergunta: “Considera-se um intelectual de esquerda?”, </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">responde</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">: “Não estou certo de ser um intelectual. Quanto ao resto, sou pela esquerda, apesar de mim, e apesar dela”.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{3e386ecd-9793-4e26-8d50-e8b54f5b862a}{255}" paraid="113944170" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">1960 - No dia 3 de janeiro, Camus parte da sua casa de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Lourmarin</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, onde havia passado o fim de ano, de regresso a Paris, no </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Facel</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Vega conduzido por Michel Gallimard. Francine Camus fizera a viagem de comboio na qual deveria ter sido acompanhada por Camus; no dia seguinte, no prosseguimento da viagem, o carro despista-se, numa longa reta, em </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Villeblevin</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, perto de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Montereau</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, embatendo num plátano, provocando a morte imediata de Camus e, cinco dias mais tarde, a de Michel Gallimard. Na pasta de couro de Camus, encontrava-se, além de diversos objetos pessoais, o manuscrito de </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Le</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Premier</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Homme</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">, um romance inacabado, cento e quarenta e quatro páginas que sua mulher Francine haveria de dactilografar e sua filha, Catherine, fixaria em texto, publicado pela Gallimard, na primavera de 1994.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span><br />
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{8eda278e-15fc-4d3b-ac4d-c063616bdf91}{19}" paraid="2132648845" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Albert</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;"> Camus está sepultado em </span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="SpellingError SCX26597327" style="background-color: inherit;">Lourmarin</span></span><span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">.</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{8eda278e-15fc-4d3b-ac4d-c063616bdf91}{27}" paraid="1389464859" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun EmptyTextRun SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"></span><span class="LineBreakBlob BlobObject SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"><span class="SCX26597327"> </span></span><span class="TextRun EmptyTextRun SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{8eda278e-15fc-4d3b-ac4d-c063616bdf91}{30}" paraid="1277112616" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="TextRun SCX26597327" style="color: black; font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;" xml:lang="PT-PT"><span class="NormalTextRun SCX26597327" style="background-color: inherit;">Eduardo Graça</span></span><span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; font-size: 12pt; line-height: 18px;"> </span></div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{8eda278e-15fc-4d3b-ac4d-c063616bdf91}{30}" paraid="1277112616" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-size: 6pt; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
<div class="Paragraph SCX26597327" paraeid="{8eda278e-15fc-4d3b-ac4d-c063616bdf91}{30}" paraid="1277112616" style="background-color: transparent; color: windowtext; font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana,"Sans-Serif"; font-style: normal; font-weight: normal; margin-left: 0px; text-align: justify; text-indent: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="EOP SCX26597327" style="font-family: Times New Roman,Serif; line-height: 18px;"><span style="font-size: xx-small;">[Publicado na edição do passado sábado do semanário Expresso (Atual) pelo Centenário do nascimento de Albert Camus. Este texto é uma variante de um outro publicado pelo cinquentenário da sua morte. Para memória futura.]</span></span></div>
</div>
Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-11165738961518064792013-11-02T15:52:00.001-07:002013-11-03T06:20:47.829-08:00ALBERT CAMUS - PELO CENTENÁRIO<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">CAMUS E O LIVRO QUE QUEREMOS LEVAR PARA UMA
ILHA HABITADA<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">“Que livro levarias para uma ilha deserta?” <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Muitos respondem que a Bíblia, talvez porque é
uma biblioteca num só livro. Umberto Eco optava pela lista telefónica, para
poder inventar com aquelas personagens um número infinito de histórias. Outros,
mais pragmáticos, um manual de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Como se
faz uma canoa</i>. Todas as respostas nos dizem afinal que o ser humano é
gregário: dá-se mal com a solidão e, quando se vê sem companheiros de aventura,
gosta de os criar. Como fazia Robinson Crusoé até encontrar Sexta-feira, içando
regularmente a bandeira inglesa na ilha fora do mapa. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A resposta pode ser ligeira e em nada nos
comprometer. Talvez mais difíceis de escolher (e muito mais comprometedores) sejam
os livros que queremos guardar na nossa ilha habitada. Uma ilha sim, aquele
círculo de lugares, coisas e pessoas entre os quais moramos todos os dias e a
partir do qual avistamos o resto do mundo, se formos ao cais. A sobreposição de
factos, de tempos e de espaços que existe na vida real depressa nos leva a
esquecer o quão importante é guardar algumas coisas, poucas, algumas pessoas,
amigas, alguns livros, escolhidos. Vivemos com o que nos põem à frente, muitas
vezes sem nos preocuparmos com o pó que foi naturalmente tapando as rosas que
recebemos, os amigos que já não vemos, os livros que já não lemos. Até que um
pequeno abalo sísmico na nossa ilha habitada nos abre uma brecha na paisagem. É
sempre por causa dos abalos que refletimos no que é importante guardar. Eu sei
que levo pelo menos um livro de Albert Camus comigo, apesar de não estar na
moda em Portugal. A ilha em que eu habito não lê agora muito os autores
franceses e não gosta de ler coisas que ponham (mais) problemas. A ilha anda a
ler romance histórico: que é uma forma de enganar a memória atirando os
problemas para trás. Fazemos mal, se esquecermos Albert Camus. É um autor
francês que deve ser lido em período de abalos. Camus é importante na medida em
que nos obriga a questionar os velhos clichés e a identificar as novas
falácias. Camus é urgente, na medida em que nos interroga e nos incomoda,
levando-nos a ver para além da ilha, círculo vicioso e absurdo em que
habitamos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Vê-se bem a marca do livro de Camus na mala com
que ando pela vida. Só não consigo ver bem o título, talvez porque eu vá
mudando o livro, mantendo a editora. Tenho quase a certeza de que é <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Queda</i>. Acorda-me do sono mortal da
indiferença. Levei-o quando estive em Amesterdão. Para que me aparecesse de
novo Clamence, juiz-penitente, e ele me fosse acusando das minhas cobardias,
confessando as suas. Para que ele me alerte para as formas rituais de
dignificação dos vícios: “Até amanhã, pois, meu caro senhor e compatriota. Não,
agora facilmente atina com o caminho; deixo-o nesta ponte. Nunca passo, de
noite, numa ponte. É a consequência de um voto. Suponha, no fim de contas, que
alguém se atira à água. Das duas uma, ou o senhor o segue, para o tirar, ou o
abandona à sua sorte e os mergulhos retidos causam por vezes estranhas cãibras”…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ou talvez seja O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estrangeiro</i>. Releio agora sem professor, admirando cada vez mais a
conotação indelével das coisas ditas com simplicidade. Disseram-me seca a frase
“Hoje, a mamã morreu”. Mas se assim fosse, porquê a ternura da palavra “mamã”?
Tento variantes: “Hoje, a minha mãe morreu”, mais seco. “Hoje, a mãe morreu”:
mais seco ainda? O que é hoje evidente em Meursault é o percurso iniciático de
um homem que aprende a sair da indiferença que nunca foi absoluta. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Estrangeiro</i> é a história do caminho
que vai do “para mim tanto faz” ao “não” final, forma extrema de compromisso
solitário. Ensinou-me que Camus não é um filósofo do absurdo, mas um filósofo anti-absurdo,
na medida em que constrói os sentidos da vida a partir da consciência indelével
do absurdo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não, talvez sejam as <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Núpcias</i>. Ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Verão</i>.
Nestas obras reaprendo a vitalidade da Natureza, vitalidade engenhosa,
resistente, teimosa, ardilosa. Somos como as ruínas de Tipasa, o vento de
Djémila, a cidade babélica de Argel, o deserto afinal habitado. Somos ainda o
tronco daquelas amendoeiras que resistem à neve do Inverno, e ainda a neve que
resiste ao vento, e a flor que nasce de um tronco que parece morto, ainda antes
da primavera despontar. Camus recorda-nos a democracia da beleza: “<span class="MsoHyperlink"><u><span style="color: blue;">Bem pobres são aqueles que precisam de mitos. Descrevo e
digo: ‘Isto é vermelho, azul, verde. Isto é o mar, as montanhas, as flores.’
Tenho eu necessidade de falar de Dioniso para dizer que gosto de esmagar bolas
de lentiscos debaixo do meu nariz?”<o:p></o:p></span></u></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<u><span style="color: blue;"><span class="MsoHyperlink"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Bem pobres somos nós, que
precisamos de mitos. E de livros que nos recordem o essencial. Mais pobres
ficaremos se os não buscarmos.</span></span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></u></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><strong>Maria
Luísa Malato<o:p></o:p></strong></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Faculdade
de Letras da Universidade do Porto<o:p></o:p></span></div>
[Textos preparados para publicação no Expresso pelo Centenário de Albert Camus. Este foi publicado na edição de hoje.]<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-26289799406572371592013-10-13T10:13:00.001-07:002013-10-13T10:16:08.650-07:00ALBERT CAMUS - CENTENÁRIO (GRANDES TEXTOS)<h1>
ALBERT CAMUS - Alguns apontamentos para Nemésis</h1>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b>Por Maria Luísa Malato Borralho - Faculdade de
Letras da Universidade do Porto</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ4P7llufpwAbR5SNL0U_nlBQQCEwtbGWvVh0U19LjBGuKMEp38-n_NFmThZF9OMqrK6RndhX8Rq7ba1R7avXKL5AcqP4D3jXTNnmBdJ7_-YQmQdlHBdtdPiE8qTVFDVspwpSA/s1600/103006-camus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ4P7llufpwAbR5SNL0U_nlBQQCEwtbGWvVh0U19LjBGuKMEp38-n_NFmThZF9OMqrK6RndhX8Rq7ba1R7avXKL5AcqP4D3jXTNnmBdJ7_-YQmQdlHBdtdPiE8qTVFDVspwpSA/s400/103006-camus.jpg" width="282" /></a></b></div>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Fez no dia 4 de Janeiro cinquenta anos que Albert
Camus morreu. Tinha uns dias antes, terminado uns apontamentos sobre a forma de
aforismos: um nunca fechado ensaio sobre o que não convém esquecer, sobre o que
convém arrastar ao longo do tempo. Chamara-lhe “Para Nemésis” (Nemésis, a deusa
filha da Noite e do Oceano), e dedicara-o a Cerésol, um amigo de longa data.
Evocar Camus poderia ser mais um ritual literário. Não é ele que nos move. Mas
o pretexto para não o deixar morrer. Porque um escritor morre quando não é lido.
E a avaliar pelas leituras das novas gerações que chegam aos cursos
universitários de Literatura, a crer nos inquéritos que preenchem, e nos
modelos de literatura que incorporam, Albert Camus caiu num indiferente
silêncio. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quem é Albert Camus? Um escritor que não queria esquecer em si a
amálgama de raças de que todos somos feitos. Amarguravam-no os rótulos,
sacudia-os muitas vezes debalde, sobretudo depois de ter recebido o Prémio
Nobel. Sempre demasiado filósofo para entrar na cúria dos escritores, demasiado
escritor para entrar na quinta dos filósofos, demasiado instintivo para o coro
dos existencialistas, demasiado existencialista para o hino dos neo-realistas,
demasiado materialista para ser religioso, demasiado religioso para ser
materialista. Andamos a perdê-lo entre estes e outros lugares-comuns. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Albert
Camus é um escritor para o nosso tempo, para em cada tempo questionarmos o que
somos. Fala-nos por isso de coisas incómodas e não rotuláveis. Numa folha dos
seus cadernos foi anotando as dez palavras que preferia. “Resposta à questão
sobre as minhas dez palavras preferidas: Mundo, Dor, Terra, Mãe, Homens,
Deserto, Miséria, Verão, Mar”. Antes o lêssemos com palavras-chave ou com
aforismos. E dele fizéssemos apontamentos para Nemésis, formas de Memória, nascidas
do escuro da Noite e da mobilidade do Oceano. As palavras-chave abrem livros e
mundos. E os aforismos são uma sabedoria erudita, como provérbios de um povo de
leitores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mundo: “O meu papel não é o de transformar o mundo.
[…] Ou transformar os homens. […] Mas talvez seja o de, na minha circunstância,
somente servir aqueles valores sem os quais o mundo, mesmo transformado, não
merece ser vivido”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Homem Revoltado</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">.
O absurdo do mundo não é uma conclusão. Mas pode ser um ponto de partida.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Dor: “Devemos servir ao mesmo tempo a Dor e a
Beleza. A demorada paciência, a força, a secreta vitória que isso exigirá de
nós tornar-se-ão as virtudes sobre as quais fundaremos o renascimento de que
sentimos necessidade”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Avesso e o
Direito</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. Nunca se deve escolher entre </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
Avesso e o Direito</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> do mundo. Não se pode escolher.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Terra: “Bem pobres são aqueles que têm necessidade
de mitos. Aqui os deuses transformam-se em leitos e miradouros ao longo dos
caminhos. Descrevo e digo: ’Aqui está o vermelho, o azul, o verde. Isto é o
mar, a montanha, flores’. Que necessidade tenho de falar de Dionísio para falar
do gosto que tenho em esmagar as sementes de lentisco perto do nariz?” Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Estrangeiro</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. Há uma aprendizagem a
fazer do que temos. E do que perdemos quando o esquecemos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mãe: “[…] o sentimento bizarro que um filho dedica a
sua mãe constitui toda a sua sensibilidade. As manifestações dessa
sensibilidade nos mais diferentes domínios explicam-se suficientemente por essa
memória latente, o material da sua infância (cola que adere à alma) ”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Primeiro Homem</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. Crescer a tentar
perceber os silêncios, as lacunas, os gestos, os actos. Mais importantes do que
as palavras que foram faltando.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Homens: “Todos nós sabemos bem, sem qualquer sombra
de dúvida, que a tão procurada nova ordem mundial, não pode ser a imposição de
uma perspectiva nacional, nem mesmo continental, e muito menos ocidental ou
oriental. Ela só pode ser universal”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
Justos</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. Ajuda a reflectir sobre o terrorismo e os seus limites. Entender a
ordem é compreender a diversidade. Entender o Mal é desde logo exigir em nós a acção
responsável do Bem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Deserto: “O deserto tem algo de implacável. O céu
mineral de Orão, as suas ruas, as suas árvores revestidas pela poeira, tudo
contribui para criar esse universo espesso e impassível, onde o coração e o
espírito nunca andam distraídos, nele encontrando sempre razões para crescer,
para se afirmar”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Calígula</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> ou </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A Queda</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. O deserto nas cidades também. O
das palavras indiferentes e o dos gestos brutais. E a teimosa lição de toda a
vida que existe no deserto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Miséria: Respondendo a um crítico que lhe observava
que não podia ter aprendido o valor da liberdade em Marx: “- É verdade,
aprendi-o na miséria”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A Peste</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. A
miséria que pode amesquinhar. A miséria que pode tolher. A miséria que pode
desculpar o uso do sabre. Mas também a possibilidade de tudo perder. E da
vitória possível do espírito sobre o sabre.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Verão: “Nunca falhamos na vida quando a colocamos na
luz. Ao longo das situações, descontentamentos, desilusões, o meu zelo era o de
voltar a encontrar os contactos do mundo. E mesmo mergulhado na minha tristeza,
que desejo de amar, que inebriamento, à simples visão de uma colina ao cair da
tarde”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Verão</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. Devia ser
traduzido. Existe todavia na internet uma versão brasileira, disponível.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mar: “Preciso de me despir e depois mergulhar no
mar, o corpo perfumado ainda com as essências da terra, e nele as lavar,
sentindo sobre a minha pele o beijo por que suspiravam há tanto tempo a terra e
o mar”. Ler </span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Núpcias</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. A voluptuosidade
do volúvel. O prazer do que é indefinido e muda de forma. Como do que é
palpável e rigoroso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O sentimento do absurdo é fácil. Difícil é pegar no
absurdo e teimar em derrotá-lo. Com “aquela vontade admirável de nada separar
ou excluir que sempre reconciliou e reconciliará ainda o coração dorido dos
homens e a primavera do mundo”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">[Publicado,
no dia 15 de Janeiro de 2010, em As Artes Entre as Letras.]</span></div>
Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-2891340058999468122013-10-11T15:11:00.002-07:002013-10-11T15:12:23.979-07:00ALBERT CAMUS - CENTENÁRIO (GRANDES TEXTOS)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnxFZQ1BIK7buwlnxTAr2Srlm1TL0_a8LLghkurEahPhyphenhyphenaLU0DH60QjIpzcVANcpXCWPeSOLS5otv0O0SG2d7X8Pw77ZZxVeWqCtxOC3dhptZXs71IlBlL9JhpZN8Z5LgGQXn5/s1600/2006042300020101.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnxFZQ1BIK7buwlnxTAr2Srlm1TL0_a8LLghkurEahPhyphenhyphenaLU0DH60QjIpzcVANcpXCWPeSOLS5otv0O0SG2d7X8Pw77ZZxVeWqCtxOC3dhptZXs71IlBlL9JhpZN8Z5LgGQXn5/s320/2006042300020101.jpg" width="239" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia 18 de março de 2012, o <a href="http://www.lemonde.fr/afrique/article/2012/03/18/le-manifeste-censure-de-camus_1669778_3212.html"><span style="color: blue;">jornal
Le Monde</span></a> publicou um manifesto inédito de Albert Camus. O texto ia ser
publicado no Le Soir Républicain, um jornal argelino, mas foi censurado. Na
época, estava começando a Segunda Guerra Mundial.<br />
<br />
Você confere o texto
original abaixo e uma tradução.<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">Original</span></b><br />
<br />
<b><i>L'article que nous
publions devait paraître le 25 novembre 1939 dans "Le Soir républicain", un
quotidien limité à une feuille recto verso que Camus codirige à Alger.
L'écrivain y définit "les quatre commandements du journaliste libre" : lucidité,
refus, ironie et obstination. Notre collaboratrice Macha Séry a retrouvé ce
texte aux Archives nationales d'outre-mer, à Aix-en-Provence. Camus dénonce ici
la désinformation qui gangrène déjà la France en 1939. Son manifeste va plus
loin. Il est une réflexion sur le journalisme en temps de guerre. Et, plus
largement, sur le choix de chacun, plus que celui de la collectivité, de se
construire en homme libre.</i></b> <br />
<br />
Il est difficile aujourd'hui
d'évoquer la liberté de la presse sans être taxé d'extravagance, accusé d'être
Mata-Hari, de se voir convaincre d'être le neveu de Staline. <br />
<br />
Pourtant
cette liberté parmi d'autres n'est qu'un des visages de la liberté tout court et
l'on comprendra notre obstination à la défendre si l'on veut bien admettre qu'il
n'y a point d'autre façon de gagner réellement la guerre. <br />
<br />
Certes, toute
liberté a ses limites. Encore faut-il qu'elles soient librement reconnues. Sur
les obstacles qui sont apportés aujourd'hui à la liberté de pensée, nous avons
d'ailleurs dit tout ce que nous avons pu dire et nous dirons encore, et à
satiété, tout ce qu'il nous sera possible de dire. En particulier, nous ne nous
étonnerons jamais assez, le principe de la censure une fois imposé, que la
reproduction des textes publiés en France et visés par les censeurs
métropolitains soit interdite au Soir républicain (le journal, publié à Alger,
dont Albert Camus était rédacteur en chef à l'époque), par exemple. Le fait qu'à
cet égard un journal dépend de l'humeur ou de la compétence d'un homme démontre
mieux qu'autre chose le degré d'inconscience où nous sommes parvenus. <br />
<br />
Un
des bons préceptes d'une philosophie digne de ce nom est de ne jamais se
répandre en lamentations inutiles en face d'un état de fait qui ne peut plus
être évité. La question en France n'est plus aujourd'hui de savoir comment
préserver les libertés de la presse. Elle est de chercher comment, en face de la
suppression de ces libertés, un journaliste peut rester libre. Le problème
n'intéresse plus la collectivité. Il concerne l'individu. <br />
<br />
Et justement
ce qu'il nous plairait de définir ici, ce sont les conditions et les moyens par
lesquels, au sein même de la guerre et de ses servitudes, la liberté peut être,
non seulement préservée, mais encore manifestée. Ces moyens sont au nombre de
quatre : la lucidité, le refus, l'ironie et l'obstination. La lucidité suppose
la résistance aux entraînements de la haine et au culte de la fatalité. Dans le
monde de notre expérience, il est certain que tout peut être évité. La guerre
elle-même, qui est un phénomène humain, peut être à tous les moments évitée ou
arrêtée par des moyens humains. Il suffit de connaître l'histoire des dernières
années de la politique européenne pour être certains que la guerre, quelle
qu'elle soit, a des causes évidentes. Cette vue claire des choses exclut la
haine aveugle et le désespoir qui laisse faire. Un journaliste libre, en 1939,
ne désespère pas et lutte pour ce qu'il croit vrai comme si son action pouvait
influer sur le cours des événements. Il ne publie rien qui puisse exciter à la
haine ou provoquer le désespoir. Tout cela est en son pouvoir. <br />
<br />
En face
de la marée montante de la bêtise, il est nécessaire également d'opposer
quelques refus. Toutes les contraintes du monde ne feront pas qu'un esprit un
peu propre accepte d'être malhonnête. Or, et pour peu qu'on connaisse le
mécanisme des informations, il est facile de s'assurer de l'authenticité d'une
nouvelle. C'est à cela qu'un journaliste libre doit donner toute son attention.
Car, s'il ne peut dire tout ce qu'il pense, il lui est possible de ne pas dire
ce qu'il ne pense pas ou qu'il croit faux. Et c'est ainsi qu'un journal libre se
mesure autant à ce qu'il dit qu'à ce qu'il ne dit pas. Cette liberté toute
négative est, de loin, la plus importante de toutes, si l'on sait la maintenir.
Car elle prépare l'avènement de la vraie liberté. En conséquence, un journal
indépendant donne l'origine de ses informations, aide le public à les évaluer,
répudie le bourrage de crâne, supprime les invectives, pallie par des
commentaires l'uniformisation des informationset, en bref, sert la vérité dans
la mesure humaine de ses forces. Cette mesure, si relative qu'elle soit, lui
permet du moins de refuser ce qu'aucune force au monde ne pourrait lui faire
accepter : servir le mensonge. <br />
<br />
Nous en venons ainsi à l'ironie. On peut
poser en principe qu'un esprit qui a le goût et les moyens d'imposer la
contrainte est imperméable à l'ironie. On ne voit pas Hitler, pour ne prendre
qu'un exemple parmi d'autres, utiliser l'ironie socratique. Il reste donc que
l'ironie demeure une arme sans précédent contre les trop puissants. Elle
complète le refus en ce sens qu'elle permet, non plus de rejeter ce qui est
faux, mais de dire souvent ce qui est vrai. Un journaliste libre, en 1939, ne se
fait pas trop d'illusions sur l'intelligence de ceux qui l'oppriment. Il est
pessimiste en ce qui regarde l'homme. Une vérité énoncée sur un ton dogmatique
est censurée neuf fois sur dix. La même vérité dite plaisamment ne l'est que
cinq fois sur dix. Cette disposition figure assez exactement les possibilités de
l'intelligence humaine. Elle explique également que des journaux français comme
Le Merle ou Le Canard enchaîné puissent publier régulièrement les courageux
articles que l'on sait. Un journaliste libre, en 1939, est donc nécessairement
ironique, encore que ce soit souvent à son corps défendant. Mais la vérité et la
liberté sont des maîtresses exigeantes puisqu'elles ont peu d'amants.
<br />
<br />
Cette attitude d'esprit brièvement définie, il est évident qu'elle ne
saurait se soutenir efficacement sans un minimum d'obstination. Bien des
obstacles sont mis à la liberté d'expression. Ce ne sont pas les plus sévères
qui peuvent décourager un esprit. Car les menaces, les suspensions, les
poursuites obtiennent généralement en France l'effet contraire à celui qu'on se
propose. Mais il faut convenir qu'il est des obstacles décourageants : la
constance dans la sottise, la veulerie organisée, l'inintelligence agressive, et
nous en passons. Là est le grand obstacle dont il faut triompher. L'obstination
est ici vertu cardinale. Par un paradoxe curieux mais évident, elle se met alors
au service de l'objectivité et de la tolérance. <br />
<br />
Voici donc un ensemble
de règles pour préserver la liberté jusqu'au sein de la servitude. Et après ?,
dira-t-on. Après ? Ne soyons pas trop pressés. Si seulement chaque Français
voulait bien maintenir dans sa sphère tout ce qu'il croit vrai et juste, s'il
voulait aider pour sa faible part au maintien de la liberté, résister à
l'abandon et faire connaître sa volonté, alors et alors seulement cette guerre
serait gagnée, au sens profond du mot. <br />
<br />
Oui, c'est souvent à son corps
défendant qu'un esprit libre de ce siècle fait sentir son ironie. Que trouver de
plaisant dans ce monde enflammé ? Mais la vertu de l'homme est de se maintenir
en face de tout ce qui le nie. Personne ne veut recommencer dans vingt-cinq ans
la double expérience de 1914 et de 1939. Il faut donc essayer une méthode encore
toute nouvelle qui serait la justice et la générosité. Mais celles-ci ne
s'expriment que dans des coeurs déjà libres et dans les esprits encore
clairvoyants. Former ces coeurs et ces esprits, les réveiller plutôt, c'est la
tâche à la fois modeste et ambitieuse qui revient à l'homme indépendant. Il faut
s'y tenir sans voir plus avant. L'histoire tiendra ou ne tiendra pas compte de
ces efforts. Mais ils auront été faits.<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">Tradução</span></b><br />
<br />
<b><i>O artigo que
publicamos é de 25 de novembro de 1939, do Le Soir républicain, um jornal de
folha única co-dirigido por Camus em Argel. O escritor define, no texto, os
"quatro mandamentos do jornalista livre": a lucidez, a recusa, a ironia e a
obstinação. Nosso colaborador Macha Sery descobriu o texto no Arquivo Nacional
do exterior, em Aix-en-Provence. Camus denuncia a desinformação que assola a
França em 1939. Seu manifesto vai mais longe. É uma reflexão sobre o jornalismo
em tempo de guerra. E, mais amplamente, é a escolha de cada indivíduo, mais do
que em comunidade, para construir um homem livre.</i></b> <br />
<br />
É difícil hoje
para discutir a liberdade de imprensa sem ser taxado extravagante, acusado de
ser uma Mata-Hari (famosa assassina e espiã holandesa), ou convencido de que se
é sobrinho de Stálin.<br />
<br />
No entanto, essa liberdade dos outros não é a face
da própria liberdade e vamos incluir a nossa determinação em defendê-la se
aceitamos que não há outra maneira de realmente ganhar a guerra.
<br />
<br />
Certamente, a liberdade tem seus limites. É também necessário que isso
seja livremente aceito. Sobre os obstáculos presentes hoje à liberdade de
pensamento, temos dito tudo o que se podia dizer e diremos de novo e de novo
tudo o que se é possível dizer sobre. Em particular, nos surpreende bastante, o
começo da censura imposta uma vez na reprodução de textos publicados na França e
feita pelos censores metropolitanos de maneira ilegal no Soir Républicain (um
jornal, publicado em Argel, onde Albert Camus foi editor na época), por exemplo.
O fato de que, sobre esse assunto, um jornal dependa do humor ou da competência
de um homem acaba demonstrando melhor o grau de consciência que temos
conseguido. <br />
<br />
Um dos bons preceitos de uma filosofia digna desse nome
nunca é espalhada em lamentações inúteis diante de uma situação que não pode
mais ser evitada. A questão na França hoje não é mais falar de como preservar a
liberdade de imprensa. É para saber como, diante da supressão dessas liberdades,
um jornalista pode permanecer livre. O problema não interessa mais ao coletivo.
Ela diz respeito ao indivíduo. <br />
<br />
E justamente o que nós escolhemos para
definir aqui as condições e os meios pelos quais, dentro da guerra e em suas
servidões, a liberdade pode não apenas ser preservada, mas também manifestada
mais uma vez. Estes meios são quatro: a lucidez, a recusa, a ironia e a
obstinação. A lucidez requer treinamento de resistência aos aspectos do ódio e
ao culto da desgraça. No mundo de nossa experiência, é certo que tudo pode ser
evitado. A própria guerra, que é um fenômeno humano, pode ser evitada ou parada
a todo o momento por meios humanos. Basta conhecer a história dos últimos anos
da política europeia para ter certeza de que a guerra, seja qual for, tem causas
óbvias. Essa visão clara das coisas exclui o ódio cego e o desespero que se
formam. Um jornalista livre, em 1939, não se desespera e luta por aquilo que ele
acredita ser verdade se a sua ação puder afetar o curso dos acontecimentos. Ele
não publica nada que possa despertar o ódio ou que provoque desespero. Tudo isso
está em seu poder.<br />
<br />
Diante da crescente onda de loucura, também é
necessário se opor a certas recusas. Todas as restrições do mundo não criarão um
espírito que concorda um pouco em ser desonesto. O ouro, e pouco sabemos sobre
os meios de informação, é fácil ser verificado em sua autenticidade. Um
jornalista livre deve oferecer toda a sua atenção. Pois, se ele pode dizer o que
ele pensa, ele não pode dizer o que ele não pensa ou o que ele acredita ser
falso. E isso em um jornal livre é medido tanto pelo que ele diz quanto pelo que
ele não diz. Essa liberdade negativa é, de longe, a mais importante de todas, se
ela se mantiver. Porque ela prepara o caminho para a verdadeira liberdade.
Consequentemente, um jornal independente gera suas informações, ajuda o público
a avaliá-las, repudia o sensacionalismo, remove invenções, organiza os
comentários padronizando a informação, em resumo, ele é a verdade, na
concentração das forças humanas. Essa recusa, se ela está é assim, pelo menos,
permite que se negue o que nenhuma força na terra pode fazer o jornal aceitar:
submeter-se às mentiras.<br />
<br />
Isso nos leva para a ironia. Podemos imaginar
que uma mente que tem gosto e meios para impor restrições é impermeável à
ironia. Nós não vemos Hitler, para dar apenas um exemplo entre outros, usar a
ironia socrática. Isso mostra que a ironia continua a ser uma arma sem
precedentes contra os poderosos totalitários. Ela complementa a recusa na medida
em que permite, ao invés de rejeitar o que é falso, dizer o que é a verdade,
muitas vezes. Um jornalista livre, em 1939, não se rende a muitas ilusões sobre
a inteligência daqueles que oprimem. Ele é pessimista no que se refere ao homem.
A verdade expressa em tom dogmático é recusada por ele nove em cada dez vezes. A
mesma verdade de forma jocosa é aceita em cinco de cada dez vezes. Esta
disposição é quase igual às possibilidades da inteligência humana. A ironia
também explica que jornais franceses como Le Canard e Le Merle se comprometem e
podem publicar artigos corajosos conhecidos. Um jornalista livre, em 1939, é
necessariamente irônico, mas ele é, muitas vezes, a contragosto. Mas a verdade e
a liberdade são exigentes, uma vez que eles tem poucos amantes.<br />
<br />
Tal
atitude de espírito brevemente definida, obviamente não pode ser sustentada de
forma eficaz sem um mínimo de obstinação. Muitos obstáculos são colocados contra
a liberdade de expressão. Eles não são mais graves do que desencorajar um
espírito. Porque as ameaças, as suspensões e a repressão na França geralmente
conseguem o efeito oposto ao que é proposto. Mas devemos admitir que são
obstáculos desencorajadores: a constância da estupidez, as organizações
covardes, a desinteligência agressiva e, por isso, nós nos desgastamos. Aqui
está o grande obstáculo que devemos superar. Obstinação é uma virtude cardeal.
Por um curioso paradoxo é evidente que, em seguida, começa nela a objetividade e
a tolerância.<br />
<br />
Aqui está um conjunto de regras para preservar a liberdade
até dentro da servidão, da repressão. E depois? Vai dizer, depois? Não vamos ter
pressa. Se apenas a cada francês quiser se manter bem dentro da esfera do que
ele acredita que é verdadeiro e correto, se ele quisesse ajudar com sua pequena
parte na manutenção da liberdade, resistir ao abandono e descobrir a seu desejo,
então, e só então, esta guerra seria vencida, no sentido mais profundo da
palavra.<br />
<br />
Sim, é muitas vezes a contragosto que um espírito livre do
século percebeu sua ironia. O que é engraçado de se ver neste mundo em chamas?
No entanto, a virtude do homem é se manter firme diante de tudo o que nega.
Ninguém quer reviver esses vinte e cinco anos de experiência, tanto em 1914
quanto em 1939. Devemos, portanto, experimentar um método ainda muito novo de
justiça e generosidade. Mas elas são expressas apenas em corações livres e em
mentes ainda exigentes. Formar esses corações e mentes, que acordem de vez, é a
tarefa tanto do homem modesto quanto do ambicioso que se torna independente.
Devemos chegar nisso sem adiar mais. A história será contada ou não através
desses esforços. E tudo depende se eles forem feitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
(<a href="http://www.albertcamus.com.br/"><span style="color: blue;">Daqui</span></a>) </div>
Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-3966793094010704582013-09-26T14:21:00.001-07:002013-09-26T14:21:36.913-07:00ALBERT CAMUS - CENTENÁRIO (GRANDES TEXTOS)<div class="Section1">
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: maroon;">ALBERT CAMUS, <i>DISCOURS DE SUÈDE</i></span><span style="color: maroon;"><o:p></o:p></span><o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdVCXRhsd9esED5ZzbnlowwFFAcoLWTuJ-yTEQFCBnYxBaqbAgZfnGTzrgfkfccquGTp2OwJkjU5xufcU_vqA1uA9eJ3-CRBvcDJZJPmydqppc9AujrbWTEeBhsMNQHTYovDv5/s1600/18472_0539_1_lg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdVCXRhsd9esED5ZzbnlowwFFAcoLWTuJ-yTEQFCBnYxBaqbAgZfnGTzrgfkfccquGTp2OwJkjU5xufcU_vqA1uA9eJ3-CRBvcDJZJPmydqppc9AujrbWTEeBhsMNQHTYovDv5/s640/18472_0539_1_lg.jpg" width="412" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: maroon;"><i><br /></i></span></div>
<div>
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0"><tbody>
<tr><td align="left" style="padding: 0pt;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 48.5pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;">
<span style="color: maroon; font-size: 64.5pt;">E<o:p></o:p></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">n recevant la distinction dont votre libre Académie a bien voulu m’honorer, ma gratitude était d’autant plus profonde que je mesurais à quel point cette récompense dépassait mes mérites personnels. Tout homme et, à plus forte raison, tout artiste, désire être reconnu. Je le désire aussi. Mais il ne m’a pas été possible d’apprendre votre décision sans comparer son retentissement à ce que je suis réellement. Comment un homme presque jeune, riche de ses seuls doutes et d’une œuvre encore en chantier, habitué à vivre dans la solitude du travail ou dans les retraites de l’amitié, n’aurait-il pas appris avec une sorte de panique un arrêt qui le portait d’un coup, seul et réduit à lui-même, au centre d’une lumière crue ? De quel cœur aussi pouvait-il recevoir cet honneur à l’heure où, en Europe, d’autres écrivains, parmi les plus grands, sont réduits au silence, et dans le temps même où sa terre natale connaît un malheur incessant ?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">J’ai connu ce désarroi et ce trouble intérieur. Pour retrouver la paix, il m’a fallu, en somme, me mettre en règle avec un sort trop généreux. Et, puisque je ne pouvais m’égaler à lui en m’appuyant sur mes seuls mérites, je n’ai rien trouvé d’autre pour m’aider que ce qui m’a soutenu, dans les circonstances les plus contraires, tout au long de ma vie : l’idée que je me fais de mon art et du rôle de l’écrivain. Permettez seulement que, dans un sentiment de reconnaissance et d’amitié, je vous dise, aussi simplement que je le pourrai, quelle est cette idée.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">Je ne puis vivre personnellement sans mon art. Mais je n’ai jamais placé cet art au-dessus de tout. S’il m’est nécessaire au contraire, c’est qu’il ne se sépare de personne et me permet de vivre, tel que je suis, au niveau de tous. L’art n’est pas à mes yeux une réjouissance solitaire. Il est un moyen d’émouvoir le plus grand nombre d’hommes en leur offrant une image privilégiée des souffrances et des joies communes. Il oblige donc l’artiste à ne pas s’isoler ; il le soumet à la vérité la plus humble et la plus universelle. Et celui qui, souvent, a choisi son destin d’artiste parce qu’il se sentait différent, apprend bien vite qu’il ne nourrira son art, et sa différence, qu’en avouant sa ressemblance avec tous. L’artiste se forge dans cet aller-retour perpétuel de lui aux autres, à mi-chemin de la beauté dont il ne peut se passer et de la communauté à laquelle il ne peut s’arracher. C’est pourquoi les vrais artistes ne méprisent rien ; ils s’obligent à comprendre au lieu de juger. Et, s’ils ont un parti à prendre en ce monde, ce ne peut être que celui d’une société où, selon le grand mot de Nietzsche, ne régnera plus le juge, mais le créateur, qu’il soit travailleur ou intellectuel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">Le rôle de l’écrivain, du même coup, ne se sépare pas de devoirs difficiles. Par définition, il ne peut se mettre aujourd’hui au service de ceux qui font l’histoire : il est au service de ceux qui la subissent. Ou, sinon, le voici seul et privé de son art. Toutes les armées de la tyrannie avec leurs millions d’hommes ne l’enlèveront pas à la solitude, même et surtout s’il consent à prendre leur pas. Mais le silence d’un prisonnier inconnu, abandonné aux humiliations à l’autre bout du monde, suffit à retirer l’écrivain de l’exil, chaque fois, du moins, qu’il parvient, au milieu des privilèges de la liberté, à ne pas oublier ce silence et à le faire retentir par les moyens de l’art.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">Aucun de nous n’est assez grand pour une pareille vocation. Mais, dans toutes les circonstances de sa vie, obscur ou provisoirement célèbre, jeté dans les fers de la tyrannie ou libre pour un temps de s’exprimer, l’écrivain peut retrouver le sentiment d’une communauté vivante qui le justifiera, à la seule condition qu’il accepte, autant qu’il peut, les deux charges qui font la grandeur de son métier : le service de la vérité et celui de la liberté. Puisque sa vocation est de réunir le plus grand nombre d’hommes possible, elle ne peut s’accommoder du mensonge et de la servitude qui, là où ils règnent, font proliférer les solitudes. Quelles que soient nos infirmités personnelles, la noblesse de notre métier s’enracinera toujours dans deux engagements difficiles à maintenir — le refus de mentir sur ce que l’on sait et la résistance à l’oppression.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">Pendant plus de vingt ans d’une histoire démentielle, perdu sans secours, comme tous les hommes de mon âge, dans les convulsions du temps, j’ai été soutenu<o:p></o:p> </span><span style="color: maroon; font-size: 14pt;">ainsi par le sentiment obscur qu’écrire était aujourd’hui un honneur, parce que cet acte obligeait, et obligeait à ne pas écrire seulement. Il m’obligeait particulièrement à porter, tel que j’étais et selon mes forces, avec tous ceux qui vivaient la même histoire, le malheur et l’espérance que nous partagions. Ces hommes, nés au début de la première guerre rnondiale, qui ont eu vingt ans au moment où s’installaient à la fois le pouvoir hitlérien et les premiers procès révolutionnaires ont été confrontés ensuite, pour parfaire leur éducation, à la guerre d’Espagne, à la deuxième guerre mondiale, à l’univers concentrationnaire, à l’Europe de la torture et des prisons, doivent aujourd’hui élever leurs fils et leurs œuvres dans un monde menacé de destruction nucléaire. Personne, je suppose, ne peut leur demander d’être optimistes. Et je suis même d’avis que nous devons comprendre, sans cesser de lutter contre eux, l’erreur de ceux qui, par une surenchère de désespoir, ont revendiqué le droit au déshonneur, et se sont rués dans les nihilismes de l’époque. Mais il reste que la plupart d’entre nous, dans mon pays et en Europe, ont refusé ce nihilisme et se sont mis à la recherche d’une légitimité. Il leur a fallu se forger un art de vivre par temps de catastrophe, pour naître une seconde fois, et lutter ensuite, à visage découvert, contre l’instinct de mort à l’œuvre dans notre histoire.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">Chaque génération, sans doute, se croit vouée à refaire le monde. La mienne sait pourtant qu’elle ne le refera pas. Mais sa tâche est peut-être plus grande. Elle consiste à empêcher que le monde ne se défasse. Héritière d’une histoire corrompue où se mêlent les révolutions déchues, les techniques devenues folles, les dieux morts et les idéologies exténuées, où de médiocres pouvoirs peuvent aujourd’hui tout détruire mais ne savent plus convaincre, où l’intelligence s’est abaissée jusqu’à se faire la servante de la haine et de l’oppression, cette génération a dû, en elle-même et autour d’elle, restaurer à partir de ses seules négations un peu de ce qui fait la dignité de vivre et de mourir. Devant un monde menacé de désintégration, où nos grands inquisiteurs risquent d’établir pour toujours les royaumes de la mort, elle sait qu’elle devrait, dans une sorte de course folle contre la montre, restaurer entre les nations une paix qui ne soit pas celle de la servitude, réconcilier à nouveau travail et culture, et refaire avec tous les hommes une arche d’alliance. Il n’est pas sûr qu’elle puisse jamais accomplir cette tâche immense, mais il est sûr que, partout dans le monde, elle tient déjà son double pari de vérité et de liberté, et, à l’occasion, sait mourir sans haine pour lui. C’est elle qui mérite d’être saluée et encouragée partout où elle se trouve, et surtout là où elle se sacrifie. C’est sur elle, en tout cas, que, certain de votre accord profond, je voudrais reporter l’honneur que vous venez de me faire.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">Du même coup, après avoir dit la noblesse du métier d’écrire, j’aurais remis l’écrivain à sa vraie place, n’ayant d’autres titres que ceux qu’il partage avec ses compagnons de lutte, vulnérable mais entêté, injuste et passionné de justice, construisant son œuvre sans honte ni orgueil à la vue de tous, toujours partagé entre la douleur et la beauté, et voué enfin à tirer de son être double les créations qu’il essaie obstinément d’édifier dans le mouvement destructeur de l’histoire. Qui, après cela, pourrait attendre de lui des solutions toutes faites et de belles morales ? La vérité est mystérieuse, fuyante, toujours à conquérir. La liberté est dangereuse, dure à vivre autant qu’exaltante. Nous devons marcher vers ces deux buts, péniblement, mais résolument, certains d’avance de nos défaillances sur un si long chemin. Quel écrivain dès lors oserait, dans la bonne conscience, se faire prêcheur de vertu ? Quant à moi, il me faut dire une fois de plus que je ne suis rien de tout cela. Je n’ai jamais pu renoncer à la lumière, au bonheur d’être, à la vie libre où j’ai grandi. Mais bien que cette nostalgie explique beaucoup de mes erreurs et de mes fautes, elle m’a aidé sans doute à mieux comprendre mon métier, elle m’aide encore à me tenir, aveuglément, auprès de tous ces hommes silencieux qui ne supportent dans le monde la vie qui leur est faite que par le souvenir ou le retour de brefs et libres bonheurs.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 14pt;">Ramené ainsi a ce que je suis réellement, à mes limites, à mes dettes, comme à ma foi difficile, je me sens plus libre de vous montrer, pour finir, l’étendue et la générosité de la distinction que vous venez de m’accorder, plus libre de vous dire aussi que je voudrais la recevoir comme un hommage rendu à tous ceux qui, partageant le même combat, n’en ont reçu aucun privilège, mais ont connu au contraire malheur et persécution. Il me restera alors à vous en remercier, du fond du cœur, et à vous faire publiquement, en témoignage personnel de gratitude, la même et ancienne promesse de fidélité que chaque artiste vrai, chaque jour, se fait à lui-même, dans le silence.<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 18pt;">
<span style="color: maroon; font-size: 8pt;">[10 DÉCEMBRE 1957]<o:p></o:p></span></div>
</div>
<img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="81" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="13" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="84" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="30" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="178" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="28" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="178" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="22" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="178" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="24" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="98" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="8" /><img height="1" src="http://pppculture.free.fr/transparent.gif" width="72" />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-66358047723848662572013-06-02T15:38:00.003-07:002013-06-02T15:38:34.537-07:00Chairman Ben S. Bernanke - At the Baccalaureate Ceremony at Princeton University, Princeton, New Jersey<a href="http://www.federalreserve.gov/newsevents/speech/bernanke20130602a.htm"><span style="color: blue;">The Ten Suggestions</span></a><br />
<div id="pubwebvideo">
</div>
It's nice to be back at Princeton. I find it difficult to believe that it's been almost 11 years since I departed these halls for Washington. I wrote recently to inquire about the status of my leave from the university, and the letter I got back began, "Regrettably, Princeton receives many more qualified applicants for faculty positions than we can accommodate."<a href="http://www.federalreserve.gov/newsevents/speech/bernanke20130602a.htm#fn1" title="footnote 1"><sup>1</sup></a><a href="http://www.blogger.com/null" id="f1" name="f1"> </a> I'll extend my best wishes to the seniors later, but first I want to congratulate the parents and families here. As a parent myself, I know that putting your kid through college these days is no walk in the park. Some years ago I had a colleague who sent three kids through Princeton even though neither he nor his wife attended this university. He and his spouse were very proud of that accomplishment, as they should have been. But my colleague also used to say that, from a financial perspective, the experience was like buying a new Cadillac every year and then driving it off a cliff. I should say that he always added that he would do it all over again in a minute. So, well done, moms, dads, and families. <br />
<br />
This is indeed an impressive and appropriate setting for a commencement. I am sure that, from this lectern, any number of distinguished spiritual leaders have ruminated on the lessons of the Ten Commandments. I don't have that kind of confidence, and, anyway, coveting your neighbor's ox or donkey is not the problem it used to be, so I thought I would use my few minutes today to make Ten Suggestions, or maybe just Ten Observations, about the world and your lives after Princeton. Please note, these points have nothing whatsoever to do with interest rates. My qualification for making such suggestions, or observations, besides having kindly been invited to speak today by President Tilghman, is the same as the reason that your obnoxious brother or sister got to go to bed later--I am older than you. All of what follows has been road-tested in real-life situations, but past performance is no guarantee of future results. <br />
<br />
<div style="margin-left: 20px;">
1. The poet Robert Burns once said something about the best-laid plans of mice and men ganging aft agley, whatever "agley" means. A more contemporary philosopher, Forrest Gump, said something similar about life and boxes of chocolates and not knowing what you are going to get. They were both right. Life is amazingly unpredictable; any 22-year-old who thinks he or she knows where they will be in 10 years, much less in 30, is simply lacking imagination. Look what happened to me: A dozen years ago I was minding my own business teaching Economics 101 in Alexander Hall and trying to think of good excuses for avoiding faculty meetings. Then I got a phone call . . . In case you are skeptical of Forrest Gump's insight, here's a concrete suggestion for each of the graduating seniors. Take a few minutes the first chance you get and talk to an alum participating in his or her 25th, or 30th, or 40th reunion--you know, somebody who was near the front of the P-rade. Ask them, back when they were graduating 25, 30, or 40 years ago, where they expected to be today. If you can get them to open up, they will tell you that today they are happy and satisfied in various measures, or not, and their personal stories will be filled with highs and lows and in-betweens. But, I am willing to bet, those life stories will in almost all cases be quite different, in large and small ways, from what they expected when they started out. This is a good thing, not a bad thing; who wants to know the end of a story that's only in its early chapters? Don't be afraid to let the drama play out. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
2. Does the fact that our lives are so influenced by chance and seemingly small decisions and actions mean that there is no point to planning, to striving? Not at all. Whatever life may have in store for you, each of you has a grand, lifelong project, and that is the development of yourself as a human being. Your family and friends and your time at Princeton have given you a good start. What will you do with it? Will you keep learning and thinking hard and critically about the most important questions? Will you become an emotionally stronger person, more generous, more loving, more ethical? Will you involve yourself actively and constructively in the world? Many things will happen in your lives, pleasant and not so pleasant, but, paraphrasing a Woodrow Wilson School adage from the time I was here, "Wherever you go, there you are." If you are not happy with yourself, even the loftiest achievements won't bring you much satisfaction. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
3. The concept of success leads me to consider so-called meritocracies and their implications. We have been taught that meritocratic institutions and societies are fair. Putting aside the reality that no system, including our own, is really entirely meritocratic, meritocracies may be fairer and more efficient than some alternatives. But fair in an absolute sense? Think about it. A meritocracy is a system in which the people who are the luckiest in their health and genetic endowment; luckiest in terms of family support, encouragement, and, probably, income; luckiest in their educational and career opportunities; and luckiest in so many other ways difficult to enumerate--these are the folks who reap the largest rewards. The only way for even a putative meritocracy to hope to pass ethical muster, to be considered fair, is if those who are the luckiest in all of those respects also have the greatest responsibility to work hard, to contribute to the betterment of the world, and to share their luck with others. As the Gospel of Luke says (and I am sure my rabbi will forgive me for quoting the New Testament in a good cause): "From everyone to whom much has been given, much will be required; and from the one to whom much has been entrusted, even more will be demanded" (Luke 12:48, New Revised Standard Version Bible). Kind of grading on the curve, you might say.</div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
4. Who is worthy of admiration? The admonition from Luke--which is shared by most ethical and philosophical traditions, by the way--helps with this question as well. Those most worthy of admiration are those who have made the best use of their advantages or, alternatively, coped most courageously with their adversities. I think most of us would agree that people who have, say, little formal schooling but labor honestly and diligently to help feed, clothe, and educate their families are deserving of greater respect--and help, if necessary--than many people who are superficially more successful. They're more fun to have a beer with, too. That's all that I know about sociology.</div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
5. Since I have covered what I know about sociology, I might as well say something about political science as well. In regard to politics, I have always liked Lily Tomlin's line, in paraphrase: "I try to be cynical, but I just can't keep up." We all feel that way sometime. Actually, having been in Washington now for almost 11 years, as I mentioned, I feel that way quite a bit. Ultimately, though, cynicism is a poor substitute for critical thought and constructive action. Sure, interests and money and ideology all matter, as you learned in political science. But my experience is that most of our politicians and policymakers are trying to do the right thing, according to their own views and consciences, most of the time. If you think that the bad or indifferent results that too often come out of Washington are due to base motives and bad intentions, you are giving politicians and policymakers way too much credit for being effective. Honest error in the face of complex and possibly intractable problems is a far more important source of bad results than are bad motives. For these reasons, the greatest forces in Washington are ideas, and people prepared to act on those ideas. Public service isn't easy. But, in the end, if you are inclined in that direction, it is a worthy and challenging pursuit. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
6. Having taken a stab at sociology and political science, let me wrap up economics while I'm at it. Economics is a highly sophisticated field of thought that is superb at explaining to policymakers precisely why the choices they made in the past were wrong. About the future, not so much. However, careful economic analysis does have one important benefit, which is that it can help kill ideas that are completely logically inconsistent or wildly at variance with the data. This insight covers at least 90 percent of proposed economic policies. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
7. I'm not going to tell you that money doesn't matter, because you wouldn't believe me anyway. In fact, for too many people around the world, money is literally a life-or-death proposition. But if you are part of the lucky minority with the ability to choose, remember that money is a means, not an end. A career decision based only on money and not on love of the work or a desire to make a difference is a recipe for unhappiness. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
8. Nobody likes to fail but failure is an essential part of life and of learning. If your uniform isn't dirty, you haven't been in the game. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
9. I spoke earlier about definitions of personal success in an unpredictable world. I hope that as you develop your own definition of success, you will be able to do so, if you wish, with a close companion on your journey. In making that choice, remember that physical beauty is evolution's way of assuring us that the other person doesn't have too many intestinal parasites. Don't get me wrong, I am all for beauty, romance, and sexual attraction--where would Hollywood and Madison Avenue be without them? But while important, those are not the only things to look for in a partner. The two of you will have a long trip together, I hope, and you will need each other's support and sympathy more times than you can count. Speaking as somebody who has been happily married for 35 years, I can't imagine any choice more consequential for a lifelong journey than the choice of a traveling companion. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
<div style="margin-left: 20px;">
10. Call your mom and dad once in a while. A time will come when you will want your own grown-up, busy, hyper-successful children to call you. Also, remember who paid your tuition to Princeton. </div>
<div style="margin-left: 20px;">
</div>
Those are my suggestions. They're probably worth exactly what you paid for them. But they come from someone who shares your affection for this great institution and who wishes you the best for the future. <br />
<br />
Congratulations, graduates. Give 'em hell. <br />
<br />
--June 2, 2013------------------<br />
<br />
<a href="http://www.blogger.com/null" id="fn1" name="fn1">1.</a> Note to journalists: This is a joke. My leave from Princeton expired in 2005. <a href="http://www.federalreserve.gov/newsevents/speech/bernanke20130602a.htm#f1">Return to texto</a> Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-89576791233401366822013-06-01T12:09:00.001-07:002013-06-01T12:09:11.459-07:00Tirar lições sobre o crescimento a partir da austeridade<div class="lead p20">
</div>
<div class="lead p20">
Num recente conjunto de estudos, Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff utilizaram uma vasta gama de dados históricos para mostrar que a acumulação de níveis elevados de dívida pública (e privada) relativamente ao produto interno bruto (PIB) tem um efeito negativo prolongado sobre o crescimento. A dimensão deste efeito desencadeou o debate sobre alguns erros de cálculo. Contudo, poucos duvidaram da validade deste padrão.</div>
<div class="lead p20">
</div>
<div class="txt_artigo p30">
Isto não deverá ser surpreendente. Normalmente, a acumulação excessiva de dívida implica que alguma parte da procura agregada doméstica é adiantada, pelo que uma saída dessa dívida deve incluir mais poupanças e uma procura reduzida. O choque negativo tem um impacto adverso no sector não transaccionável, que é grande (aproximadamente dois terços de uma economia avançada) e totalmente dependente da procura doméstica. Como tal, as taxas de crescimento e do emprego caem durante o período de desalavacagem.<br />
<br />
Numa economia aberta, a desalavancagem não prejudica, necessariamente, assim tanto o sector transaccionável. Mas, mesmo numa economia desse género, anos de procura interna dinamizada pela dívida pode produzir uma perda de competitividade e distorções estruturais. E a crise que, frequentemente, separa as fases de alavancagem e de desalavancagem conduz a danos adicionais nos balanços e prolongam o período de cura.<br />
<br />
Graças, em parte, à investigação de Reinhart e Rogoff, sabemos hoje que uma alavancagem excessiva é insustentável e que o restabelecimento do balanço leva tempo. Em consequência, continuam as dúvidas e as questões relativamente a um eventual regresso à tendência anterior da crise para o PIB e, especialmente, para o emprego.<br />
<br />
O que esta linha de pesquisa explicitamente não nos diz é que a desalavancagem vai restaurar o crescimento por si mesma. Ninguém acredita que o equilíbrio orçamental seja, em qualquer lado, o modelo completo de crescimento.<br />
<br />
Observem a Europa do Sul. Do ponto de vista do crescimento e do emprego, a dívida pública e privada mascarou a ausência de crescimento da produtividade, queda da competitividade no sector transaccionável e um conjunto de deficiências estruturais subjacentes – incluindo a rigidez do mercado laboral, deficiências na educação e na formação de competências e um investimento insuficiente nas infra-estruturas. A dívida conduziu ao crescimento, criando uma procura agregada que não teria existido de outra maneira (o mesmo é verdade para os Estados Unidos e para o Japão, embora os pormenores sejam diferentes).<br />
<br />
O governo não é o único actor em cena aqui. Quando o ciclo de desalavancagem se inicia, o sector privado começa a ajustar-se estruturalmente – um padrão visto claramente nos dados sobre o crescimento no sector transaccionável da economia norte-americana. Um limitado crescimento dos salários aumenta a competitividade e os recursos humanos e de capital que estão insuficientemente utilizados são reafectados.<br />
<br />
A velocidade a que isto vai acontecer depende, em parte, da flexibilidade e do dinamismo do sector privado. Mas também está dependente da capacidade e da vontade do governo em ajudar a satisfazer as insuficiências na procura agregada e em seguir reformas e investimentos que impulsionem as perspectivas de crescimento a longo prazo.<br />
<br />
Se a desalavancagem do sector público não é uma política de crescimento completa – e não é – por que é que é dada tanta atenção à austeridade orçamental e tão pouca ao crescimento e ao emprego?<br />
<br />
Emergem aqui várias possibilidades – não mutualmente exclusivas. Uma é a de que algumas autoridades políticas pensam que o equilíbrio orçamental é, verdadeiramente, o principal pilar de uma estratégia de crescimento: desalavancar rapidamente e seguir em frente.<br />
<br />
A crença de que o multiplicador orçamental é, em regra, baixo pode ter contribuído para subestimar os custos económicos no curto prazo de políticas de austeridade – e, assim, para as previsões persistentemente optimistas para o crescimento e para o emprego. Uma <a href="http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2012/wp12286.pdf">investigação recente</a> do Fundo Monetário Internacional sobre a variabilidade dos multiplicadores orçamentais em determinados contextos levantou sérias dúvidas sobre o custo e a eficácia de uma consolidação orçamental acelerada.<br />
<br />
As estimativas do multiplicador orçamental têm de ter como base uma hipótese ou um modelo que diga o que aconteceria na ausência de despesa pública de determinado tipo. Se a hipótese ou o modelo estiverem errados, também a estimativa o estará. O contra-factual precisa de ser tornado explícito e avaliado com prudência e dentro de um contexto.<br />
<br />
Em alguns países com elevados níveis de dívida e com crescimento estagnado, os estímulos orçamentais podem aumentar o prémio de risco da dívida soberana e ser contraproducentes; outros têm uma maior flexibilidade. Os países variam amplamente no que diz respeito a danos nos balanços das famílias, o que afecta obviamente a sua capacidade para poupar – e, daí, o efeito multiplicador. A incerteza é a realidade e é necessário bom-senso.<br />
<br />
Aparece, depois, a dimensão tempo. Se o investimento numa infra-estrutura, por exemplo, gera algum crescimento e emprego no curto e médio prazo e um maior crescimento sustentável no longo prazo, devemos exclui-lo apenas porque algumas estimativas do multiplicador são inferiores a um? Da mesma forma, se um estímulo orçamental tem os seus efeitos abafados porque quem recebe o rendimento está a poupar para restaurar os balanços familiares danificados, não é claro se vale a pena descontar o benefício de uma desalavancagem acelerada, mesmo se ele emergir, mais tarde, na procura doméstica.<br />
<br />
Os políticos (e talvez os mercados financeiros) podem ter acreditado que os bancos centrais iriam servir como ponte para satisfazer as necessidades através de uma política monetária não convencional agressiva, desenhada para manter sob pressão as taxas de juro de curto e longo prazo. É certo que os bancos centrais desempenharam um papel essencial. Mas os bancos centrais já declararam que não têm os instrumentos políticos para acelerar o ritmo de recuperação económica.<br />
<br />
Entre os custos e riscos das políticas de baixas taxas de juro está o regresso a um padrão de crescimento alavancado e a crescente incerteza relativamente aos limites da expansão do balanço de um banco central. Por outras palavras, será que o valor elevado dos activos, causado pelas baixas taxas a desconto, vai, de repente, voltar a cair a dado momento? Ninguém sabe.<br />
<br />
Os países estão sujeitos a diferentes níveis de constrangimento orçamental, assumindo (especialmente no caso da Europa) um apetite diminuto por transferências além-fronteiras ilimitadas e incondicionais. Aqueles que têm alguma flexibilidade podem, e devem, usá-las para proteger os desempregados e os jovens, para acelerar a desalavancagem e para implementar reformas com o intuito de apoiar o crescimento e o emprego; as opções dos que não têm flexibilidade – e as suas perspectivas de crescimento a médio prazo – são mais restritivas.<br />
<br />
Todos os países – e os decisores políticos – enfrentam escolhas difíceis no que diz respeito ao calendário da austeridade, ao risco do crédito soberano percepcionado, às reformas orientadas para o crescimento e à distribuição equitativa dos custos com o restabelecimento do crescimento. Até aqui, o desafio da partilha com os encargos, juntamente com modelos de crescimento ingénuos e incompletos, pode ter contribuído para o impasse e para a inacção.<br />
<br />
A experiência pode ser um duro professor, apesar de necessário. O crescimento não vai ser restabelecido nem rápida nem facilmente. Talvez precisemos que a preocupação com a austeridade nos ensine o valor de uma agenda para o crescimento equilibrada.<br />
<br />
In Negócios online<br />
<br />
<strong>Michael Spence, Nobel da Economia, é professor de Economia na Stern School of Business, da Universidade de Nova Iorque, e conselheiro no Instituto Hoover.</strong><br />
<br />
Copyright: Project Syndicate, 2013.<br /><a href="http://www.project-syndicate.org/">www.project-syndicate.org</a><br />
Tradução: Diogo Cavaleiro</div>
Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-62522341015631801622012-08-25T03:52:00.002-07:002012-08-25T03:52:43.585-07:00Albert Camus divide a Francia, todavía<h2>
<span id="ctl00_ctl00_ContentMaster_ContentArticulo_subtituloLabel">El historiador Benjamin Stora ha sido sustituido por el filósofo Michel Onfray al frente de la muestra de su centenario | Detrás de la decisión se atisban discrepancias políticas sobre la guerra colonial de Argelia</span></h2>
<div class="rtsRating">
<form action="Albert_Camus_divide_a_Francia_todavia?idnoticia=3633&nomsec=LETRAS" id="aspnetForm" method="post" name="aspnetForm">
</form>
<div>
<input id="__VIEWSTATE" name="__VIEWSTATE" type="hidden" value="/wEPDwUJNTM5ODM4ODg1D2QWAmYPZBYCZg9kFgQCAQ8PFgIeBFRleHQFCjI1LzA4LzIwMTJkZAICD2QWCGYPZBYiZg8PFgIfAAUIQWRlbcOhczpkZAIBD2QWAmYPZBYCZg88KwAJABYGZg9kFgJmDxUBzAE8aW1nIHNyYz0nL2ltZy9hcnRpY3Vsby5wbmcnIHdpZHRoPScxNScgY2xhc3M9J2Zsb2F0X2xlZnQnIC8+IDxhIGhyZWY9Jy9ub3RpY2lhcy9MRVRSQVMvMzI4OS9DYXRoZXJpbmVfQ2FtdXMnPkNhdGhlcmluZSBDYW11czwvYT4gPGJyIC8+PHA+Ik1pIHBhZHJlIGVyYSB1biBob21icmUgc2V2ZXJvLCBwZXJvIHRpZXJubyB5IGx1bWlub3NvIjwvcD48aHIgLz5kAgEPZBYCZg8VAZkDPGltZyBzcmM9Jy9pbWcvYXJ0aWN1bG8ucG5nJyB3aWR0aD0nMTUnIGNsYXNzPSdmbG9hdF9sZWZ0JyAvPiA8YSBocmVmPScvbm90aWNpYXMvTEVUUkFTLzMyODkvQ2F0aGVyaW5lX0NhbXVzJz5DYXRoZXJpbmUgQ2FtdXM8L2E+IDxiciAvPjxwPiJNaSBwYWRyZSBlcmEgdW4gaG9tYnJlIHNldmVybywgcGVybyB0aWVybm8geSBsdW1pbm9zbyI8L3A+PGhyIC8+PGltZyBzcmM9Jy9pbWcvaW1hZ2VuLnBuZycgd2lkdGg9JzE1JyBjbGFzcz0nZmxvYXRfbGVmdCcgLz4gPGEgaHJlZj0nL2dhbGVyaWFzL2dhbGVyaWFfZGVfaW1hZ2VuZXMvNDE5L0xFVFJBUy9BbGJlcnRfQ2FtdXNfc29saXRhcmlvX3lfc29saWRhcmlvJz5BbGJlcnQgQ2FtdXMsIHNvbGl0YXJpbyB5IHNvbGlkYXJpbzwvYT4gPGJyIC8+PHA+PC9wPjxociAvPmQCAg9kFgJmDxUB8AQ8aW1nIHNyYz0nL2ltZy9hcnRpY3Vsby5wbmcnIHdpZHRoPScxNScgY2xhc3M9J2Zsb2F0X2xlZnQnIC8+IDxhIGhyZWY9Jy9ub3RpY2lhcy9MRVRSQVMvMzI4OS9DYXRoZXJpbmVfQ2FtdXMnPkNhdGhlcmluZSBDYW11czwvYT4gPGJyIC8+PHA+Ik1pIHBhZHJlIGVyYSB1biBob21icmUgc2V2ZXJvLCBwZXJvIHRpZXJubyB5IGx1bWlub3NvIjwvcD48aHIgLz48aW1nIHNyYz0nL2ltZy9pbWFnZW4ucG5nJyB3aWR0aD0nMTUnIGNsYXNzPSdmbG9hdF9sZWZ0JyAvPiA8YSBocmVmPScvZ2FsZXJpYXMvZ2FsZXJpYV9kZV9pbWFnZW5lcy80MTkvTEVUUkFTL0FsYmVydF9DYW11c19zb2xpdGFyaW9feV9zb2xpZGFyaW8nPkFsYmVydCBDYW11cywgc29saXRhcmlvIHkgc29saWRhcmlvPC9hPiA8YnIgLz48cD48L3A+PGhyIC8+PGltZyBzcmM9Jy9pbWcvYXJ0aWN1bG8ucG5nJyB3aWR0aD0nMTUnIGNsYXNzPSdmbG9hdF9sZWZ0JyAvPiA8YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMjY4NzQvQWxiZXJ0X0NhbXVzX09icmFzX0NvbXBsZXRhcyc+QWxiZXJ0IENhbXVzLiBPYnJhcyBDb21wbGV0YXM8L2E+IDxiciAvPjxwPkVkaWNpJm9hY3V0ZTtuIGRlIEouIE0uIEd1ZWxiZW56dTwvcD48aHIgLz5kAgIPDxYCHwAFIDxpbWcgc3JjPScvaW1nL2ltZ19saWJyb3MuZ2lmJyA+ZGQCAw9kFgJmDzwrAAkBAA8WBB4IRGF0YUtleXMWAB4LXyFJdGVtQ291bnQCEmQWJGYPZBYCZg8VAZMCPGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+TGlicm8gZGUgbGEgc2VtYW5hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE4L0xvbmRyZXNfVW5hX2Jpb2dyYWZpYV9Mb25kcmVzX2Jham9fdGllcnJhJz5Mb25kcmVzLiBVbmEgYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YS4gTG9uZHJlcyBiYWpvIHRpZXJyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UGV0ZXIgQWNrcm95ZDwvc3Bhbj48L2Rpdj5kAgEPZBYCZg8VAd4DPGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+TGlicm8gZGUgbGEgc2VtYW5hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE4L0xvbmRyZXNfVW5hX2Jpb2dyYWZpYV9Mb25kcmVzX2Jham9fdGllcnJhJz5Mb25kcmVzLiBVbmEgYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YS4gTG9uZHJlcyBiYWpvIHRpZXJyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UGV0ZXIgQWNrcm95ZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Ob3ZlbGE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTkvRWxfcmF5b19kb3JtaWRvJz5FbCByYXlvIGRvcm1pZG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcm1lbiBBbW9yYWdhPC9zcGFuPjwvZGl2PmQCAg9kFgJmDxUBiwU8ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5MaWJybyBkZSBsYSBzZW1hbmE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTgvTG9uZHJlc19VbmFfYmlvZ3JhZmlhX0xvbmRyZXNfYmFqb190aWVycmEnPkxvbmRyZXMuIFVuYSBiaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthLiBMb25kcmVzIGJham8gdGllcnJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QZXRlciBBY2tyb3lkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPk5vdmVsYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOS9FbF9yYXlvX2Rvcm1pZG8nPkVsIHJheW8gZG9ybWlkbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybWVuIEFtb3JhZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIwL0xhc19tZW50aXJhc19pbmV4YWN0YXMnPkxhcyBtZW50aXJhcyBpbmV4YWN0YXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkp1c3RvIFNvdGVsbzwvc3Bhbj48L2Rpdj5kAgMPZBYCZg8VAb8GPGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+TGlicm8gZGUgbGEgc2VtYW5hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE4L0xvbmRyZXNfVW5hX2Jpb2dyYWZpYV9Mb25kcmVzX2Jham9fdGllcnJhJz5Mb25kcmVzLiBVbmEgYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YS4gTG9uZHJlcyBiYWpvIHRpZXJyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UGV0ZXIgQWNrcm95ZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Ob3ZlbGE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTkvRWxfcmF5b19kb3JtaWRvJz5FbCByYXlvIGRvcm1pZG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcm1lbiBBbW9yYWdhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMC9MYXNfbWVudGlyYXNfaW5leGFjdGFzJz5MYXMgbWVudGlyYXMgaW5leGFjdGFzPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5KdXN0byBTb3RlbG88L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIxL0N1YW5kb19MYXphcm9fYW5kdXZvJz5DdWFuZG8gTCZhYWN1dGU7emFybyBhbmR1dm88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkZlcm5hbmRvIFJveXVlbGE8L3NwYW4+PC9kaXY+ZAIED2QWAmYPFQH1BzxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkxpYnJvIGRlIGxhIHNlbWFuYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOC9Mb25kcmVzX1VuYV9iaW9ncmFmaWFfTG9uZHJlc19iYWpvX3RpZXJyYSc+TG9uZHJlcy4gVW5hIGJpb2dyYWYmaWFjdXRlO2EuIExvbmRyZXMgYmFqbyB0aWVycmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlBldGVyIEFja3JveWQ8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+Tm92ZWxhPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE5L0VsX3JheW9fZG9ybWlkbyc+RWwgcmF5byBkb3JtaWRvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5DYXJtZW4gQW1vcmFnYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjAvTGFzX21lbnRpcmFzX2luZXhhY3Rhcyc+TGFzIG1lbnRpcmFzIGluZXhhY3RhczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+SnVzdG8gU290ZWxvPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMS9DdWFuZG9fTGF6YXJvX2FuZHV2byc+Q3VhbmRvIEwmYWFjdXRlO3phcm8gYW5kdXZvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5GZXJuYW5kbyBSb3l1ZWxhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMi9MYV9tdWVydGVfbGxlZ2FfYV9QZW1iZXJsZXknPkxhIG11ZXJ0ZSBsbGVnYSBhIFBlbWJlcmxleTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UC4gRC4gSmFtZXM8L3NwYW4+PC9kaXY+ZAIFD2QWAmYPFQGWCTxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkxpYnJvIGRlIGxhIHNlbWFuYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOC9Mb25kcmVzX1VuYV9iaW9ncmFmaWFfTG9uZHJlc19iYWpvX3RpZXJyYSc+TG9uZHJlcy4gVW5hIGJpb2dyYWYmaWFjdXRlO2EuIExvbmRyZXMgYmFqbyB0aWVycmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlBldGVyIEFja3JveWQ8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+Tm92ZWxhPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE5L0VsX3JheW9fZG9ybWlkbyc+RWwgcmF5byBkb3JtaWRvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5DYXJtZW4gQW1vcmFnYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjAvTGFzX21lbnRpcmFzX2luZXhhY3Rhcyc+TGFzIG1lbnRpcmFzIGluZXhhY3RhczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+SnVzdG8gU290ZWxvPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMS9DdWFuZG9fTGF6YXJvX2FuZHV2byc+Q3VhbmRvIEwmYWFjdXRlO3phcm8gYW5kdXZvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5GZXJuYW5kbyBSb3l1ZWxhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMi9MYV9tdWVydGVfbGxlZ2FfYV9QZW1iZXJsZXknPkxhIG11ZXJ0ZSBsbGVnYSBhIFBlbWJlcmxleTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UC4gRC4gSmFtZXM8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIzL0Vsb2dpb19kZWxfb2Rpbyc+RWxvZ2lvIGRlbCBvZGlvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5LaGFsZWQgS2hhbGlmYTwvc3Bhbj48L2Rpdj5kAgYPZBYCZg8VAdQKPGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+TGlicm8gZGUgbGEgc2VtYW5hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE4L0xvbmRyZXNfVW5hX2Jpb2dyYWZpYV9Mb25kcmVzX2Jham9fdGllcnJhJz5Mb25kcmVzLiBVbmEgYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YS4gTG9uZHJlcyBiYWpvIHRpZXJyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UGV0ZXIgQWNrcm95ZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Ob3ZlbGE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTkvRWxfcmF5b19kb3JtaWRvJz5FbCByYXlvIGRvcm1pZG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcm1lbiBBbW9yYWdhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMC9MYXNfbWVudGlyYXNfaW5leGFjdGFzJz5MYXMgbWVudGlyYXMgaW5leGFjdGFzPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5KdXN0byBTb3RlbG88L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIxL0N1YW5kb19MYXphcm9fYW5kdXZvJz5DdWFuZG8gTCZhYWN1dGU7emFybyBhbmR1dm88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkZlcm5hbmRvIFJveXVlbGE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIyL0xhX211ZXJ0ZV9sbGVnYV9hX1BlbWJlcmxleSc+TGEgbXVlcnRlIGxsZWdhIGEgUGVtYmVybGV5PC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QLiBELiBKYW1lczwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjMvRWxvZ2lvX2RlbF9vZGlvJz5FbG9naW8gZGVsIG9kaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPktoYWxlZCBLaGFsaWZhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPlBvZXPDrWE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjQvQmVzdGlhcmlvJz5CZXN0aWFyaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcmxvcyBQdWpvbDwvc3Bhbj48L2Rpdj5kAgcPZBYCZg8VAZgMPGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+TGlicm8gZGUgbGEgc2VtYW5hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE4L0xvbmRyZXNfVW5hX2Jpb2dyYWZpYV9Mb25kcmVzX2Jham9fdGllcnJhJz5Mb25kcmVzLiBVbmEgYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YS4gTG9uZHJlcyBiYWpvIHRpZXJyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UGV0ZXIgQWNrcm95ZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Ob3ZlbGE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTkvRWxfcmF5b19kb3JtaWRvJz5FbCByYXlvIGRvcm1pZG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcm1lbiBBbW9yYWdhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMC9MYXNfbWVudGlyYXNfaW5leGFjdGFzJz5MYXMgbWVudGlyYXMgaW5leGFjdGFzPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5KdXN0byBTb3RlbG88L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIxL0N1YW5kb19MYXphcm9fYW5kdXZvJz5DdWFuZG8gTCZhYWN1dGU7emFybyBhbmR1dm88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkZlcm5hbmRvIFJveXVlbGE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIyL0xhX211ZXJ0ZV9sbGVnYV9hX1BlbWJlcmxleSc+TGEgbXVlcnRlIGxsZWdhIGEgUGVtYmVybGV5PC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QLiBELiBKYW1lczwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjMvRWxvZ2lvX2RlbF9vZGlvJz5FbG9naW8gZGVsIG9kaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPktoYWxlZCBLaGFsaWZhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPlBvZXPDrWE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjQvQmVzdGlhcmlvJz5CZXN0aWFyaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcmxvcyBQdWpvbDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjUvUHVyYV9sb2dpY2FfNTAwX2Fmb3Jpc21vcyc+UHVyYSBsJm9hY3V0ZTtnaWNhLiA1MDAgYWZvcmlzbW9zPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5CZW5qYW0maWFjdXRlO24gUHJhZG88L3NwYW4+PC9kaXY+ZAIID2QWAmYPFQGsDjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkxpYnJvIGRlIGxhIHNlbWFuYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOC9Mb25kcmVzX1VuYV9iaW9ncmFmaWFfTG9uZHJlc19iYWpvX3RpZXJyYSc+TG9uZHJlcy4gVW5hIGJpb2dyYWYmaWFjdXRlO2EuIExvbmRyZXMgYmFqbyB0aWVycmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlBldGVyIEFja3JveWQ8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+Tm92ZWxhPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE5L0VsX3JheW9fZG9ybWlkbyc+RWwgcmF5byBkb3JtaWRvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5DYXJtZW4gQW1vcmFnYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjAvTGFzX21lbnRpcmFzX2luZXhhY3Rhcyc+TGFzIG1lbnRpcmFzIGluZXhhY3RhczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+SnVzdG8gU290ZWxvPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMS9DdWFuZG9fTGF6YXJvX2FuZHV2byc+Q3VhbmRvIEwmYWFjdXRlO3phcm8gYW5kdXZvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5GZXJuYW5kbyBSb3l1ZWxhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMi9MYV9tdWVydGVfbGxlZ2FfYV9QZW1iZXJsZXknPkxhIG11ZXJ0ZSBsbGVnYSBhIFBlbWJlcmxleTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UC4gRC4gSmFtZXM8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIzL0Vsb2dpb19kZWxfb2Rpbyc+RWxvZ2lvIGRlbCBvZGlvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5LaGFsZWQgS2hhbGlmYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Qb2Vzw61hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI0L0Jlc3RpYXJpbyc+QmVzdGlhcmlvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5DYXJsb3MgUHVqb2w8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI1L1B1cmFfbG9naWNhXzUwMF9hZm9yaXNtb3MnPlB1cmEgbCZvYWN1dGU7Z2ljYS4gNTAwIGFmb3Jpc21vczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+QmVuamFtJmlhY3V0ZTtuIFByYWRvPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkVuc2F5bzwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNy9GbG9yZXNfZW5fbGFzX2dyaWV0YXMtX0F1dG9iaW9ncmFmaWFfeV9saXRlcmF0dXJhJz5GbG9yZXMgZW4gbGFzIGdyaWV0YXM6IEF1dG9iaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthIHkgbGl0ZXJhdHVyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UmljaGFyZCBGb3JkPC9zcGFuPjwvZGl2PmQCCQ9kFgJmDxUB1g88ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5MaWJybyBkZSBsYSBzZW1hbmE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTgvTG9uZHJlc19VbmFfYmlvZ3JhZmlhX0xvbmRyZXNfYmFqb190aWVycmEnPkxvbmRyZXMuIFVuYSBiaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthLiBMb25kcmVzIGJham8gdGllcnJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QZXRlciBBY2tyb3lkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPk5vdmVsYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOS9FbF9yYXlvX2Rvcm1pZG8nPkVsIHJheW8gZG9ybWlkbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybWVuIEFtb3JhZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIwL0xhc19tZW50aXJhc19pbmV4YWN0YXMnPkxhcyBtZW50aXJhcyBpbmV4YWN0YXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkp1c3RvIFNvdGVsbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjEvQ3VhbmRvX0xhemFyb19hbmR1dm8nPkN1YW5kbyBMJmFhY3V0ZTt6YXJvIGFuZHV2bzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+RmVybmFuZG8gUm95dWVsYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjIvTGFfbXVlcnRlX2xsZWdhX2FfUGVtYmVybGV5Jz5MYSBtdWVydGUgbGxlZ2EgYSBQZW1iZXJsZXk8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlAuIEQuIEphbWVzPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMy9FbG9naW9fZGVsX29kaW8nPkVsb2dpbyBkZWwgb2RpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+S2hhbGVkIEtoYWxpZmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+UG9lc8OtYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNC9CZXN0aWFyaW8nPkJlc3RpYXJpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybG9zIFB1am9sPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNS9QdXJhX2xvZ2ljYV81MDBfYWZvcmlzbW9zJz5QdXJhIGwmb2FjdXRlO2dpY2EuIDUwMCBhZm9yaXNtb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkJlbmphbSZpYWN1dGU7biBQcmFkbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5FbnNheW88L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjcvRmxvcmVzX2VuX2xhc19ncmlldGFzLV9BdXRvYmlvZ3JhZmlhX3lfbGl0ZXJhdHVyYSc+RmxvcmVzIGVuIGxhcyBncmlldGFzOiBBdXRvYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YSB5IGxpdGVyYXR1cmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJpY2hhcmQgRm9yZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjgvRWxfbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yJz5FbCBsZWN0b2VzcGVjdGFkb3I8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlZpY2VudGUgTHVpcyBNb3JhPC9zcGFuPjwvZGl2PmQCCg9kFgJmDxUBhRI8ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5MaWJybyBkZSBsYSBzZW1hbmE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTgvTG9uZHJlc19VbmFfYmlvZ3JhZmlhX0xvbmRyZXNfYmFqb190aWVycmEnPkxvbmRyZXMuIFVuYSBiaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthLiBMb25kcmVzIGJham8gdGllcnJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QZXRlciBBY2tyb3lkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPk5vdmVsYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOS9FbF9yYXlvX2Rvcm1pZG8nPkVsIHJheW8gZG9ybWlkbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybWVuIEFtb3JhZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIwL0xhc19tZW50aXJhc19pbmV4YWN0YXMnPkxhcyBtZW50aXJhcyBpbmV4YWN0YXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkp1c3RvIFNvdGVsbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjEvQ3VhbmRvX0xhemFyb19hbmR1dm8nPkN1YW5kbyBMJmFhY3V0ZTt6YXJvIGFuZHV2bzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+RmVybmFuZG8gUm95dWVsYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjIvTGFfbXVlcnRlX2xsZWdhX2FfUGVtYmVybGV5Jz5MYSBtdWVydGUgbGxlZ2EgYSBQZW1iZXJsZXk8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlAuIEQuIEphbWVzPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMy9FbG9naW9fZGVsX29kaW8nPkVsb2dpbyBkZWwgb2RpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+S2hhbGVkIEtoYWxpZmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+UG9lc8OtYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNC9CZXN0aWFyaW8nPkJlc3RpYXJpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybG9zIFB1am9sPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNS9QdXJhX2xvZ2ljYV81MDBfYWZvcmlzbW9zJz5QdXJhIGwmb2FjdXRlO2dpY2EuIDUwMCBhZm9yaXNtb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkJlbmphbSZpYWN1dGU7biBQcmFkbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5FbnNheW88L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjcvRmxvcmVzX2VuX2xhc19ncmlldGFzLV9BdXRvYmlvZ3JhZmlhX3lfbGl0ZXJhdHVyYSc+RmxvcmVzIGVuIGxhcyBncmlldGFzOiBBdXRvYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YSB5IGxpdGVyYXR1cmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJpY2hhcmQgRm9yZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjgvRWxfbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yJz5FbCBsZWN0b2VzcGVjdGFkb3I8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlZpY2VudGUgTHVpcyBNb3JhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyOS9MYXNfR3VlcnJhc19kZWxfdXJhbmlvX1VuYV9yaXZhbGlkYWRfY2llbnRpZmljYV9xdWVfZGlvX29yaWdlbl9hX2xhX2VyYV9hdG9taWNhJz5MYXMgR3VlcnJhcyBkZWwgdXJhbmlvLiBVbmEgcml2YWxpZGFkIGNpZW50JmlhY3V0ZTtmaWNhIHF1ZSBkaW8gb3JpZ2VuIGEgbGEgZXJhIGF0Jm9hY3V0ZTttaWNhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5BbWlyIEQuIEFjemVsPC9zcGFuPjwvZGl2PmQCCw9kFgJmDxUB4BM8ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5MaWJybyBkZSBsYSBzZW1hbmE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTgvTG9uZHJlc19VbmFfYmlvZ3JhZmlhX0xvbmRyZXNfYmFqb190aWVycmEnPkxvbmRyZXMuIFVuYSBiaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthLiBMb25kcmVzIGJham8gdGllcnJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QZXRlciBBY2tyb3lkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPk5vdmVsYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOS9FbF9yYXlvX2Rvcm1pZG8nPkVsIHJheW8gZG9ybWlkbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybWVuIEFtb3JhZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIwL0xhc19tZW50aXJhc19pbmV4YWN0YXMnPkxhcyBtZW50aXJhcyBpbmV4YWN0YXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkp1c3RvIFNvdGVsbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjEvQ3VhbmRvX0xhemFyb19hbmR1dm8nPkN1YW5kbyBMJmFhY3V0ZTt6YXJvIGFuZHV2bzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+RmVybmFuZG8gUm95dWVsYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjIvTGFfbXVlcnRlX2xsZWdhX2FfUGVtYmVybGV5Jz5MYSBtdWVydGUgbGxlZ2EgYSBQZW1iZXJsZXk8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlAuIEQuIEphbWVzPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMy9FbG9naW9fZGVsX29kaW8nPkVsb2dpbyBkZWwgb2RpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+S2hhbGVkIEtoYWxpZmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+UG9lc8OtYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNC9CZXN0aWFyaW8nPkJlc3RpYXJpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybG9zIFB1am9sPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNS9QdXJhX2xvZ2ljYV81MDBfYWZvcmlzbW9zJz5QdXJhIGwmb2FjdXRlO2dpY2EuIDUwMCBhZm9yaXNtb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkJlbmphbSZpYWN1dGU7biBQcmFkbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5FbnNheW88L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjcvRmxvcmVzX2VuX2xhc19ncmlldGFzLV9BdXRvYmlvZ3JhZmlhX3lfbGl0ZXJhdHVyYSc+RmxvcmVzIGVuIGxhcyBncmlldGFzOiBBdXRvYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YSB5IGxpdGVyYXR1cmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJpY2hhcmQgRm9yZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjgvRWxfbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yJz5FbCBsZWN0b2VzcGVjdGFkb3I8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlZpY2VudGUgTHVpcyBNb3JhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyOS9MYXNfR3VlcnJhc19kZWxfdXJhbmlvX1VuYV9yaXZhbGlkYWRfY2llbnRpZmljYV9xdWVfZGlvX29yaWdlbl9hX2xhX2VyYV9hdG9taWNhJz5MYXMgR3VlcnJhcyBkZWwgdXJhbmlvLiBVbmEgcml2YWxpZGFkIGNpZW50JmlhY3V0ZTtmaWNhIHF1ZSBkaW8gb3JpZ2VuIGEgbGEgZXJhIGF0Jm9hY3V0ZTttaWNhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5BbWlyIEQuIEFjemVsPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQzMC9OYWNpZG9zX3BhcmFfbWFuZGFyJz5OYWNpZG9zIHBhcmEgbWFuZGFyPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5MdWRnZXIgTWVlcyB5IFhvcyZlYWN1dGU7IE0uIE4mdWFjdXRlOyZudGlsZGU7ZXogU2VpeGFzIChjb29yZC4pPC9zcGFuPjwvZGl2PmQCDA9kFgJmDxUB8hU8ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5MaWJybyBkZSBsYSBzZW1hbmE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTgvTG9uZHJlc19VbmFfYmlvZ3JhZmlhX0xvbmRyZXNfYmFqb190aWVycmEnPkxvbmRyZXMuIFVuYSBiaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthLiBMb25kcmVzIGJham8gdGllcnJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QZXRlciBBY2tyb3lkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPk5vdmVsYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOS9FbF9yYXlvX2Rvcm1pZG8nPkVsIHJheW8gZG9ybWlkbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybWVuIEFtb3JhZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIwL0xhc19tZW50aXJhc19pbmV4YWN0YXMnPkxhcyBtZW50aXJhcyBpbmV4YWN0YXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkp1c3RvIFNvdGVsbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjEvQ3VhbmRvX0xhemFyb19hbmR1dm8nPkN1YW5kbyBMJmFhY3V0ZTt6YXJvIGFuZHV2bzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+RmVybmFuZG8gUm95dWVsYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjIvTGFfbXVlcnRlX2xsZWdhX2FfUGVtYmVybGV5Jz5MYSBtdWVydGUgbGxlZ2EgYSBQZW1iZXJsZXk8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlAuIEQuIEphbWVzPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMy9FbG9naW9fZGVsX29kaW8nPkVsb2dpbyBkZWwgb2RpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+S2hhbGVkIEtoYWxpZmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+UG9lc8OtYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNC9CZXN0aWFyaW8nPkJlc3RpYXJpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybG9zIFB1am9sPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNS9QdXJhX2xvZ2ljYV81MDBfYWZvcmlzbW9zJz5QdXJhIGwmb2FjdXRlO2dpY2EuIDUwMCBhZm9yaXNtb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkJlbmphbSZpYWN1dGU7biBQcmFkbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5FbnNheW88L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjcvRmxvcmVzX2VuX2xhc19ncmlldGFzLV9BdXRvYmlvZ3JhZmlhX3lfbGl0ZXJhdHVyYSc+RmxvcmVzIGVuIGxhcyBncmlldGFzOiBBdXRvYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YSB5IGxpdGVyYXR1cmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJpY2hhcmQgRm9yZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjgvRWxfbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yJz5FbCBsZWN0b2VzcGVjdGFkb3I8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlZpY2VudGUgTHVpcyBNb3JhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyOS9MYXNfR3VlcnJhc19kZWxfdXJhbmlvX1VuYV9yaXZhbGlkYWRfY2llbnRpZmljYV9xdWVfZGlvX29yaWdlbl9hX2xhX2VyYV9hdG9taWNhJz5MYXMgR3VlcnJhcyBkZWwgdXJhbmlvLiBVbmEgcml2YWxpZGFkIGNpZW50JmlhY3V0ZTtmaWNhIHF1ZSBkaW8gb3JpZ2VuIGEgbGEgZXJhIGF0Jm9hY3V0ZTttaWNhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5BbWlyIEQuIEFjemVsPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQzMC9OYWNpZG9zX3BhcmFfbWFuZGFyJz5OYWNpZG9zIHBhcmEgbWFuZGFyPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5MdWRnZXIgTWVlcyB5IFhvcyZlYWN1dGU7IE0uIE4mdWFjdXRlOyZudGlsZGU7ZXogU2VpeGFzIChjb29yZC4pPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkRpZXRhcmlvczwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNi9EaWFyaW9fZGVfZG9zX3JlY2llbmNhc2Fkb3MnPkRpYXJpbyBkZSBkb3MgcmVjaWVuY2FzYWRvczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+WmVub2JpYSBDYW1wcnViJmlhY3V0ZTsgeSBKdWFuIFJhbSZvYWN1dGU7biBKaW0mZWFjdXRlO25lejwvc3Bhbj48L2Rpdj5kAg0PZBYCZg8VAe8XPGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+TGlicm8gZGUgbGEgc2VtYW5hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE4L0xvbmRyZXNfVW5hX2Jpb2dyYWZpYV9Mb25kcmVzX2Jham9fdGllcnJhJz5Mb25kcmVzLiBVbmEgYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YS4gTG9uZHJlcyBiYWpvIHRpZXJyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UGV0ZXIgQWNrcm95ZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Ob3ZlbGE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTkvRWxfcmF5b19kb3JtaWRvJz5FbCByYXlvIGRvcm1pZG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcm1lbiBBbW9yYWdhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMC9MYXNfbWVudGlyYXNfaW5leGFjdGFzJz5MYXMgbWVudGlyYXMgaW5leGFjdGFzPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5KdXN0byBTb3RlbG88L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIxL0N1YW5kb19MYXphcm9fYW5kdXZvJz5DdWFuZG8gTCZhYWN1dGU7emFybyBhbmR1dm88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkZlcm5hbmRvIFJveXVlbGE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIyL0xhX211ZXJ0ZV9sbGVnYV9hX1BlbWJlcmxleSc+TGEgbXVlcnRlIGxsZWdhIGEgUGVtYmVybGV5PC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QLiBELiBKYW1lczwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjMvRWxvZ2lvX2RlbF9vZGlvJz5FbG9naW8gZGVsIG9kaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPktoYWxlZCBLaGFsaWZhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPlBvZXPDrWE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjQvQmVzdGlhcmlvJz5CZXN0aWFyaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcmxvcyBQdWpvbDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjUvUHVyYV9sb2dpY2FfNTAwX2Fmb3Jpc21vcyc+UHVyYSBsJm9hY3V0ZTtnaWNhLiA1MDAgYWZvcmlzbW9zPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5CZW5qYW0maWFjdXRlO24gUHJhZG88L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+RW5zYXlvPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI3L0Zsb3Jlc19lbl9sYXNfZ3JpZXRhcy1fQXV0b2Jpb2dyYWZpYV95X2xpdGVyYXR1cmEnPkZsb3JlcyBlbiBsYXMgZ3JpZXRhczogQXV0b2Jpb2dyYWYmaWFjdXRlO2EgeSBsaXRlcmF0dXJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5SaWNoYXJkIEZvcmQ8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI4L0VsX2xlY3RvZXNwZWN0YWRvcic+RWwgbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5WaWNlbnRlIEx1aXMgTW9yYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjkvTGFzX0d1ZXJyYXNfZGVsX3VyYW5pb19VbmFfcml2YWxpZGFkX2NpZW50aWZpY2FfcXVlX2Rpb19vcmlnZW5fYV9sYV9lcmFfYXRvbWljYSc+TGFzIEd1ZXJyYXMgZGVsIHVyYW5pby4gVW5hIHJpdmFsaWRhZCBjaWVudCZpYWN1dGU7ZmljYSBxdWUgZGlvIG9yaWdlbiBhIGxhIGVyYSBhdCZvYWN1dGU7bWljYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+QW1pciBELiBBY3plbDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MzAvTmFjaWRvc19wYXJhX21hbmRhcic+TmFjaWRvcyBwYXJhIG1hbmRhcjwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+THVkZ2VyIE1lZXMgeSBYb3MmZWFjdXRlOyBNLiBOJnVhY3V0ZTsmbnRpbGRlO2V6IFNlaXhhcyAoY29vcmQuKTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5EaWV0YXJpb3M8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjYvRGlhcmlvX2RlX2Rvc19yZWNpZW5jYXNhZG9zJz5EaWFyaW8gZGUgZG9zIHJlY2llbmNhc2Fkb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlplbm9iaWEgQ2FtcHJ1YiZpYWN1dGU7IHkgSnVhbiBSYW0mb2FjdXRlO24gSmltJmVhY3V0ZTtuZXo8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+SW5mYW50aWwgeSBqdXZlbmlsPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDMxL0xvc19jb25zcGlyYWRvcmVzJz5Mb3MgY29uc3BpcmFkb3JlczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+SmVzJnVhY3V0ZTtzIENhcmF6by4gSWx1cy4gZGUgSi4gR29ueiZhYWN1dGU7bGV6PC9zcGFuPjwvZGl2PmQCDg9kFgJmDxUB3hk8ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5MaWJybyBkZSBsYSBzZW1hbmE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTgvTG9uZHJlc19VbmFfYmlvZ3JhZmlhX0xvbmRyZXNfYmFqb190aWVycmEnPkxvbmRyZXMuIFVuYSBiaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthLiBMb25kcmVzIGJham8gdGllcnJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QZXRlciBBY2tyb3lkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPk5vdmVsYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOS9FbF9yYXlvX2Rvcm1pZG8nPkVsIHJheW8gZG9ybWlkbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybWVuIEFtb3JhZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIwL0xhc19tZW50aXJhc19pbmV4YWN0YXMnPkxhcyBtZW50aXJhcyBpbmV4YWN0YXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkp1c3RvIFNvdGVsbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjEvQ3VhbmRvX0xhemFyb19hbmR1dm8nPkN1YW5kbyBMJmFhY3V0ZTt6YXJvIGFuZHV2bzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+RmVybmFuZG8gUm95dWVsYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjIvTGFfbXVlcnRlX2xsZWdhX2FfUGVtYmVybGV5Jz5MYSBtdWVydGUgbGxlZ2EgYSBQZW1iZXJsZXk8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlAuIEQuIEphbWVzPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMy9FbG9naW9fZGVsX29kaW8nPkVsb2dpbyBkZWwgb2RpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+S2hhbGVkIEtoYWxpZmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+UG9lc8OtYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNC9CZXN0aWFyaW8nPkJlc3RpYXJpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybG9zIFB1am9sPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNS9QdXJhX2xvZ2ljYV81MDBfYWZvcmlzbW9zJz5QdXJhIGwmb2FjdXRlO2dpY2EuIDUwMCBhZm9yaXNtb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkJlbmphbSZpYWN1dGU7biBQcmFkbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5FbnNheW88L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjcvRmxvcmVzX2VuX2xhc19ncmlldGFzLV9BdXRvYmlvZ3JhZmlhX3lfbGl0ZXJhdHVyYSc+RmxvcmVzIGVuIGxhcyBncmlldGFzOiBBdXRvYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YSB5IGxpdGVyYXR1cmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJpY2hhcmQgRm9yZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjgvRWxfbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yJz5FbCBsZWN0b2VzcGVjdGFkb3I8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlZpY2VudGUgTHVpcyBNb3JhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyOS9MYXNfR3VlcnJhc19kZWxfdXJhbmlvX1VuYV9yaXZhbGlkYWRfY2llbnRpZmljYV9xdWVfZGlvX29yaWdlbl9hX2xhX2VyYV9hdG9taWNhJz5MYXMgR3VlcnJhcyBkZWwgdXJhbmlvLiBVbmEgcml2YWxpZGFkIGNpZW50JmlhY3V0ZTtmaWNhIHF1ZSBkaW8gb3JpZ2VuIGEgbGEgZXJhIGF0Jm9hY3V0ZTttaWNhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5BbWlyIEQuIEFjemVsPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQzMC9OYWNpZG9zX3BhcmFfbWFuZGFyJz5OYWNpZG9zIHBhcmEgbWFuZGFyPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5MdWRnZXIgTWVlcyB5IFhvcyZlYWN1dGU7IE0uIE4mdWFjdXRlOyZudGlsZGU7ZXogU2VpeGFzIChjb29yZC4pPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkRpZXRhcmlvczwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNi9EaWFyaW9fZGVfZG9zX3JlY2llbmNhc2Fkb3MnPkRpYXJpbyBkZSBkb3MgcmVjaWVuY2FzYWRvczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+WmVub2JpYSBDYW1wcnViJmlhY3V0ZTsgeSBKdWFuIFJhbSZvYWN1dGU7biBKaW0mZWFjdXRlO25lejwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5JbmZhbnRpbCB5IGp1dmVuaWw8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MzEvTG9zX2NvbnNwaXJhZG9yZXMnPkxvcyBjb25zcGlyYWRvcmVzPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5KZXMmdWFjdXRlO3MgQ2FyYXpvLiBJbHVzLiBkZSBKLiBHb256JmFhY3V0ZTtsZXo8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDMyL1BhbGFicmFzX3BhcmFfYXJtYXJfdHVfY2FudG8nPlBhbGFicmFzIHBhcmEgYXJtYXIgdHUgY2FudG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJhbSZvYWN1dGU7biBTdSZhYWN1dGU7cmV6LiBJbHVzdHJhY2lvbmVzIGRlIENlY2lsaWEgUiZlYWN1dGU7Ym9yYTwvc3Bhbj48L2Rpdj5kAg8PZBYCZg8VAYcbPGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+TGlicm8gZGUgbGEgc2VtYW5hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE4L0xvbmRyZXNfVW5hX2Jpb2dyYWZpYV9Mb25kcmVzX2Jham9fdGllcnJhJz5Mb25kcmVzLiBVbmEgYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YS4gTG9uZHJlcyBiYWpvIHRpZXJyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UGV0ZXIgQWNrcm95ZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Ob3ZlbGE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTkvRWxfcmF5b19kb3JtaWRvJz5FbCByYXlvIGRvcm1pZG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcm1lbiBBbW9yYWdhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMC9MYXNfbWVudGlyYXNfaW5leGFjdGFzJz5MYXMgbWVudGlyYXMgaW5leGFjdGFzPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5KdXN0byBTb3RlbG88L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIxL0N1YW5kb19MYXphcm9fYW5kdXZvJz5DdWFuZG8gTCZhYWN1dGU7emFybyBhbmR1dm88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkZlcm5hbmRvIFJveXVlbGE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIyL0xhX211ZXJ0ZV9sbGVnYV9hX1BlbWJlcmxleSc+TGEgbXVlcnRlIGxsZWdhIGEgUGVtYmVybGV5PC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QLiBELiBKYW1lczwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjMvRWxvZ2lvX2RlbF9vZGlvJz5FbG9naW8gZGVsIG9kaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPktoYWxlZCBLaGFsaWZhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPlBvZXPDrWE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjQvQmVzdGlhcmlvJz5CZXN0aWFyaW88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkNhcmxvcyBQdWpvbDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjUvUHVyYV9sb2dpY2FfNTAwX2Fmb3Jpc21vcyc+UHVyYSBsJm9hY3V0ZTtnaWNhLiA1MDAgYWZvcmlzbW9zPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5CZW5qYW0maWFjdXRlO24gUHJhZG88L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+RW5zYXlvPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI3L0Zsb3Jlc19lbl9sYXNfZ3JpZXRhcy1fQXV0b2Jpb2dyYWZpYV95X2xpdGVyYXR1cmEnPkZsb3JlcyBlbiBsYXMgZ3JpZXRhczogQXV0b2Jpb2dyYWYmaWFjdXRlO2EgeSBsaXRlcmF0dXJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5SaWNoYXJkIEZvcmQ8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI4L0VsX2xlY3RvZXNwZWN0YWRvcic+RWwgbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5WaWNlbnRlIEx1aXMgTW9yYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjkvTGFzX0d1ZXJyYXNfZGVsX3VyYW5pb19VbmFfcml2YWxpZGFkX2NpZW50aWZpY2FfcXVlX2Rpb19vcmlnZW5fYV9sYV9lcmFfYXRvbWljYSc+TGFzIEd1ZXJyYXMgZGVsIHVyYW5pby4gVW5hIHJpdmFsaWRhZCBjaWVudCZpYWN1dGU7ZmljYSBxdWUgZGlvIG9yaWdlbiBhIGxhIGVyYSBhdCZvYWN1dGU7bWljYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+QW1pciBELiBBY3plbDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MzAvTmFjaWRvc19wYXJhX21hbmRhcic+TmFjaWRvcyBwYXJhIG1hbmRhcjwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+THVkZ2VyIE1lZXMgeSBYb3MmZWFjdXRlOyBNLiBOJnVhY3V0ZTsmbnRpbGRlO2V6IFNlaXhhcyAoY29vcmQuKTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5EaWV0YXJpb3M8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjYvRGlhcmlvX2RlX2Rvc19yZWNpZW5jYXNhZG9zJz5EaWFyaW8gZGUgZG9zIHJlY2llbmNhc2Fkb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlplbm9iaWEgQ2FtcHJ1YiZpYWN1dGU7IHkgSnVhbiBSYW0mb2FjdXRlO24gSmltJmVhY3V0ZTtuZXo8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+SW5mYW50aWwgeSBqdXZlbmlsPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDMxL0xvc19jb25zcGlyYWRvcmVzJz5Mb3MgY29uc3BpcmFkb3JlczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+SmVzJnVhY3V0ZTtzIENhcmF6by4gSWx1cy4gZGUgSi4gR29ueiZhYWN1dGU7bGV6PC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQzMi9QYWxhYnJhc19wYXJhX2FybWFyX3R1X2NhbnRvJz5QYWxhYnJhcyBwYXJhIGFybWFyIHR1IGNhbnRvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5SYW0mb2FjdXRlO24gU3UmYWFjdXRlO3Jlei4gSWx1c3RyYWNpb25lcyBkZSBDZWNpbGlhIFImZWFjdXRlO2JvcmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDMzL0FuaW1hbGVzX3BhcmVjaWRvcyc+QW5pbWFsZXMgcGFyZWNpZG9zPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5FbWlsaW8gVXJiZXJvYWdhPC9zcGFuPjwvZGl2PmQCEA9kFgJmDxUB3Bw8ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5MaWJybyBkZSBsYSBzZW1hbmE8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MTgvTG9uZHJlc19VbmFfYmlvZ3JhZmlhX0xvbmRyZXNfYmFqb190aWVycmEnPkxvbmRyZXMuIFVuYSBiaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthLiBMb25kcmVzIGJham8gdGllcnJhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5QZXRlciBBY2tyb3lkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPk5vdmVsYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOS9FbF9yYXlvX2Rvcm1pZG8nPkVsIHJheW8gZG9ybWlkbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybWVuIEFtb3JhZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIwL0xhc19tZW50aXJhc19pbmV4YWN0YXMnPkxhcyBtZW50aXJhcyBpbmV4YWN0YXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkp1c3RvIFNvdGVsbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjEvQ3VhbmRvX0xhemFyb19hbmR1dm8nPkN1YW5kbyBMJmFhY3V0ZTt6YXJvIGFuZHV2bzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+RmVybmFuZG8gUm95dWVsYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjIvTGFfbXVlcnRlX2xsZWdhX2FfUGVtYmVybGV5Jz5MYSBtdWVydGUgbGxlZ2EgYSBQZW1iZXJsZXk8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlAuIEQuIEphbWVzPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMy9FbG9naW9fZGVsX29kaW8nPkVsb2dpbyBkZWwgb2RpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+S2hhbGVkIEtoYWxpZmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+UG9lc8OtYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNC9CZXN0aWFyaW8nPkJlc3RpYXJpbzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+Q2FybG9zIFB1am9sPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNS9QdXJhX2xvZ2ljYV81MDBfYWZvcmlzbW9zJz5QdXJhIGwmb2FjdXRlO2dpY2EuIDUwMCBhZm9yaXNtb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkJlbmphbSZpYWN1dGU7biBQcmFkbzwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5FbnNheW88L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjcvRmxvcmVzX2VuX2xhc19ncmlldGFzLV9BdXRvYmlvZ3JhZmlhX3lfbGl0ZXJhdHVyYSc+RmxvcmVzIGVuIGxhcyBncmlldGFzOiBBdXRvYmlvZ3JhZiZpYWN1dGU7YSB5IGxpdGVyYXR1cmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJpY2hhcmQgRm9yZDwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjgvRWxfbGVjdG9lc3BlY3RhZG9yJz5FbCBsZWN0b2VzcGVjdGFkb3I8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlZpY2VudGUgTHVpcyBNb3JhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyOS9MYXNfR3VlcnJhc19kZWxfdXJhbmlvX1VuYV9yaXZhbGlkYWRfY2llbnRpZmljYV9xdWVfZGlvX29yaWdlbl9hX2xhX2VyYV9hdG9taWNhJz5MYXMgR3VlcnJhcyBkZWwgdXJhbmlvLiBVbmEgcml2YWxpZGFkIGNpZW50JmlhY3V0ZTtmaWNhIHF1ZSBkaW8gb3JpZ2VuIGEgbGEgZXJhIGF0Jm9hY3V0ZTttaWNhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5BbWlyIEQuIEFjemVsPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQzMC9OYWNpZG9zX3BhcmFfbWFuZGFyJz5OYWNpZG9zIHBhcmEgbWFuZGFyPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5MdWRnZXIgTWVlcyB5IFhvcyZlYWN1dGU7IE0uIE4mdWFjdXRlOyZudGlsZGU7ZXogU2VpeGFzIChjb29yZC4pPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkRpZXRhcmlvczwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNi9EaWFyaW9fZGVfZG9zX3JlY2llbmNhc2Fkb3MnPkRpYXJpbyBkZSBkb3MgcmVjaWVuY2FzYWRvczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+WmVub2JpYSBDYW1wcnViJmlhY3V0ZTsgeSBKdWFuIFJhbSZvYWN1dGU7biBKaW0mZWFjdXRlO25lejwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5JbmZhbnRpbCB5IGp1dmVuaWw8L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MzEvTG9zX2NvbnNwaXJhZG9yZXMnPkxvcyBjb25zcGlyYWRvcmVzPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5KZXMmdWFjdXRlO3MgQ2FyYXpvLiBJbHVzLiBkZSBKLiBHb256JmFhY3V0ZTtsZXo8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDMyL1BhbGFicmFzX3BhcmFfYXJtYXJfdHVfY2FudG8nPlBhbGFicmFzIHBhcmEgYXJtYXIgdHUgY2FudG88L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlJhbSZvYWN1dGU7biBTdSZhYWN1dGU7cmV6LiBJbHVzdHJhY2lvbmVzIGRlIENlY2lsaWEgUiZlYWN1dGU7Ym9yYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MzMvQW5pbWFsZXNfcGFyZWNpZG9zJz5BbmltYWxlcyBwYXJlY2lkb3M8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkVtaWxpbyBVcmJlcm9hZ2E8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDM0L0xvc19wcmlzaW9uZXJvc19kZV9aZW5kYSc+TG9zIHByaXNpb25lcm9zIGRlIFplbmRhPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5GZXJuYW5kbyBNYXImaWFjdXRlO2FzLiBJbHVzLiBkZSBKYXZpZXIgT2xpdmFyZXM8L3NwYW4+PC9kaXY+ZAIRD2QWAmYPFQHDHzxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkxpYnJvIGRlIGxhIHNlbWFuYTwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQxOC9Mb25kcmVzX1VuYV9iaW9ncmFmaWFfTG9uZHJlc19iYWpvX3RpZXJyYSc+TG9uZHJlcy4gVW5hIGJpb2dyYWYmaWFjdXRlO2EuIExvbmRyZXMgYmFqbyB0aWVycmE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPlBldGVyIEFja3JveWQ8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+Tm92ZWxhPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDE5L0VsX3JheW9fZG9ybWlkbyc+RWwgcmF5byBkb3JtaWRvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5DYXJtZW4gQW1vcmFnYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MjAvTGFzX21lbnRpcmFzX2luZXhhY3Rhcyc+TGFzIG1lbnRpcmFzIGluZXhhY3RhczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+SnVzdG8gU290ZWxvPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMS9DdWFuZG9fTGF6YXJvX2FuZHV2byc+Q3VhbmRvIEwmYWFjdXRlO3phcm8gYW5kdXZvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5GZXJuYW5kbyBSb3l1ZWxhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyMi9MYV9tdWVydGVfbGxlZ2FfYV9QZW1iZXJsZXknPkxhIG11ZXJ0ZSBsbGVnYSBhIFBlbWJlcmxleTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UC4gRC4gSmFtZXM8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDIzL0Vsb2dpb19kZWxfb2Rpbyc+RWxvZ2lvIGRlbCBvZGlvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5LaGFsZWQgS2hhbGlmYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5Qb2Vzw61hPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI0L0Jlc3RpYXJpbyc+QmVzdGlhcmlvPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5DYXJsb3MgUHVqb2w8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI1L1B1cmFfbG9naWNhXzUwMF9hZm9yaXNtb3MnPlB1cmEgbCZvYWN1dGU7Z2ljYS4gNTAwIGFmb3Jpc21vczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+QmVuamFtJmlhY3V0ZTtuIFByYWRvPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkVuc2F5bzwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyNy9GbG9yZXNfZW5fbGFzX2dyaWV0YXMtX0F1dG9iaW9ncmFmaWFfeV9saXRlcmF0dXJhJz5GbG9yZXMgZW4gbGFzIGdyaWV0YXM6IEF1dG9iaW9ncmFmJmlhY3V0ZTthIHkgbGl0ZXJhdHVyYTwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UmljaGFyZCBGb3JkPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQyOC9FbF9sZWN0b2VzcGVjdGFkb3InPkVsIGxlY3RvZXNwZWN0YWRvcjwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+VmljZW50ZSBMdWlzIE1vcmE8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI5L0xhc19HdWVycmFzX2RlbF91cmFuaW9fVW5hX3JpdmFsaWRhZF9jaWVudGlmaWNhX3F1ZV9kaW9fb3JpZ2VuX2FfbGFfZXJhX2F0b21pY2EnPkxhcyBHdWVycmFzIGRlbCB1cmFuaW8uIFVuYSByaXZhbGlkYWQgY2llbnQmaWFjdXRlO2ZpY2EgcXVlIGRpbyBvcmlnZW4gYSBsYSBlcmEgYXQmb2FjdXRlO21pY2E8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkFtaXIgRC4gQWN6ZWw8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDMwL05hY2lkb3NfcGFyYV9tYW5kYXInPk5hY2lkb3MgcGFyYSBtYW5kYXI8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkx1ZGdlciBNZWVzIHkgWG9zJmVhY3V0ZTsgTS4gTiZ1YWN1dGU7Jm50aWxkZTtleiBTZWl4YXMgKGNvb3JkLik8L3NwYW4+PC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bUNhdGVnb3JpYSc+RGlldGFyaW9zPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDI2L0RpYXJpb19kZV9kb3NfcmVjaWVuY2FzYWRvcyc+RGlhcmlvIGRlIGRvcyByZWNpZW5jYXNhZG9zPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz5aZW5vYmlhIENhbXBydWImaWFjdXRlOyB5IEp1YW4gUmFtJm9hY3V0ZTtuIEppbSZlYWN1dGU7bmV6PC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1DYXRlZ29yaWEnPkluZmFudGlsIHkganV2ZW5pbDwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQzMS9Mb3NfY29uc3BpcmFkb3Jlcyc+TG9zIGNvbnNwaXJhZG9yZXM8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkplcyZ1YWN1dGU7cyBDYXJhem8uIElsdXMuIGRlIEouIEdvbnomYWFjdXRlO2xlejwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MzIvUGFsYWJyYXNfcGFyYV9hcm1hcl90dV9jYW50byc+UGFsYWJyYXMgcGFyYSBhcm1hciB0dSBjYW50bzwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+UmFtJm9hY3V0ZTtuIFN1JmFhY3V0ZTtyZXouIElsdXN0cmFjaW9uZXMgZGUgQ2VjaWxpYSBSJmVhY3V0ZTtib3JhPC9zcGFuPjwvZGl2PjxkaXYgY2xhc3M9J3J0c19TdW1UaXR1bG8nPjxhIGhyZWY9Jy92ZXJzaW9uX3BhcGVsL0xFVFJBUy8zMTQzMy9BbmltYWxlc19wYXJlY2lkb3MnPkFuaW1hbGVzIHBhcmVjaWRvczwvYT4gLSA8c3BhbiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVN1YnRpdHVsbyc+RW1pbGlvIFVyYmVyb2FnYTwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtVGl0dWxvJz48YSBocmVmPScvdmVyc2lvbl9wYXBlbC9MRVRSQVMvMzE0MzQvTG9zX3ByaXNpb25lcm9zX2RlX1plbmRhJz5Mb3MgcHJpc2lvbmVyb3MgZGUgWmVuZGE8L2E+IC0gPHNwYW4gY2xhc3M9J3J0c19TdW1TdWJ0aXR1bG8nPkZlcm5hbmRvIE1hciZpYWN1dGU7YXMuIElsdXMuIGRlIEphdmllciBPbGl2YXJlczwvc3Bhbj48L2Rpdj48ZGl2IGNsYXNzPSdydHNfU3VtQ2F0ZWdvcmlhJz5IYWJsYW4gbG9zIGVkaXRvcmVzPC9kaXY+PGRpdiBjbGFzcz0ncnRzX1N1bVRpdHVsbyc+PGEgaHJlZj0nL3ZlcnNpb25fcGFwZWwvTEVUUkFTLzMxNDM1L0pvc2VfTWFyaWFfR19kZV9sYV9Ub3JyZSc+Sm9zJmVhY3V0ZTsgTWFyJmlhY3V0ZTthIEcuIGRlIGxhIFRvcnJlPC9hPiAtIDxzcGFuIGNsYXNzPSdydHNfU3VtU3VidGl0dWxvJz4iJmlxdWVzdDtQb3IgcXUmZWFjdXRlOyBwb2VzJmlhY3V0ZTthPzogcG9yIHN1IGJlbGxlemEsIHBvciBzdSBjYXBhY2lkYWQgcGFyYSBleHBsaWNhciBsb3Mgc2VudGltaWVudG9zIGh1bWFub3MsIHBvciBzdSBsdXoiPC9zcGFuPjwvZGl2PmQCBA8PFgIeC05hdmlnYXRlVXJsBR8vbm90aWNpYWltcC5hc3B4P2lkbm90aWNpYT0zNjMzZGQCBQ8PFgIfAwVKL21haWwuYXNweD91cmw9L25vdGljaWFzL0xFVFJBUy8zNjMzL0FsYmVydF9DYW11c19kaXZpZGVfYV9GcmFuY2lhX3RvZGF2aWFkZAIGDw8WAh8DBagBaHR0cDovL3d3dy5mYWNlYm9vay5jb20vc2hhcmVyLnBocD91PWh0dHA6Ly93d3cuZWxjdWx0dXJhbC5lcy9ub3RpY2lhcy9MRVRSQVMvMzYzMy9BbGJlcnRfQ2FtdXNfZGl2aWRlX2FfRnJhbmNpYV90b2RhdmlhJnQ9QWxiZXJ0IENhbXVzIGRpdmlkZSBhIEZyYW5jaWEsIHRvZGF2JmlhY3V0ZTthZGQCBw8PFgIfAwV1aHR0cDovL3R3aXR0ZXIuY29tL2hvbWU/c3RhdHVzPSAtIGh0dHA6Ly93d3cuZWxjdWx0dXJhbC5lcy9ub3RpY2lhcy9MRVRSQVMvMzYzMy9BbGJlcnRfQ2FtdXNfZGl2aWRlX2FfRnJhbmNpYV90b2RhdmlhZGQCCA8PFgIfAwV1aHR0cDovL21lbmVhbWUubmV0L3N1Ym1pdC5waHA/dXJsPWh0dHA6Ly93d3cuZWxjdWx0dXJhbC5lcy9ub3RpY2lhcy9MRVRSQVMvMzYzMy9BbGJlcnRfQ2FtdXNfZGl2aWRlX2FfRnJhbmNpYV90b2RhdmlhZGQCCQ8PFgIfAAUtQWxiZXJ0IENhbXVzIGRpdmlkZSBhIEZyYW5jaWEsIHRvZGF2JmlhY3V0ZTthZGQCCg8PFgIfAAXyAUVsIGhpc3RvcmlhZG9yIEJlbmphbWluIFN0b3JhIGhhIHNpZG8gc3VzdGl0dWlkbyBwb3IgZWwgZmlsJm9hY3V0ZTtzb2ZvIE1pY2hlbCBPbmZyYXkgYWwgZnJlbnRlIGRlIGxhIG11ZXN0cmEgZGUgc3UgY2VudGVuYXJpbyB8IERldHImYWFjdXRlO3MgZGUgbGEgZGVjaXNpJm9hY3V0ZTtuIHNlIGF0aXNiYW4gZGlzY3JlcGFuY2lhcyBwb2wmaWFjdXRlO3RpY2FzIHNvYnJlIGxhIGd1ZXJyYSBjb2xvbmlhbCBkZSBBcmdlbGlhZGQCDA9kFgJmDzwrAAkBAA8WBB8BFgAfAgIBZBYCZg9kFgJmDxUB5QI8aW5wdXQgY2xhc3M9J3N0YXInIGRpc2FibGVkPSdkaXNhYmxlZCcgbmFtZT0nc3RhcjMnIHR5cGU9J3JhZGlvJyAvPjxpbnB1dCBjbGFzcz0nc3RhcicgZGlzYWJsZWQ9J2Rpc2FibGVkJyBuYW1lPSdzdGFyMycgdHlwZT0ncmFkaW8nIC8+PGlucHV0IGNsYXNzPSdzdGFyJyBkaXNhYmxlZD0nZGlzYWJsZWQnIG5hbWU9J3N0YXIzJyB0eXBlPSdyYWRpbycgLz48aW5wdXQgY2xhc3M9J3N0YXInIGRpc2FibGVkPSdkaXNhYmxlZCcgbmFtZT0nc3RhcjMnIHR5cGU9J3JhZGlvJ2NoZWNrZWQ9J2NoZWNrZWQnIC8+PGlucHV0IGNsYXNzPSdzdGFyJyBkaXNhYmxlZD0nZGlzYWJsZWQnIG5hbWU9J3N0YXIzJyB0eXBlPSdyYWRpbycgLz5kAg0PDxYCHwAFDUFsYmVydG8gT0pFREFkZAIODw8WAh8ABQoyNC8wOC8yMDEyZGQCDw8PFgIfAGVkZAIQDw8WAh8ABfo2RWwgNyBkZSBub3ZpZW1icmUgZGUgMjAxMyBzZSBjdW1wbGlyJmFhY3V0ZTtuIGNpZW4gYSZudGlsZGU7b3MgZGVsIG5hY2ltaWVudG8gZGUgQWxiZXJ0IENhbXVzLiBFcyB1bmEgZWZlbSZlYWN1dGU7cmlkZSByZWRvbmRhIHF1ZSBvYmxpZ2EgYSByZWNvcmRhciBhIHVubyBkZSBsb3MgZXNjcml0b3JlcyBxdWUgbWFyY2Fyb24gZWwgc2lnbG8gWFggY29uIHVuYSBodWVsbGEgbSZhYWN1dGU7cyBwcm9mdW5kYS4gRW4gRnJhbmNpYSB5YSBzZSBlc2Z1ZXJ6YW4gcG9yIGVzdGFyIHByZXBhcmFkb3MgcGFyYSBlbnRvbmNlcyB5IGhvbnJhcmxlIGNvbW8gbWVyZWNlLiBQZXJvPHN0cm9uZz4gbGEgZmlndXJhIGRlIENhbXVzLCBjdWFuZG8gaW50ZW50YSBtYW5lamFyc2UgcG9yIGluc3RpdHVjaW9uZXMgb2ZpY2lhbGVzIHF1ZSByZXByZXNlbnRhbiB5IGVqZXJjZW4gZWwgcG9kZXIgcG9sJmlhY3V0ZTt0aWNvLCByZXN1bHRhIGN1YW5kbyBtZW5vcyBlc3Bpbm9zYSB5IHRvZGF2JmlhY3V0ZTthIHNlIHJlYmVsYSBmcmVudGUgYSBjdWFscXVpZXIgdGlwbyBkZSBzaW1wbGlmaWNhY2kmb2FjdXRlO24gbyBkb21lc3RpY2FjaSZvYWN1dGU7bi48L3N0cm9uZz4gUG9yIGVzbyBlc3QmYWFjdXRlO24gc3VyZ2llbmRvIGxhcyBwcmltZXJhcyBwb2wmZWFjdXRlO21pY2FzIGVuIHRvcm5vIGEgbG9zIGNvbnRlbmlkb3MgZGUgbGEgY29ubWVtb3JhY2kmb2FjdXRlO24uIDxicj48YnI+DQoNClVubyBkZSBsb3MgcHJpbmNpcGFsZXMgZXMgbGEgZXhwb3NpY2kmb2FjdXRlO24gZGVkaWNhZGEgYWwgYXV0b3IgZGUgPGVtPkVsIGV4dHJhbmplcm88L2VtPiBlbiBBaXggZW4gUHJvdmVuY2UuIExhIG9yZ2FuaXphY2kmb2FjdXRlO24gZGUgbGEgbXVlc3RyYSBlc3RhYmEgc2llbmRvIGNvbWlzYXJpYWRhIHBvciBlbCBoaXN0b3JpYWRvciBCZW5qYW1pbiBTdG9yYSwgdW5vIGRlIGxvcyBtJmFhY3V0ZTtzIHJlbGV2YW50ZXMgZXN0dWRpb3NvcyBkZSBsYSBoaXN0b3JpYSBhcmdlbGluYSAoZW4gcGFydGljdWxhciwgZGUgbG9zIHZhaXZlbmVzIGRlIHN1IGNvbG9uaXphY2kmb2FjdXRlO24pIGVuIHRvZGEgRnJhbmNpYS4gVHJhcyBkb3MgYSZudGlsZGU7b3MgdHJhYmFqYW5kbyBlbiBlbCBwcm95ZWN0byByZWNpYmkmb2FjdXRlOyB1bmEgbGxhbWFkYSBkZSBsYSBtYW5jb211bmlkYWQgZGUgcGF5cyBkJ0FpeCAobGEgYXV0b3JpZGFkIHJlZ2lvbmFsKSBxdWUgbGUgY29tdW5pY2FiYSBsYSBjYW5jZWxhY2kmb2FjdXRlO24gZGUgbGEgbXVlc3RyYS4gTGFzIHJhem9uZXMgYWxlZ2FkYXMgdGVuJmlhY3V0ZTthbiBxdWUgdmVyIGNvbiBsYSBlc2Nhc2V6IGRlIHByZXN1cHVlc3RvIHkgZGlmaWN1bHRhZGVzIGxvZyZpYWN1dGU7c3RpY2FzLiA8YnI+PGJyPg0KDQpQZXJvIHNvbiBudW1lcm9zYXMgbGFzIHNvc3BlY2hhcyBkZSBxdWUgZGV0ciZhYWN1dGU7cyBkZSBhcXVlbGxhIGRlY2lzaSZvYWN1dGU7biBoYWImaWFjdXRlO2EgdW4gdHJhc2ZvbmRvIG0mYWFjdXRlO3MgZW5yZXZlc2Fkby4gU3RvcmEgcXVlciZpYWN1dGU7YSBwb25lciBkZSByZWxpZXZlIGxhIHZpbmN1bGFjaSZvYWN1dGU7biBkZSBDYW11cyBjb24gQXJnZWxpYS4gSGF5IHF1ZSByZWNvcmRhciBxdWUgZWwgZXNjcml0b3IgZXJhIHVuIDxlbT5waWVkIG5vaXI8L2VtPiAocmVzaWRlbnRlcyBlbiBlbCBwYSZpYWN1dGU7cyBub3J0ZWFmcmljYW5vIGRlIG9yaWdlbiBmcmFuYyZlYWN1dGU7cywgcXVlIGxsZWdhcm9uIGEgYWxjYW56YXIgZWwgbWlsbCZvYWN1dGU7bikuPHN0cm9uZz4gJkVhY3V0ZTtsLCBjdWFuZG8gbG9zIGFyZ2VsaW5vcyBzZSBhbHphcm9uIGVuIGx1Y2hhIHBvciBzdSBpbmRlcGVuZGVuY2lhLCBtYW50dXZvIHVuYSBwb3NpY2kmb2FjdXRlO24gaW50ZXJtZWRpYSBlbnRyZSBsYSBjb211bmlkYWQgZ2FsYSBhc2VudGFkYSBhbGwmaWFjdXRlOyB5IGxvcyByZWJlbGRlcy4gPC9zdHJvbmc+RXN0YWJhIGRlIGFjdWVyZG8gZW4gcXVlIEZyYW5jaWEgZGViJmlhY3V0ZTthIG90b3JnYXIgbWF5b3IgYXV0b2dvYmllcm5vIGEgc3UgY29sb25pYSBwZXJvIG5vIGNvbXVsZ2FiYSBjb24gbGEgaW5kZXBlbmRlbmNpYS4gRXNlIGVqZXJjaWNpbyBkZSBlcXVpbGlicmlzbW8sIHF1ZSBubyBidXNjYWJhIG90cmEgY29zYSBxdWUgbGEgY29udml2ZW5jaWEgcGFjJmlhY3V0ZTtmaWNhIGVudHJlIDxlbT5waWVkcyBub2lyczwvZW0+IHkgbGEgcG9ibGFjaSZvYWN1dGU7biBuYXRpdmEsIGZ1ZSBtYWwgdmlzdG8gcG9yIGNhc2kgdG9kb3MuIEVuIHBhcnRpY3VsYXIsIHBvciBsb3MgcHJpbWVyb3MsIHF1ZSBsZSBjb25zaWRlcmFyb24gdW4gdHJhaWRvciBhIHN1IHByb3BpYSBpZGVudGlkYWQuIDxiciAvPjxiciAvPg0KDQpDdWFuZG8gQXJnZWxpYSBhbGNhbnomb2FjdXRlOyBsYSBpbmRlcGVuZGVuY2lhLCBlbiAxOTYyLCBsb3MgZnJhbmNlc2VzIHJhZGljYWRvcyBhbGwmaWFjdXRlOyBzZSBkZXNwbGF6YXJvbiBkZSB2dWVsdGEgYSBsYSBtZXRyJm9hY3V0ZTtwb2xpLiBCdWVuYSBwYXJ0ZSBkZSBlc2EgY29tdW5pZGFkIHNlIGluc3RhbCZvYWN1dGU7IGVuIGxhIHJlZ2kmb2FjdXRlO24gZW4gbGEgcXVlIHNlIGVuY3VlbnRyYSBBaXggZW4gUHJvdmVuY2UgKHNlIGNhbGN1bGEgcXVlIGRlIHN1cyAxNDAuMDAwIGhhYml0YW50ZXMgdW5vcyA0MC4wMDAgc29uIDxlbT5waWVkcyBub2lyczwvZW0+KS4gVGFtYmkmZWFjdXRlO24gYWxsJmlhY3V0ZTsgdml2aSZvYWN1dGU7IENhbXVzIGNvbiBzdSBmYW1pbGlhLCBlbiBsYSBjYXNhIGRlIGNhbXBvIHF1ZSB0ZW4maWFjdXRlO2EgZW4gTG91cm1hcmluLiBZIGFsbCZpYWN1dGU7IHNpZ3VlIHZpdmllbmRvIHN1IGhpamEgQ2F0aGVyaW5lLiA8c3Ryb25nPkVzb3MgPGVtPnBpZWRzIG5vaXJzPC9lbT4gYSZ1YWN1dGU7biByZWN1ZXJkYW4gZWwgcGFwZWwgZGUgQ2FtdXMgZW4gbGEgZ3VlcnJhIGNvbG9uaWFsIHkgbm8gZXN0JmFhY3V0ZTtuIG11eSBhYmllcnRvcyBhIGxhIGlkZWEgZGUgcmVpdmluZGljYXJsZSBlbiBzdSB0aWVycmEuIDwvc3Ryb25nPk1lbm9zIGVuIHVuYSBleHBvc2ljaSZvYWN1dGU7biBhIGNhcmdvIGRlIHVuIGludGVsZWN0dWFsIGNlcmNhbm8gZW4gc3UgZCZpYWN1dGU7YSBhbCBGcmVudGUgZGUgTGliZXJhY2kmb2FjdXRlO24gTmFjaW9uYWwgYXJnZWxpbm8uIFN0b3JhLCBhZGVtJmFhY3V0ZTtzLCBxdWVyJmlhY3V0ZTthIHJlc2FsdGFyIGVuIGxhIGV4cG9zaWNpJm9hY3V0ZTtuIGVsIGh1bWFuaXNtbyBkZSBDYW11cyBkdXJhbnRlIGVzdGEgZ3VlcnJhLCBxdWUgbGUgbGxldiZvYWN1dGU7IGEgZGVudW5jaWFyIGxhcyB0b3J0dXJhcyB5IGxhcyBwZW5hcyBkZSBtdWVydGUgaW1wdWVzdGFzIGEgY2llbnRvcyBkZSBpbmRlcGVuZGVudGlzdGFzLiA8YnI+PGJyPg0KDQo8ZGl2IGFsaWduPSJjZW50ZXIiPjxpbWcgc3JjPSIvaW1nbm90aWNpYXMvMjAxMi8zNjMzXzIuanBnIj48YnI+PGJyPjxoMz5CYXJyaWNhZGEgZW4gbGEgY2l1ZGFkIGRlIEFyZ2VsLCBkdXJhbnRlIGxhIGd1ZXJyYSBjb2xvbmlhbC4gRm90bzogQ2hyaXN0b3BoZSBNYXJjaGV1eCAuIDwvaDM+PGJyPjwvZGl2Pg0KDQpFbCBoaXN0b3JpYWRvciBoYSBsbGVnYWRvIGEgcG9uZXIgc29icmUgbGEgbWVzYSBsYSBwYWxhYnJhICJjZW5zdXJhIi4gIk5vIHNveSBjaWVnbyAtaGEgZGVjbGFyYWRvIGVuIDxlbT5MaWImZWFjdXRlO3JhdGlvbjwvZW0+LSwgaGUgbGUmaWFjdXRlO2RvIGxvIGVzY3JpdG8gcG9yIE1hcnlzZSBKb2lzc2FpbnMtTWFzaW5pLCBsYSBhbGNhbGRlc2EgZGUgQWl4IGVuIFByb3ZlbmNlIFtkZSBsYSBkZXJlY2hhIHBvcHVsYXJdLCBzb2JyZSBsYSBBcmdlbGlhIGZyYW5jZXNhIHkgY29ub3pjbyBlbCBwZXNvIGRlIGxvcyA8ZW0+cGllZCBub2lyczwvZW0+LiBTZSBlc2NvbmRlbiBkZXRyJmFhY3V0ZTtzIGRlIGNvbnNpZGVyYWNpb25lcyB0JmVhY3V0ZTtjbmljYXMsIHBlcm8gbGEgdmVyZGFkIGVzIHF1ZSBlbCBjb21pdCZlYWN1dGU7IG9yZ2FuaXphZG9yIGRlIE1hcnNlbGxhIDIwMTMgbm8gaGEgdGVuaWRvIGxhIHZhbGVudCZpYWN1dGU7YSBkZSBzb3N0ZW5lcm1lIi4gU3RvcmEgaGFibGEgZGUgZXN0ZSBjb21pdCZlYWN1dGU7IHBvcnF1ZSBsYSBleHBvc2ljaSZvYWN1dGU7biBkZSBDYW11cyBzZSBlbm1hcmNhciZpYWN1dGU7YSBlbiBsb3MgYWN0b3MgZGUgbGEgY2FwaXRhbGlkYWQgZXVyb3BlYSBkZSBsYSBjdWx0dXJhIHF1ZSBvc3RlbnRhciZhYWN1dGU7IGxhIGNpdWRhZCBlbCBhJm50aWxkZTtvIHByJm9hY3V0ZTt4aW1vLiBQb3Igc2kgZnVlcmEgcG9jbywgZXN0ZSBhY2FkJmVhY3V0ZTttaWNvIDxzdHJvbmc+aGEgcHVibGljYWRvIHJlY2llbnRlbWVudGUgdW4gbGlicm8gZW4gZWwgcXVlIGFjdXNhIEZyYW4mY2NlZGlsO29pcyBNaXRlcnJhbmQsIG1pbmlzdHJvIGRlIEludGVyaW9yIHkgZGUgSnVzdGljaWEgZHVyYW50ZSBsYSBndWVycmEgZGUgQXJnZWxpYSwgZGUgbm8gaGFiZXIgbGV2YW50YWRvIGNhc2kgbmluZ3VuYSBwZW5hIGRlIG11ZXJ0ZS48L3N0cm9uZz4gPGJyPjxicj4NCg0KTGEgY2FuY2VsYWNpJm9hY3V0ZTtuIGRlIGxhIGV4cG9zaWNpJm9hY3V0ZTtuIGRlIENhbXVzIGVyYSB1bmEgbWVkaWRhIG11eSByYWRpY2FsLiBUYW50byBxdWUgbG9zIHJlc3BvbnNhYmxlcyBwb2wmaWFjdXRlO3RpY29zICBkZSBBaXggZW4gUHJvdmVuY2Ugc2UgaGFuIHZpc3RvIGZvcnphZG9zIGEgcmVjb25zaWRlcmFybGEuIEZpbmFsbWVudGUgaGFuIG9wdGFkbyBwb3IgaW5jbHVpcmxhIGRlIG51ZXZvIGVuIGVsIHByb2dyYW1hIGNvbm1lbW9yYXRpdm8uIEVzbyBzJmlhY3V0ZTssIGNvbiB1biBjYW1iaW8gbm90YWJsZTogbGEgZnVuY2kmb2FjdXRlO24gZGUgY29taXNhcmlvIGxhIGVqZXJjZXImYWFjdXRlOyBhaG9yYSBlbCBNaWNoZWwgT25mcmF5IChhdXRvciBkZSA8ZW0+RWwgb3JkZW4gbGliZXJ0YXJpby4gTGEgdmlkYSBmaWxvcyZvYWN1dGU7ZmljYSBkZSBBbGJlcnQgQ2FtdXM8L2VtPiksIHF1ZSBoYSBleGlnaWRvIGNvbW8gY29uZGljaSZvYWN1dGU7biBwYXJhIGFjZXB0YXIgZWwgY2FyZ28gcXVlIGxhIG11ZXN0cmEgc2VhIHBlcm1hbmVudGUuIEVsIG1lZGkmYWFjdXRlO3RpY28gcGVuc2Fkb3IgdGFtYmkmZWFjdXRlO24gc2UgaGEgYXByZXN1cmFkbyBhIGFkdmVydGlyLCBjb24gaW50ZW5jaSZvYWN1dGU7biBkZSBubyBhdml2YXIgbSZhYWN1dGU7cyBsYSBjb250cm92ZXJzaWEsIHF1ZSAmZWFjdXRlO2wgbm8gc3VzdGl0dXllIGEgU3RvcmEsIHNpbm8gcXVlIGxlIHN1Y2VkZSBlbiBzdSBhbnRpZ3VhIHJlc3BvbnNhYmlsaWRhZC4gICJQZXJvIDxzdHJvbmc+ZW50aWVuZG8gcXVlIG11Y2hvcyBxdWllcmFuIGFob3JhIG1vbnRhciB1bmEgYWJzdXJkYSBkaWNvdG9tJmlhY3V0ZTthIGVudHJlIHVuYSBPbmZyYXkgY2FtdXNpYW5vLCBhcG95YWRvIHBvciBsYSBkZXJlY2hhLCB5IHVuIEJlbmphbWluIFN0b3JhIHNhcnRyaWFubyByZXNwYWxkYWRvIHBvciBsYSBpenF1aWVyZGEiLiA8L3N0cm9uZz5ZIHJlbWFjaGE6ICJFbiByZWFsaWRhZCwgZW50cmUgJmVhY3V0ZTtsIHkgeW8gbm8gaGF5IG11Y2hhcyBkaWZlcmVuY2lhcyBlbiBsYSB2aXNpJm9hY3V0ZTtuIHF1ZSB0ZW5lbW9zIGRlIGxhIGd1ZXJyYSBkZSBBcmdlbGlhIi4gIDxicj48YnI+DQoNClBlcm8gdmlzdG8gbG8gdmlzdG8gZXMgZGlmJmlhY3V0ZTtjaWwgYXByb3hpbWFyc2UgYSBlc3RlIGNvbnRlbmNpb3NvIGFic3RyYXkmZWFjdXRlO25kb3NlIGRlIHN1cyBhcmlzdGFzIHBvbCZpYWN1dGU7dGljYXMuIExhIHBvbGFyaXphY2kmb2FjdXRlO24gcmVzdWx0YSB0b2RhdiZpYWN1dGU7YSBtJmFhY3V0ZTtzIGV2aWRlbnRlIGFsIGNvbm9jZXIgbGEgcmVhY2NpJm9hY3V0ZTtuIGFsIGNlc2UgZGUgU3RvcmEgZGUgbGEgbWluaXN0cmEgZGUgQ3VsdHVyYSBkZWwgZ29iaWVybm8gc29jaWFsaXN0YSBkZSBIb2xsYW5kZS4gQXVyJmVhY3V0ZTtsaWUgRmlsaXBwZXR0aSwgYXBhcnRlIGRlIGxhbWVudGFyIHF1ZSBubyBsZSBoYSBzaWRvIGNvbnN1bHRhZG8sIGxvIGNvbnNpZGVyYSB1biBlcnJvcjogIkxhIGV4cG9zaWNpJm9hY3V0ZTtuIGRlIFN0b3JhIGh1Ymllc2Ugc2lkbyBsYSB2ZXJkYWRlcmFtZW50ZSBhdHJhY3RpdmEsIHBvcnF1ZSAmZWFjdXRlO2wgZXMgdW4gZ3JhbiBhZG1pcmFkb3IgZGUgQ2FtdXMgeSBtJmFhY3V0ZTt4aW1vIGVzcGVjaWFsaXN0YSBlbiBsYSBndWVycmEgZGUgQXJnZWxpYS4gQWRlbSZhYWN1dGU7cywgcGVydGVuZWNlIGEgbG9zIG1pc21vcyBwYWlzYWplcyBmJmlhY3V0ZTtzaWNvcyB5IG1lbnRhbGVzIGRlIENhbXVzIi48c3Ryb25nPiBGaWxpcHBldHRpIGluY2x1c28gaGEgYWR2ZXJ0aWRvIHF1ZSBlbCBFc3RhZG8gbm8gcG9uZHImYWFjdXRlOyB1biBzb2xvIGV1cm8gcGFyYSBmaW5hbmNpYXIgbGEgbXVlc3RyYS4gPC9zdHJvbmc+PGJyPjxicj4NCg0KTm8gZXN0JmFhY3V0ZTsgY2xhcm8gcHVlcyBxdSZlYWN1dGU7IGVuZm9xdWUgc2UgbGUgdmEgYSBkYXIgYSBsYSBleHBvc2ljaSZvYWN1dGU7bi4gRXMgcHJvYmFibGUgcXVlIGVsIGNvbmZsaWN0byBhcm1hZG8gZW4gQXJnZWxpYSBzZSBhYm9yZGUgZGUgZm9ybWEgbSZhYWN1dGU7cyBzb21lcmEsIHBhcmEgbm8gaGVyaXIgc2Vuc2liaWxpZGFkZXMuIEhhYnImYWFjdXRlOyBxdWUgZXN0YXIgYXRlbnRvcyBlbCA3IGRlIG5vdmllbWJyZSBkZWwgYSZudGlsZGU7byBwciZvYWN1dGU7eGltbywgY3VhbmRvLCBzaSBsYXMgZGVzYXZlbmVuY2lhcyBlbiB0b3JubyBhbCBlc2NyaXRvciBmcmFuYyZlYWN1dGU7cyBubyBsYSBtYWxvZ3Jhbiwgc2UgaW5hdWd1cmFyJmFhY3V0ZTsgbGEgZXhwb3NpY2kmb2FjdXRlO24uIEVudHJldGFudG8sIHVubyBubyBkZWphIGRlIHByZWd1bnRhcnNlIHF1JmVhY3V0ZTsgZXN0YXImYWFjdXRlOyBwZW5zYW5kbyBDYW11cyBkZSBsYSBlbmNvbmFkYSBkaWFsJmVhY3V0ZTtjdGljYSBxdWUgc2lndWUgZGVzcGVydGFuZG8gZW50cmUgc3VzIGNvbXBhdHJpb3Rhcy4gRG9uZGUgcXVpZXJhIHF1ZSBlc3QmZWFjdXRlOy4gDQpkZAIRDw8WAh8AZWRkAgMPZBYCZg9kFgJmDzwrAAkBAA8WBB8BFgAfAgIBZBYCZg9kFgJmDxUBZTxpbWcgc3JjPScvaW1nTm90aWNpYXMvMjAxMi8zNjMzXzEuanBnJyB3aWR0aD0nMzAwJyAvPjxwPkFsYmVydCBDYW11cyBlbiBsYSB0ZXJyYXphIGRlIEdhbGxpbWFyZC48L3A+ZAIHDw8WAh8ABcoBPGRpdiBpZD0nZGl2LWdwdC1hZC0xMzMxNzQyMjQ5OTIzLTAnIHN0eWxlPSd3aWR0aDozMDBweDsgaGVpZ2h0OjMwMHB4Oyc+PHNjcmlwdCB0eXBlPSd0ZXh0L2phdmFzY3JpcHQnPmdvb2dsZXRhZy5jbWQucHVzaChmdW5jdGlvbigpIHsgZ29vZ2xldGFnLmRpc3BsYXkoJ2Rpdi1ncHQtYWQtMTMzMTc0MjI0OTkyMy0wJyk7IH0pOzwvc2NyaXB0PjwvZGl2PmRkAg4PDxYCHwAFygE8ZGl2IGlkPSdkaXYtZ3B0LWFkLTEzMzE3NDIzMjk5MDktMCcgc3R5bGU9J3dpZHRoOjMwMHB4OyBoZWlnaHQ6MzAwcHg7Jz48c2NyaXB0IHR5cGU9J3RleHQvamF2YXNjcmlwdCc+Z29vZ2xldGFnLmNtZC5wdXNoKGZ1bmN0aW9uKCkgeyBnb29nbGV0YWcuZGlzcGxheSgnZGl2LWdwdC1hZC0xMzMxNzQyMzI5OTA5LTAnKTsgfSk7PC9zY3JpcHQ+PC9kaXY+ZGRk" /></div>
<div>
<input id="__EVENTVALIDATION" name="__EVENTVALIDATION" type="hidden" value="/wEWAgKv84WcDwL/+M7kCQ==" /></div>
<br />
<span id="ctl00_ctl00_ContentMaster_ContentArticulo_autorLabel">Alberto OJEDA</span> | Publicado el <span id="ctl00_ctl00_ContentMaster_ContentArticulo_fechaLabel">24/08/2012, in El Mundo</span><br />
<div class="navbar-2-red">
</div>
<br /><span id="ctl00_ctl00_ContentMaster_ContentArticulo_textoLabel">El 7 de noviembre de 2013 se cumplirán cien años del nacimiento de Albert Camus. Es una efeméride redonda que obliga a recordar a uno de los escritores que marcaron el siglo XX con una huella más profunda. En Francia ya se esfuerzan por estar preparados para entonces y honrarle como merece. Pero<strong> la figura de Camus, cuando intenta manejarse por instituciones oficiales que representan y ejercen el poder político, resulta cuando menos espinosa y todavía se rebela frente a cualquier tipo de simplificación o domesticación.</strong> Por eso están surgiendo las primeras polémicas en torno a los contenidos de la conmemoración. <br /><br />Uno de los principales es la exposición dedicada al autor de <em>El extranjero</em> en Aix en Provence. La organización de la muestra estaba siendo comisariada por el historiador Benjamin Stora, uno de los más relevantes estudiosos de la historia argelina (en particular, de los vaivenes de su colonización) en toda Francia. Tras dos años trabajando en el proyecto recibió una llamada de la mancomunidad de pays d'Aix (la autoridad regional) que le comunicaba la cancelación de la muestra. Las razones alegadas tenían que ver con la escasez de presupuesto y dificultades logísticas. <br /><br />Pero son numerosas las sospechas de que detrás de aquella decisión había un trasfondo más enrevesado. Stora quería poner de relieve la vinculación de Camus con Argelia. Hay que recordar que el escritor era un <em>pied noir</em> (residentes en el país norteafricano de origen francés, que llegaron a alcanzar el millón).<strong> Él, cuando los argelinos se alzaron en lucha por su independencia, mantuvo una posición intermedia entre la comunidad gala asentada allí y los rebeldes. </strong>Estaba de acuerdo en que Francia debía otorgar mayor autogobierno a su colonia pero no comulgaba con la independencia. Ese ejercicio de equilibrismo, que no buscaba otra cosa que la convivencia pacífica entre <em>pieds noirs</em> y la población nativa, fue mal visto por casi todos. En particular, por los primeros, que le consideraron un traidor a su propia identidad. <br /><br />Cuando Argelia alcanzó la independencia, en 1962, los franceses radicados allí se desplazaron de vuelta a la metrópoli. Buena parte de esa comunidad se instaló en la región en la que se encuentra Aix en Provence (se calcula que de sus 140.000 habitantes unos 40.000 son <em>pieds noirs</em>). También allí vivió Camus con su familia, en la casa de campo que tenía en Lourmarin. Y allí sigue viviendo su hija Catherine. <strong>Esos <em>pieds noirs</em> aún recuerdan el papel de Camus en la guerra colonial y no están muy abiertos a la idea de reivindicarle en su tierra. </strong>Menos en una exposición a cargo de un intelectual cercano en su día al Frente de Liberación Nacional argelino. Stora, además, quería resaltar en la exposición el humanismo de Camus durante esta guerra, que le llevó a denunciar las torturas y las penas de muerte impuestas a cientos de independentistas. <br /></span><br />
<div align="center">
<img src="http://www.elcultural.es/imgnoticias/2012/3633_2.jpg" /><br /><br /><h3>
Barricada en la ciudad de Argel, durante la guerra colonial. Foto: Christophe Marcheux . </h3>
</div>
El historiador ha llegado a poner sobre la mesa la palabra "censura". "No soy ciego -ha declarado en <em>Libération</em>-, he leído lo escrito por Maryse Joissains-Masini, la alcaldesa de Aix en Provence [de la derecha popular], sobre la Argelia francesa y conozco el peso de los <em>pied noirs</em>. Se esconden detrás de consideraciones técnicas, pero la verdad es que el comité organizador de Marsella 2013 no ha tenido la valentía de sostenerme". Stora habla de este comité porque la exposición de Camus se enmarcaría en los actos de la capitalidad europea de la cultura que ostentará la ciudad el año próximo. Por si fuera poco, este académico <strong>ha publicado recientemente un libro en el que acusa François Miterrand, ministro de Interior y de Justicia durante la guerra de Argelia, de no haber levantado casi ninguna pena de muerte.</strong> <br /><br />La cancelación de la exposición de Camus era una medida muy radical. Tanto que los responsables políticos de Aix en Provence se han visto forzados a reconsiderarla. Finalmente han optado por incluirla de nuevo en el programa conmemorativo. Eso sí, con un cambio notable: la función de comisario la ejercerá ahora el Michel Onfray (autor de <em>El orden libertario. La vida filosófica de Albert Camus</em>), que ha exigido como condición para aceptar el cargo que la muestra sea permanente. El mediático pensador también se ha apresurado a advertir, con intención de no avivar más la controversia, que él no sustituye a Stora, sino que le sucede en su antigua responsabilidad. "Pero <strong>entiendo que muchos quieran ahora montar una absurda dicotomía entre una Onfray camusiano, apoyado por la derecha, y un Benjamin Stora sartriano respaldado por la izquierda". </strong>Y remacha: "En realidad, entre él y yo no hay muchas diferencias en la visión que tenemos de la guerra de Argelia". <br /><br />Pero visto lo visto es difícil aproximarse a este contencioso abstrayéndose de sus aristas políticas. La polarización resulta todavía más evidente al conocer la reacción al cese de Stora de la ministra de Cultura del gobierno socialista de Hollande. Aurélie Filippetti, aparte de lamentar que no le ha sido consultado, lo considera un error: "La exposición de Stora hubiese sido la verdaderamente atractiva, porque él es un gran admirador de Camus y máximo especialista en la guerra de Argelia. Además, pertenece a los mismos paisajes físicos y mentales de Camus".<strong> Filippetti incluso ha advertido que el Estado no pondrá un solo euro para financiar la muestra. </strong><br /><br />No está claro pues qué enfoque se le va a dar a la exposición. Es probable que el conflicto armado en Argelia se aborde de forma más somera, para no herir sensibilidades. Habrá que estar atentos el 7 de noviembre del año próximo, cuando, si las desavenencias en torno al escritor francés no la malogran, se inaugurará la exposición. Entretanto, uno no deja de preguntarse qué estará pensando Camus de la enconada dialéctica que sigue despertando entre sus compatriotas. Donde quiera que esté. </div>
Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-19480693948830018032012-08-25T03:17:00.001-07:002012-08-25T03:17:30.608-07:00Salvar a França, salvar a EuropaO rosto da política francesa mudou dramaticamente em Maio e Junho. Primeiro, depois de 17 anos de presidentes de centro-direita, François Hollande, um socialista, foi eleito. Em seguida, um mês depois, uma maioria de centro-esquerda tomou o controlo da Assembleia Nacional, também após dez anos de dominação pela direita.<br />
<br />
Entretanto, o Senado, a câmara alta do parlamento francês, um bastião conservador entre as duas guerras mundiais e desde então, mudou para uma maioria socialista pela primeira vez na história no fim de 2011. Os socialistas também controlam 20 dos 22 governos regionais de França, uma maioria das presidências dos departamentos, e a maior parte das cidades com mais de 30 mil habitantes. Em resumo, testemunhamos hoje uma impressionante concentração de poder sem precedentes na história republicana francesa.<br /><br />Tudo isto aconteceu muito pacificamente, sem onda de triunfalismo, ou até sem muito entusiasmo. Na verdade, a taxa de abstenção para uma eleição presidencial nunca tinha sido tão elevada antes da disputa entre Hollande e Nicolas Sarkozy.<br /><br />A profunda mudança política da França reflecte a persistência da crise económica que se iniciou em 2008. Os eleitores franceses não votaram num sonho. O programa do Partido Socialista e as promessas do seu candidato presidencial foram consideravelmente menos ambiciosos do que em 1981, quando François Miterrand foi eleito.<br /><br />Como resultado, a campanha foi calma, quase cautelosa. Na verdade, a maioria dos candidatos, principalmente Sarkozy e Hollande, podem ter sido <i>demasiado</i> cautelosos: a crise actual e possíveis ameaças futuras receberam pouca importância, o que quer significa que talvez seja difícil a Hollande pedir um mandato para quaisquer reformas dolorosas que tenha que propor.<br /><br />E agora não existe fuga à difícil realidade de que o défice orçamental continua enorme, a mais de 4% do PIB em 2011. Para além de ter criado 60 mil novos empregos na educação (após cortes controversos no ano passado) e restaurado o direito (rescindido por Sarkozy) de reforma aos 60 anos para cerca de 200 mil pessoas, o governo de Hollande tem muito pouco espaço de manobra, e deverão ser introduzidas medidas económicas severas no orçamento de 2013.<br /><br />Além disso, o défice da balança comercial deteriora-se rapidamente, potenciando os já excessivos níveis de dívida, enquanto a produção decresce e o desemprego sobe. Não preparado para os mercados modernos, o sistema fiscal francês sufoca na verdade as empresas do país, reflectindo-se num perturbador aumento nas falências das pequenas e médias empresas. <br /><br />Nessas condições, a França necessita urgentemente de restaurar e manter o crescimento económico, e deveria procurar coordenar as suas políticas com as de outros países membros da zona euro. Afinal, porque a maior parte dos 17 Estados-membros da zona euro sofre com dívidas pesadas, todos estão preocupados em encontrar maneiras fiscalmente responsáveis para promover o crescimento.<br /><br />Infelizmente, às instituições da zona euro faltam os poderes necessários para defender eficazmente a união monetária. A dívida grega equivale a menos de 2% do PIB europeu. Se o Banco Central Europeu tivesse recebido ordem para utilizar poder de fogo suficiente quando a crise grega explodiu pela primeira vez, a ameaça só teria durado duas horas. Em vez disso, foram precisas três semanas para conceder ao BCE autorização parcial para agir, permitindo que a especulação se instalasse e alastrasse às dívidas portuguesa, espanhola e italiana, pondo assim em risco a sobrevivência do euro.<br /><br />Afastar o risco de uma implosão do euro – que, dados os enormes desequilíbrios globais, a corrida aos mercados de derivados e a escala colossal do défice orçamental norte-americano, poderia catalisar uma crise internacional de grande dimensão – pressupõe duas mudanças fundamentais na Europa. A primeira é política e envolve a soberania: a completa solidariedade europeia só pode ser conseguida através de um federalismo monetário e fiscal mais forte, que permitiria à zona euro agir, apesar de divergências minoritárias. A Europa conseguiu falhar este objectivo durante meio século; agora não tem outra escolha senão acertar no alvo.<br /><br /> A segunda mudança envolve a doutrina económica. Se os mercados se autocorrigem, só o fazem quando os incumprimentos são registados e punidos. Mas os países e os seus serviços públicos não podem entrar em incumprimento sem infligir dor severa a populações inteiras. A Europa necessita urgentemente de uma doutrina económica que, apesar dos défices actuais, preserve financiamento para investimentos e pesquisa que promova o crescimento. Aqui, os líderes alemães, em particular, precisam de ser convencidos.Hollande, apoiado pela Espanha e pela Itália, conseguiu um pequeno passo nessa direcção na cimeira de Junho da União Europeia, que finalmente apoiou a ideia de uma união bancária. É apenas o início, mas a Europa tem de começar por algum lado. Tal como a França, cujas grandes preocupações só podem ser resolvidas no seio da UE – e apenas se a UE levar a cabo as mudanças políticas e económicas essenciais de que todos os seus membros necessitam.<br />
<br />
<strong>Michel Rocard</strong><br /><br /><span style="font-size: x-small;">Traduzido do inglês por António Chagas/Project Syndicate</span><br />
<span style="font-size: x-small;"></span><br />
<span style="font-size: x-small;">In Público</span><br />
<br /><br />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-17076010503107280212012-08-05T12:06:00.005-07:002012-08-05T12:06:56.233-07:00MARIO MONTIEl primer ministro de Italia, Mario Monti, reclama más "margen de maniobra" y "apoyo moral" por parte de Alemania y otros socios comunitarios para que los países afectados por la crisis que aplican ajustes y reformas puedan tener éxito.<br />
<br />
En una entrevista que adelanta hoy por el semanario político alemán <em>Der Spiegel,</em> Monti asegura que teme que la crisis de la deuda termine por romper Europa. Cree el jefe del Gobierno de Italia que “la tensiones provocadas por la crisis del euro ya muestran rasgos psicológicos de una disolución de Europa”. Monti ve una brecha entre el norte y el sur, “con prejuicios mutuos inquietantes que hay que combatir”. El exbanquero compara la construcción europea con una catedral “de la que el euro es hasta ahora la torre más perfecta”. Si el euro “se convierte en un factor de disenso” en el continente, “quedarán destruidas las bases del proyecto europeo”. Monti pide a los socios europeos del norte que concedan “mayor margen de maniobra a los países que siguen las recomendaciones europeas con mayor fidelidad”. No se trata “de más ayudas financieras, sino de apoyo moral”.<br />
<br />
El mandatario italiano celebra explícitamente las declaraciones del presidente del Banco Central Europeo (BCE), su compatriota Mario Draghi. Este dijo el jueves en su rueda de prensa mensual que el mercado de deuda soberana esta “gravemente alterado” por la crisis de confianza. Draghi anunció que el BCE comprará deuda de los países más afectados por la crisis, siempre y cuando estos soliciten oficialmente las ayudas a los fondos de estabilidad europeos, lo cual les obligará a aceptar más condiciones y nuevos ajustes. Algunos políticos conservadores alemanes, sobre todo en la Unión Social Cristiana bávara (CSU) han criticado estos días a Draghi, al que acusan de favorecer a Italia desde el BCE. En cambio, el Gobierno de Angela Merkel ha dado señales discretas de apoyo al jefe del banco emisor.<br />
<br />
<div class="derecha" id="sumario_1|html">
<a href="http://www.blogger.com/null" name="sumario_1"></a><div class="texto_grande">
"Mucho de lo que Alemania y Francia han hecho por el rescate de Grecia ayuda también a los bancos alemanes y franceses, que son con mucho los mayores acreedores de los griegos"</div>
</div>
De la entrevista a Monti cabe destacar también su petición a los Gobiernos europeos de que agoten su margen de acción ante los respectivos parlamentos. El Primer Ministro considera que las negociaciones europeas no deben quedar maniatadas por las Cámaras legislativas porque esto impediría los acuerdos y “terminaría probablemente por romper Europa”. Como ejemplo, Monti pone su propia flexibilidad en las últimas reuniones: “El Parlamento italiano esperaba que impusiéramos los eurobonos”. La oposición de Alemania o Finlandia a esta medida habría impedido los pactos si Italia o Francia no hubieran abandonado la exigencia de eurobonos.<br />
<br />
En una crítica velada a los socios norteños, Monti dice que “cada vez que se alcanza un acuerdo de consenso, solo pasan uno o dos días hasta que alguien pone en duda el acuerdo alcanzado”. Monti dice entenderlo, pero pide mayor flexibilidad y recuerda a los alemanes que “todos los países de la Unión Europea tienen su Parlamento y su Tribunal Constitucional”. El TC alemán se está tomando hasta el próximo 12 de septiembre para estudiar la participación alemana en el fondo de rescate permanente, el Mecanismo Europeo de Estabilidad (MEDE), ya aprobada por el Gobierno y el Parlamento. Hasta entonces, el MEDE no podrá entrar en funcionamiento.<br />
<br />
Monti recuerda asimismo que Alemania y Francia, las dos mayores economías de la eurozona, fueron los primeros países que incumplieron, en 2002 y 2003, los límites de endeudamiento fijados en el Pacto de Estabilidad y Crecimiento, dando un "mal ejemplo" al resto de miembros.<br />
<br />
Además, destacó que "mucho de lo que Alemania y Francia han hecho por el rescate de Grecia ayuda también a los bancos alemanes y franceses, que son con mucho los mayores acreedores de Grecia y de los bancos griegos".<br />
<br />
Pero Monti precisa a los lectores alemanes que no son los únicos que están poniendo dinero en los fondos de rescate europeos, en los que cada cual participa según su potencia económica. Explica al contribuyente que Italia no ha percibido “ni un solo euro” de Alemania en esta crisis. Además, aclara que el rescate de Grecia “beneficia a los bancos alemanes y franceses, que son grandes acreedores de Grecia y de sus bancos”. Francia y Alemania fueron, precisamente, los primeros en violar los tratados de estabilidad europeos en 2002 y 2003.<br />
<div class="izquierda" id="sumario_2|apoyos">
<h4 class="ademas">
Puede que el punto más curioso de la charla con <em>Der Spiegel</em> sea aquel en que Monti reconoce estar “seguro de que la mayoría de los alemanes siente una simpatía instintiva hacia Italia”. Esta simpatía la puede corroborar cualquiera que viva en Alemania, cuyos intelectuales y artistas hace siglos que viajan al sur como quien va a la escuela y donde millones de ciudadanos tienen en Italia su destino vacacional favorito. Monti explica la contrapartida: “Los italianos admiran a los alemanes por muchas de sus cualidades”. No es “simpatía instintiva”, sino “admiración” por cualidades concretas. Quizá sin darse cuenta, Monti corrobora un viejo dicho alemán, según el cual ellos “aman Italia pero no la admiran, mientras que los italianos admiran a los alemanes, pero no los aman”.</h4>
<div class="ademas">
In El Pais</div>
</div>
<div class="envoltorio_publi">
<div class="publi560_elpais publi">
</div>
</div>Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-35873187636169514462012-06-15T06:49:00.001-07:002012-08-04T14:29:36.037-07:00Une victoire à consolider<b>Victoire ? "Normale". Abstention ? Inquiétante. Succès du Front national ? Désormais enraciné. Difficultés si Hollande a besoin, pour gouverner, du Front de gauche ? Evidentes. Il faut bien que j’apprenne à écrire en SMS.<br />
</b> <br />
Le dernier point, surtout, m’inquiète et me rappelle un souvenir vieux de 30 ans. En 1981, c’était la fête au "Nouvel Obs", dans l’attente des résultats de l’élection présidentielle. Ce n’était pas que tout le monde aimait François Mitterrand, mais tout le monde - des lecteurs de tout âge, des amis, des acteurs, des écrivains, des universitaires, tous les syndicalistes chrétiens ou cégétistes - avait envie que la gauche revînt.<br />
<br />
Beaucoup tenaient des discours qu’on qualifierait aujourd’hui de mélenchonistes, et, sur ce plan, le candidat lui-même en remettait. Les plus nombreux, cependant, les militants derrière Rocard, Edmond Maire et Mendès France, priaient pour que la victoire de Mitterrand ne dépende pas des voix communistes. On était au temps, souvenez-vous, de l’Union de la Gauche et du Programme Commun.<br />
<br />
La victoire est arrivée sans le secours des communistes et Mitterrand a joué les indifférents. Il a certes mis des communistes au gouvernement mais cela ne l’a pas empêché de faire ce qu’il voulait. Aujourd’hui, nous avons un capitaine qui n’a pas un goût particulier pour les tempêtes et les affrontements. Il est donc capital que le deuxième tour des élections lui garantisse son autonomie et lui évite d’avoir à combattre, à l’Assemblée, la gauche de la gauche.<br />
<br />
Faut-il annoncer un départ en Afghanistan ?<br />
<br />
Il n’y a pas de guerre zéro mort. Les attentats suicide n’ont pas disparu. Les Français sont en bonne place dans la liste de leurs cibles. Enfin, les risques encourus par les soldats de l’ONU et particulièrement ceux de la France sont aussi grands, sinon plus, lorsque l’ennemi sait que l’on va partir. La question se pose alors de l’opportunité qu’il y a à annoncer la date d’un départ.<br />
<br />
Tout cela met nos chefs militaires dans une situation impossible et François Hollande va connaître là sa première épreuve. Ce n’est pas lui qui a pris les décisions qui nous ont conduits là-bas ? Sans doute. Mais nous sommes engagés dans une coalition avec de nombreux partenaires, et le nouveau président de la République aura besoin, là aussi, de prendre des décisions aussi difficiles que celles qu’exigera l’autre problème majeur de son début de mandat, celui de nos rapports avec l’Allemagne.<br />
<br />
La Syrie n'a rien n'a voir avec la Libye<br />
<br />
L’idée que l’on puisse trouver, pour la Syrie, une stratégie comparable à celle adoptée pour la Libye est extrêmement discutable. La première raison en est que la Libye n’était ouvertement aidée par personne. Le grand échec de Kadhafi, c’est d’avoir éloignés un par un des alliés qu’il avait eu la naïveté de croire inconditionnels, ou en tous cas solidaires.<br />
<br />
Il avait conclu des accords avec plusieurs pays européens, avec les Etats-Unis, et il se voyait à la tête des révolutions d’Afrique noire. Il avait d’excellents rapports avec ses voisins, c’est à dire avec la Tunisie et l’Egypte. Un grand nombre d’ouvriers tunisiens travaillaient en Libye et le nombre de touristes libyens constituait une précieuse ressource pour endiguer le chômage qui sévit dans les deux pays voisins.<br />
<br />
Rien n’indiquait dans toute cette région une éventualité d’instabilité, d’agitation et encore moins de révolution. Rien sauf le prodigieux suicide du jeune Tunisien ! En tout cas, et c’est essentiel, les difficultés que connaissaient des pays comme l’Egypte ou, bien sûr, la Syrie n’étaient jamais mises sur le compte de Kadhafi.<br />
<br />
C’est exactement le contraire qui se passe en Syrie. C’est dans la composition des ennemis et des amis de ce pays que se trouve le caractère le plus inattendu du conflit. Il y a, d’un côté, les pays que l’on appelle occidentaux, ainsi que la Ligue arabe, qui souhaitent le départ de Bachar al-Assad, et, de l’autre, l’Iran et des géants comme la Chine et la Russie, qui le soutiennent.<br />
<br />
Un conflit à la fois local, religieux et international<br />
<br />
La vérité est que l’on est en présence, en Syrie, d’un conflit à la fois local, régional, religieux et international. Un conflit local dû à la diversité des ethnies qui composent le pays et dont seule l’autorité d’Assad avait garanti la cohabitation. Mais il y a, d’autre part, le fait que la Russie s’est toujours sentie exclue du monde arabo-islamique, surtout depuis l’échec de sa colonisation en Afghanistan, et qu’elle dispose en Syrie d’une base navale qu’elle juge indispensable à sa présence en Méditerranée. Russes et Iraniens sont en tout cas d’accord sur un point : ils n’ont aucun intérêt à bouleverser la situation syrienne et par extension tout le monde arabe.<br />
<br />
La dimension religieuse est également passionnante, dans toute cette histoire. C’est aussi fascinant que si nous assistions soudain à une renaissance de la guerre, de la haine et du sang entre les catholiques et les protestants. Or, il y a en ce moment une ambition de rapprochement entre tous les pays chiites. On sait qu’il y a, depuis les origines de l’islam, un grand schisme qui sépare un peu plus d’un dixième des musulmans – les chiites - des autres, qui sont sunnites. On se massacre au nom de la personne qui doit être considérée comme le successeur du prophète, à savoir, pour les chiites, Ali, le gendre de Mahomet. Des pays comme l’Iran, une partie de la Syrie, une partie du Yémen, le Hezbollah libanais, le Hamas palestinien, constituent, dans la communauté musulmane, une dissidence aussi importante que celle qui avait ensanglanté la France à l’époque de nos propres guerres de religion. <br />
<br />
<br />
Jean Daniel, Le Nouvel Observateur<br />
<br />
<br />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-80552079704052808042012-06-13T02:19:00.003-07:002012-06-13T02:19:49.092-07:00O Império AcidentalÉ agora evidente que a principal causa da crise do euro reside na renúncia do direito de emitir moeda por parte dos estados-membros, a favor do Banco Central Europeu. Os estados-membros não compreenderam tudo o que essa renúncia implicava – e as autoridades Europeias também não o compreenderam.<br />
<br />
Quando o euro foi introduzido, os reguladores permitiram que os bancos comprassem quantidades ilimitadas de obrigações de dívida pública sem constituir quaisquer reservas de capitais próprios, e o BCE garantiu todas as obrigações de dívida pública da zona euro em condições equivalentes. Os bancos comerciais encontraram vantagens na acumulação de obrigações dos países mais fracos para auferir mais alguns pontos base, o que causou uma convergência de taxas de juro por toda a zona euro. A Alemanha, lutando com o fardo da reunificação, empreendeu reformas estruturais e tornou-se mais competitiva. Outros países aproveitaram fortes expansões na habitação e no consumo sustentadas por crédito barato, tornando-os menos competitivos.<br />
<br />
Depois veio a crise de 2008. Os governos tiveram que resgatar os seus bancos. Alguns deles viram-se na posição de um país em desenvolvimento que se endividara pesadamente numa divisa que não controlava. Reflectindo a divergência no desempenho económico, a Europa tornou-se dividida entre países credores e devedores.<br />
<br />
Quando os mercados financeiros descobriram que obrigações soberanas supostamente livres de risco poderiam ser forçadas a um incumprimento, aumentaram dramaticamente os prémios de risco. Isto tornou potencialmente insolventes os bancos comerciais, cujos balanços continham grandes quantidades de obrigações deste tipo, dando origem à simultânea crise Europeia da dívida soberana e da banca.<br />
<br />
A zona euro está agora a imitar o modo como o sistema financeiro global lidou com essas crises em 1982 e novamente em 1997. Em ambos os casos, as autoridades internacionais infligiram sofrimentos na periferia de modo a proteger o centro; agora a Alemanha está a desempenhar inadvertidamente o mesmo papel.<br />
<br />
Os detalhes diferem, mas a ideia é a mesma: os credores estão a transferir o fardo inteiro do ajustamento aos devedores, enquanto o “centro” evita a sua própria responsabilidade pelos desequilíbrios. Interessantemente, os termos “centro” e “periferia” entraram em uso de um modo quase desapercebido. Contudo, na crise do euro, a responsabilidade do centro é ainda maior do que era em 1982 ou 1997: o centro desenhou um sistema monetário defeituoso e falhou na correcção dos defeitos. Nos anos 1980, a América Latina sofreu uma década perdida; um destino similar espera a Europa.<br />
<br />
No início da crise, uma desagregação do euro era inconcebível: os activos e responsabilidades denominados numa moeda comum estavam tão interligados que uma desagregação teria levado a um colapso incontrolável. Mas, à medida que a crise progrediu, o sistema financeiro tem-se reordenado cada vez mais ao longo das linhas nacionais. Esta tendência ganhou ímpeto em meses recentes. A operação de refinanciamento de longo prazo do BCE permitiu aos bancos espanhóis e italianos comprar as obrigações dos seus próprios países e beneficiar do diferencial de taxas. Simultaneamente, os bancos preferiram eliminar activos fora das suas fronteiras nacionais, e os gestores de risco tentaram equilibrar activos e responsabilidades internamente, em vez de no seio da zona euro como um todo.<br />
<br />
Se isto continuasse por alguns anos, uma desagregação do euro seria possível sem um colapso, mas deixaria os países credores com grandes direitos sobre os países devedores, que seriam difíceis de cobrar. Para além das transferências e garantias intergovernamentais, os direitos do Bundesbank sobre os bancos centrais dos países periféricos no âmbito do sistema de compensação Target2 totalizavam 644 mil milhões de euros (804 mil milhões de dólares) a 30 de Abril, e o montante está a crescer exponencialmente, devido à fuga de capitais.<br />
<br />
Portanto, a crise continua a crescer. As tensões nos mercados financeiros atingiram novos máximos. Mais revelador é que o Reino Unido, que reteve o controlo da sua divisa, goza das remunerações de dívida mais baixas da sua história, enquanto o prémio de risco sobre as obrigações Espanholas está num novo máximo.A economia real da zona euro está a decair, enquanto a Alemanha está a florescer. Isto significa que a divergência está a aumentar. As dinâmicas políticas e sociais também estão a contribuir para a desintegração. A opinião pública, como ficou expresso em recentes resultados eleitorais, está cada vez mais oposta à austeridade, e é provável que esta tendência continue até que a política seja revertida. Algo terá que ceder.<br />
<br />
Na minha opinião, as autoridades têm uma janela de três meses durante a qual ainda conseguirão corrigir os seus erros e reverter as tendências actuais. Isso requererá medidas políticas extraordinárias para levar as condições mais perto do normal, e que deverão respeitar os tratados existentes, que poderiam então ser revistos numa atmosfera mais calma para prevenir a recorrência de desequilíbrios.<br />
<br />
É difícil, mas não impossível, identificar algumas medidas extraordinárias que cumprissem estes duros requisitos. Teriam que atacar os problemas da banca e da dívida soberana simultaneamente, sem negligenciar a redução das divergências de competitividade.<br />
<br />
A zona euro precisa de uma união bancária: um esquema Europeu de seguros de depósitos para refrear a fuga de capitais, uma fonte Europeia para financiar a recapitalização bancária, e supervisão e regulação por toda a zona euro. Os países altamente endividados precisam de alívio dos seus custos de financiamento. Há vários modos de o fornecer, mas todos requerem o suporte activo da Alemanha.<br />
<br />
É aí que está o bloqueio. As autoridades Alemãs estão a trabalhar febrilmente para encontrar um conjunto de propostas a tempo da cimeira da União Europeia no fim de Junho, mas todos os sinais sugerem que só oferecerão o mínimo em que todas as partes podem concordar – implicando, mais uma vez, apenas alívio temporário.<br />
<br />
Mas estamos num ponto de inflexão. A crise Grega é susceptível de atingir um clímax no Outono, mesmo se a eleição produzir um governo que esteja disposto a respeitar o actual acordo entre a Grécia e os seus credores. Nessa altura, a economia Alemã também estará a enfraquecer, e a chanceler Angela Merkel achará ainda mais difícil que hoje persuadir o público alemão a aceitar responsabilidades europeias adicionais.<br />
<br />
Excluindo um acidente como a bancarrota do Lehman Brothers, a Alemanha fará provavelmente o suficiente para manter o euro unido, mas a UE tornar-se-á algo de muito diferente da sociedade aberta que uma vez incendiou a imaginação do povo. A divisão entre países devedores e credores tornar-se-á permanente, com a Alemanha a dominar e a periferia a tornar-se uma região secundária e deprimida.<br />
<br />
Isto aumentará inevitavelmente a suspeita sobre o papel da Alemanha na Europa – mas qualquer comparação com o passado da Alemanha é deveras inadequada. A situação actual é devida não a um plano deliberado, mas à falta de um plano. É uma tragédia de erros políticos. A Alemanha é uma democracia funcional com uma maioria esmagadora a favor de uma sociedade aberta. Quando o povo alemão se aperceber das consequências – espera-se que não tarde demais – quererá corrigir os defeitos no desenho do euro.<br />
<br />
É evidente o que faz falta: uma autoridade fiscal europeia que seja capaz e esteja disposta a reduzir o fardo da dívida na periferia, bem como uma união bancária. O alívio da dívida pode tomar várias formas para além das eurobonds, e seria restrito aos devedores respeitadores do pacto orçamental. Retirar todo ou parte do alívio em caso de incumprimento seria uma protecção poderosa contra os riscos morais. Cabe à Alemanha assumir as responsabilidades de liderança que o seu próprio sucesso lhe acarretou.<br />
<br />
08.06.2012 <br />
<br />
George Soros <br />
<br />
Tradução de António Chagas/ Project Syndicate<br />
<br />
In Público<br />
<br />
<br />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-49702357201037602102012-06-10T17:14:00.002-07:002012-06-10T17:15:22.933-07:0010 de Junho de 2012<iframe width="400" height="300" src="http://www.youtube.com/embed/n92VSfRnnoU" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-51123108816754176472012-05-14T14:57:00.001-07:002012-05-14T14:57:19.625-07:00François Hollande conhece o mundoQuando François Hollande, acabado de ser eleito próximo Presidente de França, foi interpelado por um jornalista quanto ao idioma que usaria quando encontrasse o Presidente dos EUA, Barack Obama, pela primeira vez, a sua resposta foi reveladora. “Falo inglês mais fluentemente do que o antigo Presidente”, insistiu o líder socialista, referindo-se ao cessante Nicolas Sarkozy. “Mas um Presidente francês deve falar francês!”<br />
<br />
Proclamando a sua mestria da língua franca dos assuntos globais, Hollande afirmou-se como um estadista moderno, enquanto sugeriu que a França permanecerá tão influente quanto possível na cena internacional. Na verdade, ele proclamou o seu compromisso quanto ao internacionalismo e multilateralismo. De maneira a permanecer um país que compete acima da sua categoria em termos diplomáticos, é do interesse da França operar através de organizações internacionais em vez de depender de relações bilaterais.<br />
<br />
Hollande também está consciente de que, por razões históricas e culturais, o papel internacional da França tem que ser diferente do de outros países. No seu livro Changer de destin (Mudar de Destino), publicado em Fevereiro, afirma que a mensagem da França continuará a ser uma mensagem universal – uma atitude reminiscente do nascimento em 1789 da República Francesa, que, como os Estados Unidos, foi originariamente concebida como o triunfo da liberdade e da democracia.<br />
<br />
Ao contrário da França, no entanto, o termo “socialista” é um epíteto para a maior parte dos americanos. Mas esta poderá ser uma fonte de força para Hollande, que, como novo líder sem experiência de política externa, terá que provar a sua capacidade através da acção. E aqui, Obama, em particular, cedo compreenderá que Hollande não pretende encetar mudanças avassaladoras. Pelo contrário, a sua intenção será aparecer como um parceiro fiável e pouco surpreendente.<br />
<br />
É improvável que Hollande seja menos amigável com a América do que foi Sarkozy, considerado por muitos como o Presidente francês mais pró-EUA. Hollande apoiou a intervenção militar na Líbia em 2011, e aderiu à condenação do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad. Um dos seus aliados políticos mais próximos declarou recentemente que, caso o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprove uma intervenção militar na Síria, a França “poderia perspectivar” participar nesse esforço.<br />
<br />
Hollande também apoia uma posição forte relativamente ao Irão e, quanto ao conflito israelo-palestiniano, o seu livro indica que ele subscreve os “parâmetros Clinton” – dois estados com fronteiras estáveis e um estatuto para Jerusalém que seja aceitável para ambos os lados. Quanto às relações entre a França e o mundo árabe, podemos estar certos que Hollande concordaria com o ardor pró-envolvimento do discurso de Obama em 2009 no Cairo.<br />
<br />
Em último lugar, mas não menos importante, Hollande não deverá questionar a decisão tomada por Sarkozy em 2009 de reintegrar a França no comando militar da OTAN. Essa decisão permanece controversa em França, mesmo entre os socialistas, mas Hollande está bem ciente das fraquezas de uma política de defesa europeia que simplesmente não pode competir com a OTAN.<br />
<br />
De qualquer modo, na Cimeira da OTAN em Chicago no fim de Maio, Hollande confirmará o seu voto de retirar as tropas francesas do Afeganistão até ao fim de 2012, dois anos antes do planeado pela OTAN (embora reconheça a necessidade de negociar os detalhes práticos). Este será um teste importante à capacidade de Hollande de lidar eficazmente com aliados.<br />
<br />
O segundo teste à sua capacidade de negociar com outros líderes será no seio da Europa. Uma das propostas mais ambiciosas da sua plataforma eleitoral consistia num pedido para renegociação do novo “pacto fiscal” da União Europeia, apoiado por todos os estados-membros com a excepção do Reino Unido e da República Checa. Inspirado pela chanceler alemã, Angela Merkel, a aprovação do pacto era condição prévia à participação alemã no plano de ajuda financeira à Grécia e a outros países da zona euro em apuros.<br />
<br />
A proposta de Hollande foi inicialmente encarada como lèse-majesté (NdT: lesa-majestade, em francês no original) contra a Alemanha. Agora todos os líderes europeus – de Mario Monti em Itália a Mariano Rajoy em Espanha e Elio Di Rupo na Bélgica – concordam na necessidade de fazer reviver a economia europeia. A eles juntam-se Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, o presidente do Conselho da UE, Van Rompuy, e, também, a própria Merkel.Merkel e Hollande discutirão a questão central – como fomentar o crescimento económico sem aumentar a dívida pública – a 15 de Maio em Berlim. Embora Merkel se oponha à proposta de Hollande de criação de Eurobonds, tendo em vista o financiamento de projectos industriais, não estão em posição de perder tempo a reconfortar mercados nervosos com mensagens de coesão. Merkel já saudou as ideias de Hollande para um plano de crescimento europeu. Hollande também terá que fazer concessões.<br />
<br />
Para os franceses, como para todos os europeus, a UE não é uma entidade estranha, e as suas decisões são parte integral das políticas internas. Neste aspecto, Hollande tem uma hipótese de ser bem sucedido na cena internacional como um líder verdadeiramente pró-europeu. Apenas uma Europa mais forte assegurará o comércio justo com países emergentes, especialmente com a China. Apenas uma Europa mais forte implementará finalmente o princípio da reciprocidade que permitirá proteger as empresas europeias e prevenir a sua deslocalização, que tem sido a principal causa do desemprego.<br />
<br />
Numa entrevista recente, Hollande declarou que, “A França não é um país europeu qualquer, e o seu presidente não é um líder mundial qualquer.” Os franceses gostam de ouvir isso. Mas essa afirmação também representa o maior desafio de Hollande: garantir que isto continua verdade no contexto da globalização do século vinte e um.<br />
<br />
In Público - Noëlle Lenoir <br />
<br />
Traduzido do inglês por António Chagas (Project Syndicate)<br />
<br />
<br />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-2749377276360117602012-05-12T13:18:00.004-07:002012-05-12T13:18:47.647-07:00Hollande ganha a França - Michel RocardA França concluiu agora as nonas eleições presidenciais por sufrágio universal directo. E, pela primeira vez em 17 anos, após três derrotas consecutivas, a esquerda – representada pelo candidato socialista, François Hollande – regressará ao Élysée Palace. Na verdade, a primeira implicação desta importante eleição é a confirmação do regresso à estabilidade.<br />
<br />
A França é o maior país da Europa a ter tanta dificuldade em encontrar o equilíbrio. A revolução de 1789 iniciou um longo período de profunda instabilidade, com dois impérios, três monarquias e cinco repúblicas. Os franceses passaram por 13 constituições em menos de 200 anos.<br />
<br />
Com 54 anos de existência, a actual Quinta República é o segundo regime com maior duração desde a revolução. Fala-se, por vezes numa Sexta República, que abordaria questões e dificuldades limitadas, mas reais. Mas a afluência às urnas nas últimas eleições presidenciais (80% na primeira volta e 81% na segunda) não deixa dúvidas: o nosso sistema actual é forte, e nós, franceses, estamos unidos a esse sistema.<br />
<br />
Mas a importância primordial do resultado das eleições é o regresso da esquerda ao poder, apenas pela segunda vez em 31 anos. Na verdade, quando François Mitterrand foi eleito em 1981, a esquerda estava fora do poder desde 1957.<br />
<br />
Naquela altura, o Partido Comunista ainda tinha poder e mantinha laços estreitos com a União Soviética. A perspectiva de que o Partido podia chegar ao poder numa aliança eleitoral com os socialistas causava receio na oposição. Os socialistas, por sua vez, ainda não tinham deixado cair a sua pele intelectual. O programa político de Mitterrand era um hino ao planeamento económico e, para ele, o mercado livre ainda era sinónimo de opressão.<br />
<br />
Actualmente já não existe comunismo internacional, ou, neste caso, comunismo francês. Recordamos ter visto a esquerda governar sem dramas. As duas passagens pelo poder – dez anos com Mitterrand e cinco anos com o primeiro-ministro Lionel Jospin – forçaram a esquerda a conciliar-se com a realidade. A reputação internacional da França não foi prejudicada, e, a nível interno, o desempenho da esquerda, especialmente no que diz respeito ao desemprego, é bem comparável ao de outros governos.<br />
<br />
Assim, desta vez não haverá pânico. Pelo contrário, o regresso da esquerda ao poder parece ser um exemplo perfeitamente normal, quase trivial, de alternância no governo.<br />
<br />
Na realidade, a vitória de Hollande não foi assegurada por uma viragem para a esquerda por parte do eleitorado, mas sim pela rejeição de Nicolas Sarkozy por parte dos eleitores. Na verdade, o resultado representa uma derrota impressionante e histórica: durante a Quinta República, três presidentes em exercício – Charles de Gaulle, Mitterrand e Jacques Chirac – foram reeleitos após o seu primeiro mandato. Apenas Valéry Giscard d'Estaing não foi reeleito, por estar enfraquecido devido ao longo período de declínio do Gaullismo. <br />
<br />
A rejeição de Sarkozy é muito diferente, acima de tudo, é uma questão de estilo. Persiste, entre os franceses, uma espécie de realeza e a nossa constituição tem muitas características de uma monarquia electiva. Com a sua familiaridade excessiva, simplicidade e vulgaridade ocasional, Sarkozy abalou a dignidade da sua função sagrada. Isso não foi perdoado e foi julgado mais severamente do que as deficiências do seu registo presidencial, que não foi muito pior do que o dos seus antecessores.<br />
<br />
Além disso, em termos substantivos, as políticas de Sarkozy, especialmente as fiscais, favoreciam as classes mais altas e os mais abastados. Surgiu assim uma combinação poderosa da raiva social e económica, especialmente devido à convicção de que a ganância excessiva de financiadores e banqueiros era a principal causa da crise que surgiu em 2008 e que ainda hoje nos ameaça. Era necessária uma correcção social e política, que se concretizou com uma vingança única para a França.<br />
<br />
Mas os cofres do estado estão perigosamente empobrecidos e a França encontra-se agora entre os muitos países cujo peso da dívida compromete a existência da zona euro. Assim, o país está agora sujeito ao discurso da ortodoxia económica, que, ao insistir em que todas as dívidas sejam pagas até o último cêntimo, ignora que a despesa pública é também um motor de crescimento. Qual o montante que terá de ser efectivamente reembolsado? Com a Alemanha como o expoente principal da ortodoxia, o debate está ao rubro. Mas verificamos agora que a austeridade fez cair a Grécia, Portugal e especialmente a Espanha e a Itália numa profunda recessão. O presidente do Banco Central Europeu, bem como o Fundo Monetário Internacional reconhecem a gravidade do problema. Mas o que acontecerá se recusarmos aceitar a posição da Alemanha?<br />
<br />
A vitória de Hollande, que afirmou querer "renegociar" o novo "pacto fiscal" da União Europeia apoiado pela Alemanha, vai ter um peso enorme neste debate. Além disso, os socialistas controlam actualmente não só a presidência e o governo, mas também uma maioria no Senado, todas as presidências regionais, 55% dos departamentos do país e a maioria das câmaras municipais das principais cidades. Em menos de dois meses poderão vir a controlar igualmente a maioria da Assembleia Nacional, o que implica uma concentração de poder nunca antes vista na França moderna. <br />
<br />
Os socialistas podem governar sem limites, por isso compete-lhes fazê-lo bem. Esta é a incerteza que paira sobre o futuro da França, ou mesmo da Europa.<br />
<br />
<br />
<br />
In Público - Tradução: Teresa Bettencourt (Project Syndicate)<br />
<br />
<br />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-70949917246653184012012-03-29T16:41:00.000-07:002012-03-29T16:41:03.533-07:00El lento camino hacia la recuperaciónEn las últimas semanas, distintas autoridades económicas han decretado que lo peor de la crisis ha quedado atrás. Lo ha dicho la Reserva Federal, el Banco Central Europeo (BCE) o la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE) Eso ha llevado a algunos analistas a desgranar la verdadera fortaleza de los indicadores de actividad económica, el alcance de los brotes verdes, si es que estos existían. Y ahí los expertos de Economismo ven pocas razones para el optimismo. Desde luego, la situación varía mucho entre los distintos actores económicos mundiales, con los países emergentes y Estados Unidos a la cabeza de los resultados positivos. Pero incluso éstos cuentan con serios riesgos que impiden dar por segura esa recuperación. El proceso se presenta largo y lento.<br />
<br />
José Carlos Díez, economista jefe de Intermoney, desmenuza los datos. Admite que había una recuperación del comercio international en diciembre y en enero “pero se ha evaporado con los datos de PMI de marzo, que es el principal indicador adelantado del PIB. Tanto China como Alemania o Francia han caído con fuerza y se sitúan de nuevo en niveles de contracción”. El también profesor de la Universidad de Alcalá de Henares recalca que hasta que no se resuelvan los problemas en Europa el riesgo es “japonizar la economía”. <br />
<br />
A su juicio, “Estados Unidos nis ha enseñado el camino. hay que parar la recesión con estímulo fiscal en aquellos países no sometidos a la tensión de los mercados y el BCE debe ser más agresivo y comprar deuda directamente”. De lo contrario, advierte, la austeridad sin crecimiento y con deflación de salarios, aumenta el déficit, la deuda pública y privada y nos lleva a la depresión”.<br />
<br />
El catedrático de la Universidad de Granada, Santiago Carbó, cree que se ha pecado de un exceso de optimismo y que, aunque “la recesión en Europa puede que no sea tan dura, eso va a depender también de la capacidad de la gobernanza europea para internalizar los riesgos que aún persisten”. Esa capacidad, de momento, ha sido insuficiente. “La inyección de liquidez del BCE ha sido malinterpretada como el estímulo que la eurozona precisaba, cuando en realidad ha sido más una operación de urgencia para dar algo más de margen para realizar deberes que quedan pendientes”.<br />
<br />
Por lo que respecta a Estados Unidos, el también asesor de la Reserva Federal de Chicago apunta que, aunque los datos de empleo han sido algo mejores de lo previsto, “la consolidación fiscal está amenazada por un conjunto de compromisos presupuestarios que se han aplazado hasta 2013 pero que probablemente no puedan aplazarse más allá”. Carbó señala, asimismo, que “tampoco parece que las economías emergentes estén exentas de riesgo”, dado el menor crecimiento previsto en China y los rumores de inestabilidad política que le rodean; o los síntomas de sobrecalentamiento en Brasil. “Puede que haya pasado lo peor, pero puede que lo malo dure aún bastante”, concluye.<br />
<br />
José Luis Martínez, estratega para España de Citigroup, advierte que para evitar periodos alternos de pesimismo y de optimismo, como ahora, lo mejor es asumir que “nos enfrentamios a un escenario de lento crecimiento mundial en los próximos... ¿cinco o diez años? Lo desconocemos”. sobre esta base, Martínez advierte que las medidas de estímulo monetario llevadas a extremo sólo han servido para calmar a los mercados y “ofrecen tiempo para que lós países lleven a cabo ajustes pendientes”. <br />
<br />
A su juicio, la eurozona ha vuelto a entrar en recesión porque los ajustes son agresivos y concentrados en un corto periodo de tiempo, mientras que en Estados Unidos los ajustes se han dilatado en un mayor periodo de años. “Pero demos tiempoa que esta recuperación sea realmente sólida”, apunta. En su opinión, esta crisis nos ha enseñado que “no se puede confundir recuperaciones cíclicas o temporales con un crecimiento sostenible” y que “nunca se puede decir que lo peor ha pasado o que no se aplicarán nuevas medidas expansivas”. Aviso a navegantes.<br />
<br />
Guillermo de la Dehesa, presidente del Center for Economic Policy Research (CEPR), descarta de plano que se observen brotes verdes en la eurozona. “Cuando el FMI publique esus nuevas previsiones en las Perspectivas Económicas Mundiales de abril, serán peores que las actuales para el área euro”, augura. De la Dehesa critica que la región siga sin dotarse de instrumentos para hacer frente a la crisis, como un cortafuegos financiero o una regulación bancaria coherente, y urge a los países con superávit corriente un aumento de la demanda interna para evitar una recesión. “Será difícil salir de la recesión sin una política fiscal y monetaria europea que ayude a superarla”, concluye.<br />
<br />
“Soy igual de pesimista que los otros participantes”, sentencia Diego Peñarrubia, de la Universidad de Murcia, que considera que la pregunta debería ser “qué podemos hacer para que haya pronto más brotes verdes, en mayor cantidad y más fuertes”. Y eso, en su opinión, sólo pasa por corregir “el profundo desequilibrio entre productividad y costes a lo largo del mundo”. Es decir que los países con menores costes productivos, derivados de los menores derechos sociales y laborales de su población, se acerquen a los estándares occidentales.<br />
<br />
Desde la misma Universidad, el profesor José García Solanes advierte que “los brotes verdes con un espejismo, al menos para la economía española” porque “las reformas todavía no han dado sus frutos, el crecimiento del PIB continuará en terreno negativo y el paro seguirá subiendo durante varios trimestres”. Sólo el sector exterior parece mantener su vitalidad, recuerda. A su juicio, aunque la situación en la rona euro es menos sombría, “las palanras de Draghi y Bernanke sobre la situación económica de la zona euro suenan más a palabras de ánimo que a indicios constatados de recuperación”.<br />
<br />
García Solanes considera que para que la recuperación económica tome cuerpo sobre bases sólidas y duraderas son necesarias dos tipos de tareas: reestructurar el sistema productivo orientándolo mucho más hacia los mercados internacionales y reducir el tipo de cambio real mediante una devaluación interna con objeto de recuperar la competitividad perdida en el curso de los últimos 12 años. A falta de lo que puedan publicar los nuevos Presupuestos, no tenemos indicios de que el Gobierno español haya tomado iniciativas en estas direcciones”.<br />
<br />
El Pais - 30/3/2012Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-51913805329402195282012-03-18T05:14:00.000-07:002012-03-18T05:14:08.090-07:00Lo que significa GreciaDe modo que Grecia ha faltado oficialmente al pago de su deuda con las entidades crediticias privadas. Ha sido una suspensión de pagos ordenada, negociada más que simplemente anunciada, lo que supongo que es algo bueno. Aun así, la historia está lejos de haber terminado. Incluso con este alivio de la deuda, Grecia —como otros países europeos obligados a imponer austeridad en una economía deprimida— parece condenada a muchos años más de sufrimiento.<br />
<br />
Y esa es una historia que es necesario contar. Como se señalaba en un informe reciente sobre política económica, durante los dos últimos años la historia griega ha sido “interpretada como una parábola de los riesgos del despilfarro fiscal”. No pasa ni un solo día sin que algún político o experto recite, con el tono de un hombre que transmite una gran sabiduría, la cantinela de que debemos recortar drásticamente el gasto público de inmediato o nos encontraremos con que nos hemos convertido en Grecia; en Grecia, les digo.<br />
<br />
Por poner solo un ejemplo reciente, cuando Mitch Daniels, gobernador de Indiana, pronunció la respuesta republicana al discurso sobre el Estado de la Unión, insistió en que “solo estamos a una corta distancia por detrás de Grecia, España y otros países europeos que ahora se enfrentan a la catástrofe económica”. Por cierto, parece ser que nadie le dijo que España tenía una deuda pública baja y un superávit presupuestario justo antes de la crisis; el país está en apuros por culpa de los excesos del sector privado, no del sector público.<br />
<br />
Pero lo que la experiencia de Grecia realmente demuestra es que, aunque tener déficits en tiempos de bonanza puede crearle problemas a uno —lo que efectivamente sucedió en el caso de Grecia, aunque no en el de España—, tratar de eliminar los déficits una vez que uno ya tiene problemas es buscarse una depresión.<br />
<br />
En estos momentos, las depresiones causadas por la austeridad son visibles en toda la periferia europea. Grecia es el peor caso, con un desempleo que se ha disparado hasta el 20%, al tiempo que los servicios públicos, entre ellos la sanidad, se hunden. Pero Irlanda, que ha hecho todo lo que la tropa de la austeridad quería, está también en una situación terrible, con un paro cercano al 15% y un PIB real que ha caído más de un 10%. Portugal y España pasan por dificultades similares.<br />
<br />
Y la austeridad en época de crisis no solo inflige un enorme sufrimiento. Hay cada vez más pruebas de que es contraproducente incluso desde un punto de vista puramente fiscal, ya que la combinación de una disminución de los ingresos debida a una economía deprimida y unas peores perspectivas a largo plazo reduce la confianza del mercado y hace que la carga de la deuda futura sea más difícil de manejar. Hay que preguntarse cómo pueden unos países que están negándole sistemáticamente un futuro a su población joven —el paro juvenil en Irlanda, que antes era más bajo que el de EE UU, ahora alcanza casi el 30%, mientras que está cerca del 50% en Grecia— lograr un crecimiento suficiente para pagar su deuda.<br />
<br />
Quienes intentan convertir a EE UU en Grecia son los que piden más austeridad<br />
Esto no era lo que se suponía que debía suceder. Hace dos años, cuando muchos responsables políticos y expertos empezaron a pedir que se pasase del estímulo económico a la austeridad, prometieron grandes beneficios a cambio del sufrimiento. “La idea de que las medidas de austeridad pueden desencadenar una situación de estancamiento es incorrecta”, afirmaba Jean-Claude Trichet, el entonces presidente del Banco Central Europeo, en junio de 2010. En lugar de eso, insistía, la disciplina fiscal inspiraría confianza y eso conduciría al crecimiento económico.<br />
<br />
Y cada pequeño indicio de mejora en una economía sometida a la austeridad se ha acogido como prueba de que la política funciona. Se ha proclamado que la austeridad irlandesa era una historia de éxito no solo una, sino dos veces: primero en el verano de 2010 y nuevamente el pasado otoño; en cada ocasión, la supuesta buena noticia se esfumó rápidamente.<br />
<br />
Puede que se pregunten qué alternativa tenían países como Grecia e Irlanda, y la respuesta es que no tenían ni tienen buenas alternativas aparte de la de abandonar el euro, una medida extrema que, siendo realistas, sus dirigentes no pueden tomar hasta que todas las demás opciones hayan fracasado (una situación a la que, si quieren saber mi opinión, Grecia se aproxima a toda velocidad).<br />
<br />
Alemania y el Banco Central Europeo podrían tomar medidas para hacer que esa solución extrema sea menos necesaria, pidiendo menos austeridad y también haciendo más para impulsar la economía europea en su conjunto. Pero la cuestión principal es que EE UU sí que tiene una alternativa: tiene su propia moneda y puede adquirir préstamos a largo plazo a unos intereses más bajos que nunca, de modo que no tiene que entrar en una espiral descendente de austeridad y contracción económica.<br />
<br />
Así que ha llegado la hora de dejar de invocar a Grecia como una historia con moraleja sobre los peligros de los déficits; desde un punto de vista estadounidense, Grecia debería más bien considerarse una historia con moraleja sobre los peligros de intentar reducir los déficits demasiado deprisa, mientras la economía sigue estando profundamente deprimida. (Y sí, a pesar de que últimamente haya habido algunas buenas noticias, nuestra economía sigue estando profundamente deprimida).<br />
<br />
La verdad es que si quieren saber quién está en realidad tratando de convertir a EE UU en Grecia, no son los que instan a que haya más estímulos para nuestra economía todavía deprimida; son las personas que exigen que emulemos la austeridad griega, aun cuando no nos enfrentamos a unas restricciones crediticias como las de Grecia, y que de esa forma nos hundamos en una depresión similar a la griega.<br />
<br />
Paul Krugman in NYT, a partir do El PaisEduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-47527968508376835342012-02-23T06:08:00.001-08:002012-02-23T06:08:50.430-08:00Não culpem o RioEstamos há pouco mais de uma década no século XXI, mas um terrível precedente já foi estabelecido: todas as grandes negociações internacionais e principais esforços de cooperação iniciados neste século terminaram, até agora, em fracasso.<br />
<br />
Em relação ao meio ambiente, a luta contra o aquecimento global chegou a um impasse, com as três últimas conferências anuais sobre as alterações climáticas das Nações Unidas, em Copenhaga, Cancún e Durban, a falharem na renovação do Protocolo de Quioto.<br />
<br />
Da mesma forma, apesar da conferência do ano passado em Paris, para rever o Tratado de Não Proliferação e as subsequentes conversações entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente russo Dmitri Medvedev sobre o desarmamento nuclear, em Nova Iorque, terem feito notáveis avanços, os resultados estiveram muito aquém de garantirem um futuro livre de armas nucleares.<br />
<br />
A lista continua: eventos no Médio Oriente acabaram com todas as hipóteses de paz na região, as medidas tomadas para ajudar na recuperação mundial - incluindo as melhorias reguladoras, como a separação entre a banca de retalho e de investimento, a eliminação dos paraísos fiscais e a repressão dos conflitos de interesses das agências de notação de crédito - foram fracas; e as duas últimas reuniões do G-20 registaram falhas graves.<br />
<br />
As causas e as partes responsáveis por essas falhas são diversas, mas há uma constante: nos últimos anos, a retórica nacionalista, até mesmo xenófoba, intensificou-se dramaticamente. O patriotismo e a supremacia são hoje em dia enfatizados mais insistentemente, enquanto expressões de desconfiança dos “outros” têm aparecido em toda parte - inclusive no Oceano Ártico, onde o Canadá e a Rússia estão envolvidos em algo a que um especialista apelidou de “Guerra Fria light”.<br />
<br />
A consequência da crescente balcanização da comunidade internacional é que as conferências voltadas para o consenso tendem a terminar em impasses. Estas falhas não significam que a maioria das pessoas em todo o mundo não concorde totalmente com estas questões, ou que essas pessoas não estejam preparadas para tomarem decisões atempadas ou até mesmo corajosas. Infelizmente, os sentimentos das pessoas comuns raramente triunfam quando os governos se reúnem.<br />
<br />
A conclusão é inevitável: é a procura do consenso absoluto - unanimidade - que está a comprometer o progresso das principais preocupações mundiais. As negociações voltadas para o consenso podem resultar quando um tratado é feito entre vencedores e vencidos - o forte e o fraco. Após a I Guerra Mundial, as potências aliadas tentaram promover a paz internacional através da criação da Liga das Nações. Mas o requisito de unanimidade da Liga deu, efectivamente, o poder de veto a todos os membros e a recusa do Senado dos Estados Unidos em ratificar o seu Tratado condenou o esforço a uma morte prematura.<br />
<br />
O fracasso abjecto da Liga para evitar a II Guerra Mundial resultou num segundo esforço para criar cortesia internacional após o fim dos combates. A nova ONU estava muito melhor estruturada do que a sua antecessora e o mundo ganhou uma instituição que promove o debate e a tomada de decisão deliberativa de forma muito mais vigorosa da que é possível em organizações conduzidas pelo consenso.<br />
<br />
Mas uma mudança que contradiz o espírito da Carta das Nações Unidas ocorreu. Num esforço para evitar resoluções ou medidas que expõem os seus desacordos, as grandes potências mundiais adoptaram o hábito de organizar debates e conferências em todo o mundo que façam regressar a tomada de decisão por consenso.<br />
<br />
De acordo com a Carta das Nações Unidas, o foco principal da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança é promover a segurança internacional. Mas a ONU tornou-se o “operador geral” para as conferências mundiais, agindo como administrador e fornecedor de serviços e instalações (tais como locais e intérpretes) para eventos que oficialmente não fazem parte das suas operações principais. Como resultado, a ONU está a assumir cada vez mais a culpa pelas falhas destas conferências, que só não deixam as questões em aberto, mas também comprometem a autoridade da ONU.<br />
<br />
A conferência Rio+20, que examinará os progressos realizados desde a primeira “Cimeira da Terra” no Rio de Janeiro há 20 anos, terá lugar na mesma cidade em Junho deste ano. Concebida com um vasto conjunto de objectivos, incluindo um destaque tanto para a economia verde como para o desenvolvimento sustentável, a conferência parece condenada ao fracasso. Sem consenso, nenhuma acção pode ser tomada e haver consenso será impossível.É claro, há a hipótese de que o mundo reconhecerá o seu dilema no Rio. Se a maioria dos países presentes se atrever a declarar que exigir o consenso é equivalente a impor a paralisia e se insistir em seguir os procedimentos de votação consagrados na Carta das Nações Unidas, poderemos ver progressos enormes.<br />
<br />
O aquecimento global e a crise económica estão a ameaçar a segurança internacional. Só isso justifica referir estas questões na Assembleia Geral da ONU, que, ao contrário do Conselho de Segurança, não conhece o poder de veto. Uma declaração forte e um apelo às medidas vinculativas para abordar essas questões seriam então possíveis.<br />
<br />
As crises económica e ambiental com que nos deparamos são demasiado urgentes para participar em jogos que dão a aparência de unanimidade internacional. Está mais do que na hora de abordar não só o aquecimento global e a crise económica, mas também o processo de tomada de decisão internacional. Por que não começar com o Rio?<br />
<br />
Michel Rocard, in Público<br />
<br />
Tradução: Deolinda Esteves/Project Syndicate<br />
<br />
<br />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-47528057454114785192012-02-12T02:19:00.001-08:002012-02-12T02:19:31.577-08:00Negociação de alta frequência<br />
<b>A revista New Scientist divulgou esta semana os resultados de uma investigação que mostra como funciona, invisivelmente, a "negociação de alta frequência" nos mercados financeiros. O Expresso ouviu o líder da equipa, o físico Neil Johnson, da Universidade de Miami - por Jorge Nascimento Rodrigues<br />
<br />
</b>Há uma "grande guerra", diz-nos o cientista norte-americano Neil Johnson. Ela trava-se hoje nos mercados financeiros. Uma guerra invisível entre algoritmos que torna ainda maior o risco sistémico do capitalismo financeiro. O que se designa por "negociação de alta frequência" (high frequency trading, acrónimo HFT, em inglês), com ordens dadas automaticamente em milésimas do segundo, domina hoje mais de 50% da negociação, em valor, nos Estados Unidos e mais de 30% na Europa, segundo a consultora Tabb Group. <br />
<br />
A equipa norte-americana de Neil Johnson, do Departamento de Física da Universidade de Miami, em colaboração com outros cientistas do Centro de Sistemas Complexos da Universidade de Vermont e da empresa Nanex, descobriu como é que esses algoritmos funcionam, como provocam oscilações selvagens, para cima e para baixo, invisíveis nos ecrãs dos traders, que se vão acumulando como fissuras que acabam, num dado momento crítico, por provocar derrocadas colossais, ultra-rápidas, inesperadas, difíceis de prever e evitar pelos humanos. Em suma, estes algoritmos acabam por provocar "cisnes negros", dizem os cientistas, cujo artigo científico que descreve o estudo foi precisamente intitulado "Financial black swans driven by ultrafast machine ecology". E com tanto "cisne negro" no lago, esta multidão acaba por provocar convulsões sistémicas.<br />
<br />
Sinais anteriores às derrocadas financeiras<br />
<br />
Esta descoberta foi, de imediato, relatada pela revista New Scientist na quinta-feira. O grupo estudou nada menos do que 18.520 "cisnes negros" ocorridos entre 2006 e 2011 com uma duração menor a um segundo e meio (1500 milésimas de segundo). Isto significa que ocorreram, em média, quase 12 eventos extremos deste tipo por cada dia de negociação naqueles seis anos. O período, diz-nos Neil Johnson, "permitiu apanhar não só a geração do colapso financeiro global de 2008 como depois a derrocada relâmpago de 6 de maio de 2010", um fenómeno absolutamente surpreendente, já durante a recuperação bolsista, a partir de março de 2009, do crash de 2008. O evento extremo de maio ficou conhecido pela designação em inglês de "flash-crash" (derrocada instantânea). O número de "cisnes negros" diários disparou uma semana antes da derrocada de 2008 e pouco antes do evento de maio de 2010, mostra o estudo desta equipa de físicos.<br />
<br />
As primeiras amostras de surpresas desagradáveis de grande dimensão provenientes da atividade insana da HFT, bem visíveis nas bolsas norte-americanas, ocorreram, de facto, em 2010 no que ficou conhecido como "derrocadas instantâneas", a primeira a 6 de maio (a mais conhecida) e depois outra a 1 de setembro. A de 6 de maio foi acompanhada em todo o mundo quase em direto durante os trinta minutos que decorreu. Entre as 14h30 e as 15h30 de Nova Iorque, o Dow Jones Industrial Average caiu 600 pontos, a mais colossal queda intradiária jamais registada, para de seguida recuperar meteoricamente. O mistério do evento levou os governos americano e britânico a estudar o assunto como questão de segurança e muitos cientistas, sobretudo os ligados à corrente da teoria da complexidade, a mergulharem nesta "prenda" dada pelos mercados financeiros.<br />
<br />
Espírito microbial num mundo de piranhas<br />
<br />
O que está por debaixo disto é o que Neil chama de uma nova "ecologia" de agentes, um mundo invisível para o comum dos mortais, fruto da desmaterialização brutal ocorrida no sistema financeiro desde a vaga de financeirização dos anos 1980 e 1990. As empresas que detêm estas ferramentas têm uma vantagem estratégica. E serão 400 num universo de 20.000 firmas que operam hoje nestes mercados, segundo um estudo do Aite Group. <br />
<br />
Neill pega na célebre expressão de Keynes sobre a "alma animal" (animal spirits) dos investidores para falar, usando uma imagem, de algo bem mais complexo. Estes novos agentes estão impregnados de uma "alma microbial" - "são mais simples do que os humanos ou mesmo os animais, mas muito, muito mais rápidos". "São mais parecidos com a vida inicial na Terra", sublinha-nos. A grande questão é como este mundo digital - que vive numa dimensão de tempo abaixo do segundo - povoado por esta "vida inicial" vai evoluir.<br />
<br />
Nem mesmo os grandes mestres de xadrez conseguem ter a rapidez suficiente "para detetar estas situações estratégicas". "Abaixo de 650 milésimas de segundo, só mesmo máquinas", diz-nos Neill Johnson, para depois brincar: "É como um lago cheio de piranhas de diferentes tipos com um nível de concorrência muito feroz". Mas logo acrescenta que não está a fazer um juízo moral: "Não estou a dizer que isto é errado, mas pode ver que este nível de concorrência é feroz - e é isto que exatamente ocorre nos mercados". Por debaixo dos nossos pés e afetando-nos, sem darmos conta - a não ser quando há as derrocadas bolsistas. Quando já é tarde.<br />
<br />
Tropas no terreno<br />
<br />
Por isso, a ambição destes cientistas é criar algumas ferramentas de previsão e que possam mitigar o risco. O que defrontamos é "um sistema de máquinas em que vemos o declínio da capacidade humana para influenciar os movimentos de preços em escalas de tempo cada vez mais pequenas", diz o físico. <br />
<br />
Já não se trata mais do sistema "misto" anterior homem-máquina. Para responder à dinâmica deste novo sistema automatizado, é preciso algo similar às ferramentas de que dispõem os engenheiros espaciais ou aeronáuticos: "olhar para o conjunto microscópico de pequenas fissuras e avaliar se a aeronave está em condições de segurança de continuar a voar". Neil Johnson pensa que os reguladores têm de colocar "tropas no terreno" com essa capacidade. No artigo científico propõem-se três estratégias algorítmicas para tal.<br />
<br />
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/ha-uma-grande-guerra-de-algoritmos-no-mundo-financeiro=f703970#ixzz1mA3hpII8Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-1776687551544155172011-12-27T04:33:00.000-08:002011-12-27T05:56:12.962-08:00Discurso de Helmut Schmidt no Congresso do SPD, 4 de Dezembro de 2011, BerlimDiscurso «A Alemanha na e com a Europa», Helmut Schmidt, ex-chanceler, no Congresso ordinário do SPD, Berlim, 4 de Dezembro de 2011<br />
<br />
<br />
Queridos Amigos, minhas Senhoras e meus Senhores!<br />
<br />
Deixai-me começar com uma nota pessoal. Quando o Sigmar Gabriel, o Frank-Walter Steinmeier e o meu Partido me pediram mais uma vez uma contribuição, gostei de recordar como há 65 anos eu e a Locki, de joelhos no chão, pintavamos cartazes para o SPD em Hamburgo-Neugraben. Na verdade tenho de confessar desde já: no que diz respeito a toda a política partidária, já estou para além do Bem e do Mal, por causa da minha idade. Há muito que para mim, em primeiro e em segundo lugar, se encontram as tarefas e o papel da nossa nação no indispensável âmbito união europeia.<br />
<br />
Simultaneamente estou satisfeito por poder partilhar esta tribuna como o nosso vizinho norueguês Jens Stoltenberg, que no centro de uma profunda infelicidade da sua nação nos deu a nós e a todos os europeus um exemplo a seguir de direção liberal e democrática de um estado de direito.<br />
<br />
Enquanto homem já muito velho, penso naturalmente em longos períodos temporais – quer para trás na História, quer para a frente na direção do desejado e pretendido futuro. Contudo, não pude dar há alguns dias uma resposta clara a uma pergunta muito simples. Wolfgang Thierse perguntara-me: «Quando será a Alemanha, finalmente, um país normal?» E eu respondi: num futuro próximo a Alemanha não será um país «normal». Já que contra isso está a nossa carga histórica enorme mas única. E além disso está contra isso a nossa posição central preponderante, demográfica e economicamente, no centro do nosso bastante pequeno continente mas organizado em múltiplos estados-nação.<br />
<br />
Com isto já estou no centro do complexo tema do meu discurso: a Alemanha na Europa, com a Europa e pela Europa.<br />
<br />
<b>Razões e origens da integração europeia</b><br />
<br />
Apesar de em alguns poucos dos cerca de 40 Estados europeus a consciência de ser uma nação se ter desenvolvido tardiamente – assim em Itália, na Grécia e na Alemanha – sempre houve em todo o lado guerras sangrentas. Pode-se compreender esta história europeia – observada da Europa Central – como uma<br />
pura sequência de lutas entre a periferia e o centro e vice-versa. Sempre o centro se manteve o campo de batalha decisivo.<br />
<br />
Quando os governantes, os estados ou os povos no centro da Europa foram fracos, então os vizinhos da periferia avançaram para o centro. A maior destruição e as relativamente elevadas baixas humanas aconteceram na primeira guerra dos 30 anos entre 1618 e 1648, que se desenrolou fundamentalmente em solo alemão. A Alemanha era, nessa época, simplesmente um conceito geográfico, definido de forma desfocada só pelo espaço da língua alemã. Mais tarde vieram os franceses, sob Luís XIV e de novo sob Napoleão. Os suecos não vieram uma segunda vez; mas sim diversas vezes os ingleses e os russos, a última vez com Stáline.<br />
<br />
Mas quando as dinastias ou os Estados eram fortes no centro da Europa – ou quando se sentiram fortes! – então atacaram a periferia. Isto é válido para as cruzadas, que foram simultaneamente cruzadas de conquista não só na direção da Ásia Menor e Jerusalém, mas também na direção da Prússia Oriental e na de todos os três estados bálticos atuais. Na idade moderna é válido para as guerras contra Napoleão e é válido para as três guerras de Bismarck em 1864, 1866 e 1870/71.<br />
<br />
O mesmo é válido principalmente para a segunda guerra dos 30 anos de 1914 a 1945. É especialmente válido para os avanços de Hitler até ao Cabo Norte, até ao Cáucaso, até à ilha grega de Creta, até ao sul da França e até mesmo a Tobruk, perto da fronteira líbio-egípcia. A catástrofe europeia, provocada pela Alemanha, incluiu a catástrofe dos judeus europeus e a catástrofe do estado nacional alemão.<br />
<br />
Mas antes os polacos, as nações bálticas, os checos, os eslovacos, os austríacos, os húngaros, os eslovenos, os croatas tinham partilhado o destino dos alemães na medida em que todos eles, desde há séculos, tinham sofrido sob a sua posição geopolítica central neste pequeno continente europeu. Ou dito de outra forma: diversas vezes, nós, alemães, fizemos sofrer os outros sob a nossa central posição de poder.<br />
<br />
Hoje em dia, as reivindicações territoriais conflituais, os conflitos linguísticos e fronteiriços, que ainda na primeira metade do século XX desempenharam um papel importante na consciência das nações, tornaram-se de facto insignificantes, pelo menos para nós alemães.<br />
<br />
Enquanto na opinião pública e na opinião publicada nas nações europeias o conhecimento e a lembrança das guerras da Idade Média se encontram amplamente esquecidos, a lembrança de ambas as guerras do século XX e a ocupação alemã desempenham todavia ainda um papel latente dominante.<br />
<br />
Penso ser para nós alemães decisivo que quase todos os nossos vizinhos – e para além disso quase todos os judeus no mundo inteiro – se recordem do holocausto e das infâmias que aconteceram durante a ocupação alemã nos países da periferia. Não está suficientemente claro para nós alemães que provavelmente entre quase todos os nossos vizinhos, ainda por muitas gerações, se mantém uma desconfiança contra os alemães.<br />
<br />
Também as gerações alemãs posteriores têm de viver com este peso histórico. E as atuais não devem esquecer: foi a desconfiança com um futuro desenvolvimento da Alemanha que justificou o início da integração europeia em 1950.<br />
<br />
Em 1946, Churchill, no seu grande discurso em Zurique, tinha duas razões para apelar aos franceses para se entenderem com os alemães e construírem com ele os Estados Unidos da Europa: em primeiro lugar a defesa conjunta perante a União Soviética, que parecia ameaçadora, mas em segundo a integração da Alemanha numa aliança ocidental alargada. Porque Churchill previa perspicazmente a recuperação económica da Alemanha.<br />
<br />
Quando em 1950, quatro anos depois do discurso de Churchill, Robert Schuman e Jean Monnet apresentaram o plano Schuman para a integração da indústria pesada europeia, a razão foi a mesma, a razão da integração alemã. Charles de Gaulle, que dez anos mais tarde propôs a Konrad Adenauer a reconciliação, agiu pelo mesmo motivo.<br />
<br />
Tudo isto aconteceu na perspetiva realista de um possível desenvolvimento futuro do poder alemão. Não foi o idealismo de Victor Hugo, que em 1849 apelou à união da Europa, nem nenhum idealismo esteve presente em 1950/52 no início da integração europeia então limitada à Europa Ocidental. Os estadistas dessa época na Europa e na América (nomeio George Marshall, Eisenhower, também Kennedy, mas principalmente Churchill, Jean Monnet, Adenauer e de Gaulle ou também Gasperi e Henri Spaak) não agiram de forma nenhuma por idealismo europeu, mas sim a partir do conhecimento da história europeia até à data. Agiram no juízo realista da necessidade de impedir uma continuação da luta entre a periferia e o centro alemão. Quem ainda não entendeu este motivo original da integração europeia que continua a ser um elemento fundamental, falta-lhe a condição indispensável para solucionar a presente crise altamente precária da Europa.<br />
<br />
Quanto mais, durante os anos 60, 70 e 80, a então República Federal ganhava em peso económico, militar e político, mais a integração europeia se tornava aos olhos dos governantes europeus o seguro contra uma nova possível tentação de poder alemã. A resistência inicial de Margaret Tatcher ou de Miterrand ou de Andreotti em 1989/90 contra a unificação dos dois estados alemães do pós-guerra estava claramente fundada na preocupação de uma Alemanha poderosa no centro deste pequeno continente europeu.<br />
<br />
Gostaria aqui de fazer um pequeno percurso pessoal. Ouvi Jean Monnet quando participei no seu comité «Pour les États-Unis d’Europe». Foi em 1955. Para mim Jean Monnet é um dos franceses mais perspicazes que eu conheci na minha vida em questões de integração, também por causa do seu conceito de avançar passo a passo na integração europeia.<br />
<br />
Desde aí que, por compreender o interesse estratégico da nação alemã, me tornei e me mantive um partidário da integração europeia, um partidário da integração da Alemanha, não por idealismo. (Isto levou-me a uma controvérsia com Kurt Schumacher por mim muito respeitado presidente do meu partido (...))<br />
<br />
Levou-me a concordar, nos anos 50, com os planos do então Ministro dos Negócios Estrangeiros polaco Rapacki. No início dos anos 60 escrevi então um livro contra a estratégia oficial ocidental da retaliação nuclear, com que a NATO, na qual ontem como hoje nos encontrávamos integrados, ameaçava a poderosa União Soviética.<br />
<br />
<b>A União Europeia é necessária</b><br />
<br />
De Gaulle e Pompidou continuaram nos anos 60, e início dos anos 70, a integração europeia, para integrar a Alemanha – mas também não queriam de maneira nenhuma integrar o seu próprio estado. Depois disso, o bom entendimento entre Giscard d’Estaing e eu próprio, levou a um período de cooperação franco-alemão e à continuação da integração europeia, um período que depois da primavera de 1990 continuou com êxito entre Miterrand e Kohl. Ao mesmo tempo desde 1950/52 que a comunidade europeia cresceu, até 1991, passo a passo de seis para doze membros.<br />
<br />
Graças ao amplo trabalho preparatório de Jacques Delors (na altura presidente da Comissão Europeia), Miterrand e Kohl acordaram, em 1991, em Maastricht a moeda comum – o euro – que se tornou realidade dez anos mais tarde, em 2001. De novo na sua origem a preocupação francesa de uma Alemanha demasiado poderosa, mais exatamente de um marco demasiado poderoso.<br />
<br />
Entretanto o euro tornou-se na segunda moeda mais importante da economia mundial. Esta moeda europeia é até, quer interna, quer externamente, mais estável do que o dólar americano e mais estável do que o marco foi nos seus últimos dez anos. Toda a conversa sobre uma suposta «crise do euro» é conversa fiada leviana dos media, de jornalistas e de políticos.<br />
<br />
Mas desde Maastricht, desde 1991/92, que o mundo mudou imensamente. Assistimos à libertação das nações do leste europeu e à implosão da União Soviética. Assistimos à ascensão fenomenal da China, da Índia, do Brasil e outros «estados emergentes», que antigamente chamávamos «Terceiro Mundo». Simultaneamente, as economias reais de grande parte do mundo «globalizaram-se»: quase todos os estados no mundo dependem uns dos outros. Principalmente, os actores nos mercados financeiros globalizados apropriaram-se de um poder, por enquanto, totalmente sem controlo.<br />
<br />
Mas paralelamente, quase sem se dar por isso, a humanidade multiplicou-se de forma explosiva atingindo os 7 mil milhões. Quando nasci eram cerca de 2 mil milhões. Todas estas enormes mudanças tiveram consequências tremendas nos povos europeus, nos seus estados, no seu bem-estar!<br />
<br />
Por outro lado, todas as nações europeias envelhecem e por todo o lado desce o número de cidadãos europeus. Em meados do século XXI seremos provavelmente 9 mil milhões de pessoas a viver na Terra, enquanto todas as nações europeias não ultrapassarão os 7%. 7% de 9 mil milhões. Até 1950, os europeus representaram, durante mais de dois séculos, mais de 20% da população mundial. Mas desde há 50 anos que nós europeus diminuímos – não só em números absolutos, mas principalmente em relação à Ásia, África e América Latina. Da mesma forma desce a parte dos europeus no produto social global, isto é na criação de riqueza de toda a humanidade. Até 2050 descerá até aos 10%; em 1950 ainda representava 30%.<br />
<br />
Cada uma das nações europeias, em 2050, representará já só uma parte de um 1% da população mundial. Quer dizer: se queremos ter a esperança de nós europeus termos importância no mundo, então só a teremos em conjunto. Porque enquanto Estados separados – seja a França, Itália ou Alemanha ou Polónia, Holanda ou Dinamarca ou Grécia – só nos poderão contar em milésimos e não mais em números percentuais.<br />
<br />
Daqui resulta o interesse estratégico a longo prazo dos estados europeus na sua cooperação integradora. Este interesse estratégico na integração europeia aumentará em importância cada vez mais. Até agora ainda não está amplamente consciencializado pelas nações. Também os respetivos governos não as consciencializam.<br />
<br />
No caso, porém de a União Europeia no decorrer do próximo decénio não conseguir – mesmo que limitada – uma capacidade conjunta de atuação, não é de excluir uma marginalização auto-provocada dos estados e da civilização europeia. Do mesmo modo não se pode excluir, num caso destes, o ressuscitar de lutas concorrenciais e de prestígio entre os estados europeus. Numa situação destas a integração da Alemanha não poderia funcionar. O velho jogo entre centro e periferia podia de novo tornar-se realidade.<br />
<br />
O processo mundial de esclarecimento, de propagação dos direitos das pessoas e da sua dignidade, o direito constitucional e a democratização não receberia mais nenhum impulso eficaz da Europa. Nesta perspetiva, a comunidade europeia torna-se uma necessidade vital para os estados nacionais do nosso velho continente. Esta necessidade ultrapassa as motivações de Churchill e de Gaulle. Também ultrapassa as motivações de Monnet e os de Adenauer. E hoje também engloba as motivações de Ernst Reuter, Fitz Ehler, Willy Brandt e também Helmut Kohl.<br />
<br />
Acrescento: certamente que também se trata ainda e sempre da integração da Alemanha. Por isso, nós alemães temos de ganhar clareza sobre a nossa tarefa, o nosso papel no contexto da integração europeia.<br />
<br />
<b>A Alemanha necessita de constância e fiabilidade</b><br />
<br />
Se no final de 2011 olharmos para a Alemanha com os olhos dos nossos vizinhos mais próximos e mais distantes, desde há um decénio que a Alemanha provoca inquietação – recentemente também preocupação política. Nos últimos anos surgiram dúvidas consideráveis sobre a constância da política alemã. A confiança na garantia da política alemã está abalada.<br />
<br />
Estas dúvidas e preocupações assentam também nos erros de política externa dos nossos políticos e governos. Por outro lado baseiam-se no, para o mundo inesperado, poder económico da República Federal unificada. A nossa economia tornou-se – iniciando nos anos 70, nessa época ainda dividida – na maior da Europa. Tecnológica, financeira e socialmente é hoje uma das economias mais eficientes do mundo. O nosso poder económico e a nossa, em comparação muito estável, paz social desde há decénios também provocaram inveja – tanto mais que a nossa taxa de desemprego e a nossa dívida se encontram dentro da normalidade internacional.<br />
<br />
No entanto, não nos é suficientemente claro que a nossa economia esteja profundamente integrada no mercado comum europeu, quer em grande medida globalizada e assim dependente da conjuntura mundial. Iremos assim assistir como, no próximo ano, as nossas exportações não aumentarão significativamente.<br />
<br />
Mas simultaneamente desenvolveu-se um grave erro, nomeadamente os enormes excedentes da nossa balança comercial. Desde há anos que os excedentes representam 5% do nosso PIB. São comparáveis aos excedentes da China. Isto não nos é completamente claro porque os excedentes não se contabilizam em marcos, mas em euros. Mas é necessário que os nossos políticos consciencializem esta circunstância.<br />
<br />
Porque todos os nossos excedentes são, na realidade, os défices dos outros. As exigências que temos com os outros, são as suas dívidas. Trata-se de uma violação irritante do que nós consideramos um elevado ideal legal do «equilíbrio da economia externa». Esta violação tem de inquietar os nossos parceiros. E quando ultimamente aparecem vozes estrangeiras, na maioria dos casos vozes americanas – entretanto vêm de muitos lados – que exigem da Alemanha um papel de condução europeia, então isso desperta nos nossos vizinhos mais desconfiança. E acorda más recordações.<br />
<br />
Esta evolução económica e a simultânea crise da capacidade de ação dos órgãos da união europeia empurraram de novo a Alemanha para um papel central. A chanceler aceitou solícita este papel juntamente com o presidente francês. Mas há, de novo, em muitas capitais europeias e também em muitos media uma crescente preocupação com o domínio alemão. Desta vez não se trata de uma potência militar e política central, mas sim de um potente centro económico!<br />
<br />
<b>Aqui é necessário uma séria, cuidadosamente equilibrada advertência aos políticos alemães, aos media e à nossa opinião pública.<br />
</b><br />
Se nós alemães nos deixássemos seduzir, baseados no nosso poder económico, por reivindicar um papel político dirigente na Europa ou pelo menos desempenhar o papel de primus inter pares, então um número cada vez maior dos nossos vizinhos resistiria eficazmente. A preocupação da periferia europeia com um centro da Europa demasiado forte regressaria rapidamente. As consequências prováveis de uma tal evolução seriam atrofiadoras para a UE. E a Alemanha cairia no isolamento.<br />
<br />
A República Federal da Alemanha, muito grande e muito eficaz, precisa – também para se defender de si própria! – de se encaixar na integração europeia. Por isso desde os tempos de Helmut Kohl, desde 1992 que o artº 23º da Constituição nos obriga a colaborar «... no desenvolvimento da União Europeia». Este artº 23º obriga-nos a esta cooperação também no «princípio da subsidiariedade...». A crise atual da capacidade de ação dos órgãos da UE não muda em nada estes princípios.<br />
<br />
A nossa posição geopolítica central, mais o papel infeliz no decorrer da história europeia até meados do século XX, mais a nossa capacidade produtiva atual, tudo isto exige de todos os governos alemães uma grande dose de compreensão dos interesses dos nossos parceiros na EU. E a nossa prestabilidade é indispensável.<br />
<br />
Nós, alemães, também não conseguimos sozinhos a grande reconstrução e capacidade de produção nos últimos 6 decénios. Elas não teriam sido possíveis sem a ajuda das potências vencedoras ocidentais, sem a nossa inclusão na comunidade europeia e na aliança atlântica, sem a ajuda dos nossos vizinhos, sem a mudança política na Europa de leste e sem o fim da ditadura comunista. Nós, alemães, temos razões para estarmos gratos. E simultaneamente temos a obrigação de nos mostramos dignos da solidariedade através da solidariedade com os nossos vizinhos!<br />
<br />
Pelo contrário, ambicionar um papel próprio na política mundial e ambicionar prestígio político mundial seria bastante inútil, provavelmente até prejudicial. Em todo o caso, mantém-se indispensável a estreita cooperação com a França e a Polónia, com todos os nossos vizinhos e parceiros na Europa.<br />
<br />
É minha convicção que reside no interesse estratégico cardinal da Alemanha a longo prazo, não se isolar e não se deixar isolar. Um isolamento no espaço do ocidente seria perigoso. Um isolamento no espaço da EU ou da zona euro seria ainda mais perigoso. Para mim, este interesse da Alemanha ocupa um lugar inequivocamente mais importante do que qualquer interesse tático de todos os partidos políticos.<br />
<br />
Os políticos e os media alemães têm, com mil demónios, a obrigação e o dever de defender este conhecimento de forma duradoura na opinião pública.<br />
<br />
Mas quando alguém dá a entender que hoje e no futuro falar-se-á alemão na Europa; quando um ministro alemão dos negócios estrangeiros pensa que aparições adequadas nas televisões em Tripoli, Cairo ou Cabul são mais importantes do que contactos políticos com Lisboa, Madrid, Varsóvia ou Praga, Dublin, Haia Copenhaga ou Helsínquia; quando um outro acha ter de se defender de uma «União de transferência» - então tudo isto é mera fanfarronice prejudicial.<br />
<br />
Na verdade, a Alemanha foi durante longos decénios pagador líquido! Podíamos fazê-lo e fizemo-lo desde Adenauer. E naturalmente que Grécia, Portugal ou Irlanda foram sempre recebedores líquidos.<br />
<br />
Esta solidariedade talvez não seja hoje suficientemente clara para a classe política alemã. Mas até agora foi evidente. Também evidente – e para além disso desde Lisboa incluído no tratado – o princípio da subsidiariedade: aquilo que um estado não pode ou não consegue resolver, tem de ser assumido pela UE.<br />
<br />
Desde o plano Schuman que Konrad Adenauer aceitou, por instinto político acertado, a oferta francesa contra a resistência quer de Kurt Schumacher, quer de Ludwig Erhard. Adenauer avaliou corretamente o interesse estratégico de longo prazo da Alemanha – apesar da divisão da Alemanha! Todos os sucessores – assim também Brandt, Schmidt, Kohl e Schröder – prosseguiram a política de integração de Adenauer.<br />
<br />
Todas as táticas da ordem do dia, da política interna ou da política externa nunca questionaram o interesse estratégico alemão de longo prazo. Por isso todos os nossos vizinhos e parceiros puderam confiar, durante decénios, na constância da política europeia alemã – e na verdade independentemente de todas as mudanças de governo. Esta continuidade mantém-se conveniente também no futuro.<br />
<br />
<b>A situação atual da EU exige energia</b><br />
<br />
As contribuições conceptuais alemãs foram sempre naturais. Também se deve manter assim no futuro. No entanto não devíamos antecipar o futuro longínquo. Mudanças no tratado, mesmo assim, só poderiam corrigir em parte erros e omissões na realidade criada há vinte anos em Maastricht. As propostas atuais para as mudanças no Tratado de Lisboa em vigor não me parecem muito úteis para um futuro próximo, se nos lembrarmos das dificuldades até agora com todas as diversas ratificações nacionais, ou nos referendos com resultados negativos.<br />
<br />
Concordo por isso com Napolitano, o Presidente italiano, quando, num notável discurso em Outubro exigiu que nós hoje nos temos de concentrar no que é necessário hoje fazer. E que para isso temos de esgotar as possibilidades que os tratados em vigor nos proporcionam – especialmente o reforço das regras orçamentais e da política económica na zona Euro.<br />
<br />
A atual crise da capacidade de ação dos órgãos da EU criados em Lisboa, não pode continuar! Com a exceção do BCE, todos os órgãos – Parlamento Europeu, Conselho Europeu, Comissão Europeia e Conselho de Ministros – todos eles, desde a superação da aguda crise dos bancos de 2008 e especialmente da consequente crise da dívida soberana, contribuíram pouco para uma ajuda eficaz.<br />
<br />
Não há nenhuma receita para a superação da atual crise de liderança na EU. Serão necessários vários passos, alguns simultâneos, outros consecutivos. Não serão só necessárias, capacidade de análise e energia, mas também paciência! Nisso as contribuições concepcionais alemãs não se podem reduzir a chavões. Não devem ser apresentadas na praça televisiva, mas em vez disso confidencialmente nos grémios dos órgãos da EU. Os alemães não devem apresentar como exemplo ou medida de toda as coisas aos nossos parceiros europeus, nem a nossa ordem económica ou social, nem o nosso sistema federal, nem a nossa política constitucional orçamental ou financeira, mas sim simplesmente enquanto exemplo entre várias outras possibilidades.<br />
<br />
Todos nós em conjunto somos responsáveis pelos efeitos futuros na Europa por tudo o que hoje a Alemanha faz ou deixa de fazer. Precisamos de razoabilidade europeia. Mas não precisamos só de razoabilidade, mas também de um coração compreensivo com os nossos vizinhos e parceiros.<br />
<br />
Concordo num ponto importante com Jürgen Habermas, que recentemente referiu que – e cito - «...na realidade assistimos agora pela primeira vez na história da EU a uma desmontagem da Democracia!!» (fim da citação). De facto: não só o Conselho Europeu, incluindo o seu Presidente, também a Comissão Europeia, incluindo o seu Presidente e os diversos Conselhos de Ministros e toda a burocracia de Bruxelas marginalizaram em conjunto o princípio democrático! Eu caí no erro, na época em que introduzimos a eleição para o Parlamento europeu, de pensar que o Parlamento conseguiria o seu peso próprio. Na verdade até agora não teve nenhuma influência reconhecível na superação da crise, já que as suas discussões e resoluções não têm até agora nenhum resultado público.<br />
<br />
Por isso quero apelar a Martin Schulz: é tempo de o senhor e os seus colegas democratas-cristãos, socialistas, liberais e verdes, em conjunto mas de forma drástica, conseguirem ser ouvidos publicamente. Provavelmente o campo da totalmente insuficiente fiscalização sobre os bancos, bolsas e os seus instrumentos financeiros, desde o G20 em 2008, adequa-se na perfeição para um tal levantamento do Parlamento Europeu.<br />
<br />
Realmente alguns milhares de brookers nos EUA e na Europa, mais algumas agências de notação tornaram reféns os governos politicamente responsáveis na Europa. Não é de esperar que Barack Obama possa vir fazer muito contra isso. O mesmo é válido para o governo britânico. Realmente, os governos do mundo inteiro salvaram, na verdade, os bancos em 2008/09 com as garantias e o dinheiro dos impostos dos cidadãos. Mas já em 2010, esta manada de executivos financeiros, altamente inteligentes e simultaneamente propensos à psicose, jogava, de novo, o seu velho jogo do lucro e das bonificações. Um jogo de azar e em prejuízo dos que não são jogadores, que eu e Marion Dönhoff já nos anos 90 criticámos como muito perigoso.<br />
<br />
Já que ninguém quer agir, então os participantes da zona Euro têm de o fazer. Para isso o caminho pode ser o do artº 20º do Tratado de Lisboa em vigor. Aí prevê-se expressamente, que Estados-membros sós ou em conjunto «estabeleçam entre eles uma cooperação reforçada». Em todo o caso, os Estados membros da zona euro deveriam impor uma regulação enérgica do seu mercado financeiro comum. Desde a separação entre, por um lado, os normais bancos de negócios e, por outro, os bancos de investimento e bancos sombra até à proibição da venda de derivados, desde que não autorizados pela fiscalização oficial da Bolsa - até à restrição eficaz dos negócios das, por enquanto, não fiscalizadas agências de notação no espaço da zona euro. Não quero, minhas senhoras e meus senhores, aborrecê-los com mais detalhes.<br />
<br />
Naturalmente que o globalizado lobby dos banqueiros iria empregar todos os meios contra. Já conseguiu até agora impedir toda a regulamentação eficaz. Possibilitou para si mesmo que a manada dos seus brookers tenha colocado os governos europeus na situação difícil de ter de inventar sempre novos «fundos de estabilização» e alargá-los através de «alavancas». É tempo de resistir. Se os europeus conseguirem ter a coragem e a força para uma regulação eficaz dos mercados financeiros, então podemos no médio prazo tornarmo-nos numa zona de estabilidade. Mas se falharmos, então o peso da Europa continuará a diminuir – e o mundo evolui na direção de um Duovirato entre Washington e Pequim.<br />
<br />
Seguramente que para o futuro próximo da zona euro todos os passos anunciados e pensados até agora são necessários. Deles fazem parte os fundos de estabilização, o limite máximo de endividamento e o seu controlo, uma política económica e fiscal comum, deles fazem parte uma série de reformas nacionais na política fiscal, de despesa, na política social e na política laboral. Mas forçosamente, também uma dívida comum será inevitável. Nós, alemães, não nos devemos recusar por razões nacionais e egoístas.<br />
Mas de forma nenhuma devemos propagar para toda a Europa uma política extrema de deflação. Razão tem Jacques Delors quando exige, em conjunto com o saneamento do orçamento, a introdução e financiamento de projetos que fomentem o crescimento. Sem crescimento, sem novos postos de trabalho, nenhum Estado pode sanear o seu orçamento. Quem acredita que a Europa pode, só através de poupanças orçamentais, recompor-se faça o favor de estudar o resultado fatal da política de deflação de Heinrich Brüning em 1930/32.<br />
Provocou uma depressão e um desemprego de uma tal dimensão que deu início à queda da primeira democracia alemã.<br />
<br />
<b>Aos meus amigos</b><br />
<br />
Terminemos, queridos amigos! No fundo, não é preciso pregar solidariedade internacional aos sociais-democratas. A social-democracia é desde há século e meio internacionalista – em muito maior medida do que gerações de liberais, de conservadores ou de nacionalistas alemães. Nós, sociais-democratas, não abdicámos da liberdade e da dignidade de cada ser humano. Simultaneamente não abdicámos da democracia representativa, da democracia parlamentar. Estes princípios obrigam-nos hoje à solidariedade europeia.<br />
<br />
De certo que a Europa, também no século XXI, será constituída por estados nacionais, cada um com a sua língua e a sua própria história. Por isso a Europa não se tornará de certeza num Estado Federal. Mas a UE também não pode degenerar numa mera aliança de estados. A UE tem de se manter uma aliança dinâmica, em evolução. Não há em toda a história da humanidade nenhum exemplo. Nós, social-democratas, temos de contribuir para a evolução passo a passo desta aliança.<br />
<br />
Quanto mais envelhecemos, mais pensamos em períodos longos. Também enquanto homem velho me mantenho fiel aos três princípios do Programa de Godesberg: liberdade, justiça, solidariedade. Penso, a propósito, que hoje a justiça exige antes de mais igualdade de oportunidades para as crianças, para estudantes e jovens.<br />
<br />
Quando olho para trás, para 1945 ou posso olhar para 1933 – tinha acabado de fazer 14 anos – o progresso que fizemos até hoje parece-me quase inacreditável. O progresso que os europeus alcançaram desde o Plano Marshall, 1948, desde o Plano Schuman, 1950, graças a Lech Walesa e ao Solidarnosz, graças a Vaclav Havel e à Charta 77, que agradecemos àqueles alemães em Leipzig e Berlim Oriental desde a grande mudança em 1989/91.<br />
<br />
Não podíamos imaginar nem em 1918, nem em 1933, nem em 1945 que hoje uma grande parte da Europa se regozija pelos Direitos Humanos e pela paz. Por isso mesmo trabalhemos e lutemos para que a UE, historicamente única, saia firme e autoconfiante da sua presente fraqueza.<br />
<br />
© SPD 2011<br />
<br />
[A tradução é deficiente e introduzi algumas correções mas, no conjunto, o texto é apreensível e por isso, atento o seu interesse intrínseco, e atualidade, o publico.]Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-61866808482754771522011-12-12T02:09:00.001-08:002011-12-12T02:16:16.330-08:00MES - ATÉ MAIS VER ...<br />
Quando da primeira notícia logo escrevemos: "Este blogue foi criado, exclusivamente, para facilitar os contactos e promover a divulgação de um almoço/convívio de celebração do 30º aniversário do que ficou conhecido como "Jantar de Extinção do Movimento de Esquerda Socialista (MES)" e será desactivado logo após a sua realização."<br />
<br />
Gostamos de vos encontrar no passado dia 12 de Novembro de 2011 no que concebemos sempre como um simples encontro, nem mais nem menos, liberto de equívocos e aberto ao reconhecimento de memórias que hão-de perdurar para sempre nas nossas inteligências e corações.<br />
<br />
Tratando-se de um convite é natural que nos congratulemos com as aceitações mas nem por isso os ausentes deixaram de integrar a memória colectiva de uma vivência comum que o MES propiciou e da qual quase todos, os que nela participaram nas suas diversas fases, se orgulha.<br />
<br />
As nossas desculpas por não termos sido capazes de fazer chegar a mensagem do encontro a todas, e todos qque nele desejariam participar. Mesmo assim fomos muitos e diversos, de todas as confluências e dissensões, regiões e grupos sócio profissionais, quase alcançando o milagre da igualdade de género.<br />
<br />
Os nossos renovados agradecimentos a todos os que, com a sua participação desinteressada, tornaram possível a realização deste almoço/convívio cumprindo-nos destacar, em particular, a colaboração do António Martins, da Ana Cordovil e do Robin Fior.<br />
<br />
Esta Comissão, intitulada de recepção, feito o balanço, achando-se confortável com o sentimento que cada um guardou da iniciativa, e estando as contas certas, despede-se com amizade, até mais ver...deixando o blogue disponível para que quem lhe aprouver dele desfrute.<br />
<br />
<br />
Lisboa, 11 de Dezembro de 2011<br />
<br />
A Comissão de Recepção<br />
António Pais, Eduardo Graça, Filomena Aguilar, Helena Caniço, Inês Cordovil<br />
<br />
Os participantes no almoço de dia 12 de Novembro de 2011<br />
<br />
A<br />
<br />
Adelaide de Jesus<br />
Aires da Costa<br />
Albano Varela e Silva<br />
Albertina Bustorff<br />
Alberto Martins<br />
Alberto Valente<br />
Alexandre Abrantes<br />
Alexandre Barroso <br />
Alexandre Pinto Monteiro<br />
Américo Madeira Bárbara<br />
Ana Alice Nobre<br />
Ana Carla Grosso Santos<br />
Ana Catarina Margalha Miranda<br />
Ana Cordovil<br />
Ana Fraga<br />
Ana Margarida Meneses<br />
Ana Maria Gaspar<br />
Ana Mendonça<br />
Ana Pato<br />
Ana Pinho<br />
Ana Pires<br />
André Garrido<br />
Ângela Maria Costa<br />
António A. Costa<br />
António Adérito Araújo<br />
António Branco<br />
António Cavalheiro Dias<br />
António Cortes Simões<br />
António Curto<br />
António Girão<br />
António Goulão<br />
António Luís Neto<br />
António Marques<br />
António Pais<br />
António Robalo<br />
António Romão<br />
António Santos Júnior<br />
Artur Lami<br />
Artur Valentim<br />
<br />
B<br />
<br />
Bela Pereira Martins<br />
<br />
C<br />
<br />
Carlos Barata Correia<br />
Carlos Figueiredo<br />
Carlos Gouveia Pinto (Cagé)<br />
Carlos Vargas<br />
Carlos Vitorino<br />
Catarina Clemente<br />
Catarina Roseta<br />
Clara Pires<br />
Conceição Martins<br />
Constantino Ferreira<br />
Cristina Ganhão<br />
<br />
D<br />
<br />
Diogo Ramalheira<br />
Diomar Santos<br />
Dionísia Martins<br />
<br />
E<br />
<br />
Edilberto Moço<br />
Edmundo Martinho<br />
Eduardo Allen<br />
Eduardo Ferro Rodrigues<br />
Eduardo Graça<br />
Eduardo Mendes<br />
Egas Salgueiro<br />
Elisa Ferreira<br />
Emília Pereira de Moura<br />
Ermita Paisana<br />
Ernesto Santos<br />
Evelyn Doering<br />
<br />
F<br />
<br />
Fátima Picão<br />
Faustino Ferreira<br />
Fausto Cardoso<br />
Fernando Figueiredo<br />
Fernando Freire de Sousa<br />
Fernando Pinto<br />
Fernando Serrasqueiro<br />
Filipa Allen<br />
Filomena Aguilar<br />
Filomena Araújo<br />
Filomena de Sousa (Filó)<br />
Francisca Cordovil<br />
Francisca Moura<br />
Francisco Camões<br />
Francisco Conduto<br />
Francisco Manuel Abrunhosa<br />
Francisco Seixas da Costa<br />
Francisco Soares<br />
Francisco Sousa Dias<br />
<br />
G<br />
<br />
Gilda Cardoso<br />
Gonçalo Ruivo<br />
Guida Faria<br />
<br />
H<br />
<br />
Heitor Girão<br />
Helder Morais<br />
Helena Caniço<br />
Hermínio da Silva Botelho<br />
<br />
I<br />
<br />
Inês Cordovil<br />
Isabel Cordovil<br />
Isabel Gaivão<br />
Isabel Sarmento<br />
Ivette Cavalheiro Dias<br />
<br />
J<br />
<br />
J. Cerieira de Figueiredo<br />
João Amorim<br />
João Batista<br />
João Cordovil<br />
João Cravinho<br />
João Ernesto Fonseca<br />
João Ferro Rodrigues<br />
João Grade<br />
João Martinho<br />
João Mota<br />
João Roseta<br />
João Rosmaninho<br />
João Trigo<br />
João Wengorovius Meneses<br />
Joaquim Mestre<br />
Jorge Abegão<br />
Jorge Conceição<br />
Jorge Sampaio<br />
Jorge Strecht Ribeiro<br />
Jorge Taborda<br />
Jorge Tavares e Sousa<br />
Jorge Wemans<br />
José Alberto Rigor Tavares<br />
José António Vieira da Silva<br />
José Carlos Albino<br />
José Catela<br />
José Dias<br />
José Ferro Camacho<br />
José Francisco de Almeida<br />
José Galamba de Oliveira<br />
José Gama<br />
José Júlio Paisana<br />
José Leite Pereira<br />
José Luís Pio de Abreu<br />
José Manuel de Almeida Martins da Silva<br />
José Manuel Galvão Teles<br />
José Manuel Silva<br />
José Moniz da Cunha<br />
José Moutinho<br />
José Osório<br />
José Pena do Amaral<br />
José Pratas<br />
José Reis<br />
José Serrano Gordo<br />
José Silvino Mendonça Zita<br />
José Vilaça<br />
Josiane Mil-Homens<br />
Julieta Fernandes<br />
Julieta Mateus<br />
Júlio Pereira<br />
<br />
L<br />
<br />
Laura Boavida<br />
Lena d'Almeida<br />
Lénia Real<br />
Leonor Belo<br />
Luciano José Gago Mendonça<br />
Luís Borges da Gama<br />
Luís Cruz e Silva<br />
Luís Ferro Meneses<br />
Luís Filipe Castro Mendes<br />
Luís Macara<br />
Luís Martins<br />
Luís Matias<br />
Luís Miranda<br />
Luís Moita<br />
Luís Salgado Matos<br />
Luís Trigo<br />
Luisa Ivo<br />
Luisa Pedroso de Lima<br />
Luisa Simões<br />
Luiza Allen<br />
<br />
M<br />
<br />
Madalena Figueiredo<br />
Manuel Bandeira<br />
Manuel Maria Ramos Graça<br />
Manuel Pedroso de Lima<br />
Manuel Pires<br />
Manuel Raimundo<br />
Manuel Sousa Pereira<br />
Manuela Barreto Nunes<br />
Manuela Lacerda<br />
Marcolino Abrantes<br />
Margarida Barahona<br />
Margarida Figueiredo<br />
Margarida Guimarães<br />
Margarida Leão<br />
Margarida Marcelino Marques<br />
Margarida Ruivo<br />
Margarida Santos<br />
Margarida Santos Coelho<br />
Margarida Vaz Pato<br />
Maria Antónia Pedroso Lima<br />
Maria do Carmo Pais<br />
Maria do Carmo Peralta<br />
Maria da Conceição Margalha<br />
Maria do Rosário Pereira<br />
Maria Eugénia Pires<br />
Maria Fernanda Campos<br />
Maria Gouveia Pereira<br />
Maria João Pereira<br />
Maria João Brito<br />
Maria João Pereira<br />
Maria João Sequeira<br />
Maria José Cary<br />
Maria Júlia Abrantes<br />
Maria Júlia Rocha Marques<br />
Maria Luís Rocha Pinto<br />
Maria Luísa Silva<br />
Maria Manuel Amaral (Mané)<br />
Maria Manuel Neto<br />
Maria Margarida Ramos<br />
Maria Odete Bernardes<br />
Maria Olímpia Duarte Fernandes (Pimpas)<br />
Maria Paula Rodrigues<br />
Maria Teresa Rocheta<br />
Maria Virgínia de Sousa<br />
Maria Vitória Duarte Gago<br />
Mariana Dias<br />
Mariana Trigo Pereira<br />
Mariana Vieira da Silva<br />
Marília Patriarca<br />
Mário Trigo<br />
Marta Wengorovius<br />
Miguel Vieira da Silva<br />
<br />
N<br />
<br />
Natal Vaz<br />
Nazaré Pimparel<br />
Nuno Allen<br />
Nuno Brederode Santos<br />
Nuno Faria<br />
Nuno Silva Miguel<br />
<br />
O<br />
<br />
Oscar Mascarenhas<br />
<br />
P<br />
<br />
Patrícia Carvalho<br />
Paula Alegre<br />
Paula Brito Pereira<br />
Paula Myre Dôres<br />
Paulo Braula Reis<br />
Paulo Lains<br />
Paulo Ruivo <br />
Paulo Trigo Pereira<br />
Pedro Barahona<br />
Pedro Félix<br />
Pedro Lencastre<br />
Pedro Rodrigues<br />
Pedro Torres<br />
<br />
R<br />
<br />
Raquel Carvalho<br />
Raquel Lopes<br />
Raul Esteves<br />
Raul Pinheiro Henriques<br />
Ricardo Roseta<br />
Rita Ferro Rodrigues<br />
Rita Ganhão<br />
Rita Wengorovius<br />
Robin Fior<br />
Rogério de Jesus<br />
Rosa Valente<br />
Rosário Ávila de Melo<br />
Rosário Belmar da Costa<br />
Rosário Gama<br />
Rui Almeida<br />
Rui Augusto da Silva Neves<br />
Rui Estanco Junqueira Lopes<br />
Rui Manaças<br />
Rui Namorado<br />
Rui Oliveira Santos<br />
Rui Vieira Nery<br />
<br />
S<br />
<br />
Sara Amâncio<br />
Sara da Conceição Calado Lopes Sá Fernandes<br />
Sofia Aguilar Teixeira<br />
Sofia Ganhão<br />
<br />
T<br />
<br />
Teresa Avelar<br />
Teresa Jorge<br />
Teresa Macara<br />
Teresa Madureira<br />
Teresa Trigo de Sousa<br />
Teresa Vaz Pato<br />
<br />
V<br />
<br />
Valter Vinagre<br />
Victor Esteves<br />
Virgílio Ferreira<br />
Virgílio Louro<br />
Vítor Barros<br />
Vitor Silva<br />
<br />Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8392539.post-284426498703866222011-11-28T15:35:00.001-08:002011-11-28T15:38:14.346-08:00UM PASSADO COM FUTUROAlgumas centenas de antigos militantes do MES comemoraram, ontem, na Costa da Caparica, os trinta anos da sua extinção. Estiveram presentes protagonistas das principais cisões e vários rostos da vida completa do MES. Estiveram presentes cidadãos que usaram a sua vida sem protagonismo na esfera pública, militantes de diversas causas generosas, militantes políticos sem exposição mediática, detentores de prestígios exteriores à política, deputados e ex-deputados, ex-Ministros, ex-Secretários de Estado, ex-Secretários Gerais do Partido Socialista, um ex-Presidente da República. Sem mesas de honra, sem primeiras filas, sem vénias, mas com um grande calor humano, com uma fraternidade subtil mas patente, bem dispostos. Gente com uma auto-imagem suficientemente afirmativa para pensar que o que fez, em conjunto, sob aquela bandeira, por pouco que tivesse sido, foi importante; mas com a auto-ironia bastante para saber que essa importância não justifica a empáfia da grandiloquência.<br />
<br />
Se um voo rápido da imaginação nos levasse a ver toda aquela gente, apostando numa iniciativa política comum, é realista pensar-se que a paisagem política portuguesa seria outra. E mesmo que, num assomo de modéstia, a imaginação se limitasse ao espaço de um único partido (pensando naquele a que pertenço, penso no PS), é realista pensar-se que, se aqueles que ali estavam e são militantes do PS, traduzissem o sentido que atribuíram aos sonhos ali comemorados numa imaginação política actual, em que todos se reconhecessem, rapidamente nos afastaríamos de qualquer cinzentismo abafado. Mas todos sabemos que essa imaginação não é realizável, embora a devamos deixar pairar como sombra orientadora ou como amável e virtuosa ameaça, ainda que frágil e suave.<br />
<br />
O tempo deixou, no que cada um de nós viu no rosto dos outros, a sua implacável marca e uma discreta melancolia. A memória foi-nos reconduzindo aos rostos dos nossos passados, num intercâmbio de recordações dispersas e calorosas, por vezes simplesmente intuídas, às vezes passageiras, sempre luminosas. As diferenças antigas tornaram-se pequenas e amigáveis. O essencial ficou de pé, como uma saudade da razão.<br />
<br />
Vivemos um tempo em que algumas narrativas das grandes esquerdas já foram encerradas nos atalhos da história, enquanto outras parecem ter perdido o futuro, quando se deixaram extraviar demasiadas vezes nos seus presentes. Mas o tempo cruel do capitalismo agonizante não conseguiu fechar, na arca dos impossíveis e do esquecimento, as desamparadas narrativas das pequenas esquerdas. Elas que nasceram frágeis e minoritárias (quando eram enormes as narrativas dum realmente existente, que afinal não existia), questionando-se ao mesmo tempo que questionavam, subsistem com simplicidade, abertas a novos sonhos e a novas maneiras de sonhar um futuro.<br />
<br />
Cientes da diversidade de opiniões ali presente, mas que a ninguém embaraçou, aquelas centenas de cidadãos, sob a superfície emocionada de uma simples efeméride, penso eu, que homenagearam a semente de utopia que há trinta e quarenta anos os animou. Uma utopia feita de palavras simples, virtuosamente indissociáveis, sedentas de uma sinergia insubstituível: liberdade e democracia; igualdade e justiça; fraternidade e solidariedade. Ou seja, sair do capitalismo pela mão do povo, através da sua vida e da sua força, através de mutações sociais politicamente sustentadas, com a ajuda (apenas ajuda, ainda que importante) de um Estado que seja democraticamente seu. Numa palavra, levar a democracia ao extremo de si própria.<br />
<br />
Rui Namorado (Acerca do almoço dos ex-MES realizado em 12 de Novembro de 2011)Eduardo Graçahttp://www.blogger.com/profile/16927877905138333560noreply@blogger.com0